União Europeia anuncia sanções contra a China por violar direitos humanos em Xinjiang

O bloco também debate suas relações com a Turquia

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Mundo CHINA-UE 22/03/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A União Europeia impôs sanções à China por conta de violações de direitos humanos em Xinjiang. É a primeira vez que o bloco determina punições do tipo contra o país asiático em mais de 30 anos.

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Foram sancionadas, nesta segunda (22), quatro autoridades chinesas, pelas acusações de ordenar detenções arbitrárias e de coordenar medidas para impedir muçulmanos e outras minorias de seguirem sua fé e manterem seus costumes, o que tira o direito de liberdade religiosa.

Os atingidos são Chen Mingguo, diretor do Departamento de Segurança Pública de Xinjiang, Wang Mingshan e Wang Junzheng, altos funcionários, e Zhu Hailun, ex-governante da cidade de Urumqi, capital de Xinjiang. O Departamento de Segurança Pública, Construção e Produção de Xinjiang também foi alvo das sanções. Todos ficam proibidos de fazer negócios com países da UE e de entrar em seu território.

Embora tenham caráter mais simbólico, as medidas marcam um endurecimento da posição da UE sobre a China. A última vez que o bloco europeu havia tomado uma medida do tipo contra o país foi em 1989: um embargo de venda de armas ao país foi estabelecido após o massacre da Praça da Paz Celestial, quando estudantes que protestavam foram duramente reprimidos. O embargo ainda está em vigor. A China é o segundo maior parceiro comercial da UE, depois dos EUA.

Em resposta, o governo chinês pediu ao bloco europeu que "corrija seu erro" e determinou sanções a dez autoridades europeias, incluindo cinco eurodeputados, e a quatro entidades do continente, pela acusação de atacar a soberania chinesa. Eles não poderão entrar na China nem fazer negócios com instituições do país.

A China é criticada internacionalmente por manter uigures detidos em enormes centros de detenção. Em 2018, uma equipe da ONU recebeu denúncias de que ao menos 1 milhão de uigures e de outras minorias muçulmanas estavam detidas em Xinjiang e disse ter provas factíveis disso. Outro estudo, divulgado em setembro de 2020, aponta a existência de 380 campos de detenção.

Pequim nega as acusações de abusos e diz que os locais são espaços de reeducação, voltados a combater o extremismo e a ensinar novas habilidades. Os uigures enfrentam, há três anos, uma campanha abrangente para transformá-los em seguidores obedientes do Partido Comunista, enfraquecer o compromisso com o islã e transferi-los de fazendas para fábricas.

Aldeias e cidades de Xinjiang estão cercadas por grandes postos de controle da polícia, que usam scanners de reconhecimento facial para registrar as pessoas que circulam na área. Também há registros de que os uigures são rastreados via telefone celular.

Os Estados Unidos classificam a situação em Xinjiang como genocídio. A posição foi anunciada em janeiro, no penúltimo dia do governo de Donald Trump.

Mianmar e Turquia Nesta segunda, a UE também determinou sanções contra autoridades de Mianmar, incluindo o general Min Aung Hlang, chefe da junta militar que deu um golpe de Estado, em 1º de fevereiro. Min foi acusado de ser "responsável por sabotar a democracia e o Estado de Direito em Miamar". Além dele, mais dez autoridades de Mianmar foram sancionadas por envolvimento no golpe.

O bloco também debate suas relações com a Turquia. Após um ano de tensões, as relações estavam se reestabelecendo neste começo de 2021. Na semana passada, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tiveram uma videoconferência com o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

No entanto, após esse encontro, a Turquia anunciou sua retirada da chamada Convenção de Istambul. O acordo, de 2011, obriga os governos a adotar legislação que pune a violência doméstica e o abuso contra as mulheres.

A Turquia também é questionada por conta de uma recente tentativa judicial de cercear a atuação Partido Democrático do Povo (HDP), pró-curdo e o segundo maior da oposição turca.

Ao chegar à reunião em Bruxelas nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, criticou o que chamou de "luzes e sombras" na Turquia. "Os eventos que acabamos de testemunhar nos últimos dias, o desejo de proibir o HDP e a retirada da Convenção de Istambul são maus sinais", assinalou.

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