Regiões tropicais podem ficar inabitáveis com aquecimento, diz estudo

Se não conseguirmos limitar o aquecimento global a 1,5 grau centígrado , as faixas tropicais que se estendem em ambos os lados do Equador correm o risco de se transformar num novo ambiente que atingirá "os limite da habitabilidade humana", adverte a pesquisa

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Mundo Meio Ambiente 09/03/21 POR Agência Brasil

Os trópicos podem tornar-se inabitáveis para o ser humano se não conseguirmos limitar o aquecimento global a 1,5 graucentígrado, alertam os cientistas. Cumprir as metas climáticas mundiais pode evitar que as populações das regiões tropicais enfrentem episódios de "calor insuportável".

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"O calor extremo, em consequência do aquecimento global, é uma questão preocupante para a crescente população tropical", diznovo estudopublicadonessasegunda-feira (8), na revista científica Nature Geoscience.

As regiões tropicais do planeta podem atingir ou mesmo exceder os limites suportados pela vida humana, devido às alterações climáticas.O aumento do calor e da umidade ameaçam, assim, submeter grande parte da população mundial a condições potencialmente letais.

Se não conseguirmos limitar o aquecimento global a 1,5 graucentígrado,asfaixas tropicais que se estendem em ambos os lados do Equador correm o risco de se transformar num novo ambiente que atingirá "os limite da habitabilidade humana", adverte a pesquisa.

Desenvolvido pela Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, oestudo lembraquea capacidade de o ser humano "arrefecer" o seu corpo depende de certas condições de temperatura e umidade do ar.

Como explicam os cientistas, há um limite de sobrevivência além do qual uma pessoa já não consegue regular a sua temperatura corporal com eficácia. Esse limite é excedido quando o denominado termômetro de bulbo úmido (WBGT, a temperatura mais baixa que pode ser alcançada apenas pela evaporação da água).indica que a temperatura e a umidade do ar ultrapassam os 35 graus centígrados.

Isto é, temos uma temperatura corporal que permanece relativamente estável em37 graus, enquanto a nossa pele é mais fria para permitir que o calor flua.

Mas se a temperatura do bulbo úmido exceder os 35 graus, o corpo torna-se incapaz de se resfriar."Se estiver demasiadamenteúmido, o nosso corpo não consegue arrefecer evaporando o suor – é por isso que a umidade é importante quando consideramos a habitabilidade em um local quente", disse aoGuardianYi Zhang, investigador da Universidade de Princeton que conduziu o novo estudo.

"As altas temperaturas são perigosas ou mesmo letais", acrescentou.

Nesse sentido, os especialistas concluíram que o aumento da temperatura tem de ser limitado a 1,5 graupara evitar que as regiões dos trópicos ultrapassem os 35 graus na temperatura do bulbo úmido.

Considerando o atual contexto de aquecimento global, os autores alertam que essas regiões podem experimentar "eventos de calor extremo" nos próximos anos, que podem exceder o"limite de segurança".

As condições perigosas e "intoleráveis" nos trópicos podem ocorrerainda antes do limiar de1,5 grau.

De fato, o mundo já aqueceu, em média, cerca de 1,1 graucentígradonos últimos anos, e embora os governos tenham prometido, no acordo climático de Paris, manter as temperaturas a 1,5 grau, os cientistas têm alertado que esse limite pode ser ultrapassado dentro de uma década.

Isso tem implicações potencialmente negativas para milhões de pessoas - cerca de 40% da população mundial vivem, atualmente, em países tropicais, sendo que essa proporção deverá aumentar para metade da população mundial até 2050.

"Pode-se pensar neste termômetro do bulbo úmido como uma imitação do processo de arrefecimento da pele humana por meioda evaporação do suor - é por isso que é relevante para o stress térmico dos nossos corpos", explicou Zhang.

"Quanto mais seco for o ambiente, mais eficaz é a evaporação e menor a temperatura do bulbo úmido", acrescentou.

A investigação de Princeton centrou-se em regiões tropicais, em latitudes entre 20 graus a norte do Equador, uma linha que corta o México, a Líbia e Índia, até 20 graus ao sul, que passa pelo Brasil, Madagascar e o norte da Austrália.

* Com informações da RTP - Rádio e Televisão de Portugal

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