Brasil recua no ranking global dos países com maior PIB per capita em 2020

A queda do Brasil no ranking ocorre pelo menos desde 1980, quando o Brasil estava entre os 50 países com maior PIB per capita. Após uma década de crises econômicas, o país caiu para a 60ª posição em 1990

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Economia ECONOMIA-PIB 13/04/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Brasil recuou no ranking global dos países com maior PIB per capita em 2020 e deve continuar a perder posições nos próximos anos, segundo projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional).

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A queda do Brasil no ranking ocorre pelo menos desde 1980, quando o Brasil estava entre os 50 países com maior PIB per capita. Após uma década de crises econômicas, o país caiu para a 60ª posição em 1990. Dez anos depois, perdeu mais sete posições (67ª).

Na primeira década dos anos 2000, apesar do forte crescimento econômico, o país teve desempenho inferior à média mundial e perdeu mais 11 posições (78º).

Em 2014, o Brasil registrou o valor mais alto de PIB per capita, pelo conceito que considera a paridade do poder de compra das moedas locais, de US$ 15.800. Estava na 76ª posição global.

Após a recessão de 2014-2016, seguida de três anos de baixo crescimento e uma nova recessão em 2020, o Brasil ficou com a 85ª posição entre os cerca de 195 países para os quais há dados, com um PIB per capita de US$ 14.916.

O valor é inferior ao de países da América Latina como Chile (US$ 23.366), Argentina (US$ 20.750) e México (US$ 19.130), mas está à frente da Colômbia (US$ 14.323). Está atrás da Rússia (US$ 27.903), mas supera a Índia (US$ 6.461).

As projeções do FMI são de que o Brasil supere o patamar de 2014 em valores correntes somente em 2022, mantendo praticamente a mesma posição no ranking. Em 2026, último ano para o qual o Fundo fez estimativas, o país deve estar na posição 90.

Em termos de comparação, a China registrou crescimento do PIB per capita de 500% desde 2000, enquanto o Brasil teve expansão de 64%. O país asiático ultrapassou o Brasil em 2018. Até 2026, o crescimento esperado é de 26% para o indicador brasileiro e 57% para o chinês.

A paridade do poder de compra nivela as diferenças nos custos de vida dos países para permitir comparações internacionais.

Pelo poder de paridade, o Brasil era em 2020 a oitava maior economia do planeta (com PIB de US$ 3,15 trilhões), mesma posição ocupada no ranking de 2019. Estão à frente China, EUA, Índia, Japão, Alemanha, Rússia e Indonésia. Pelas projeções do FMI a posição brasileira deve continuar a mesma até pelo menos 2026.

As disparidades geradas pela pandemia e a expectativa de que a recuperação global seja desigual, por causa do acesso a vacinas e capacidade de adoção de estímulos, estão entre os fatores que deixam o Brasil ainda em maior desvantagem.

Outros emergentes também vão sofrer com esses fatores. Ainda assim, devem ter performance econômica superior.Em relatório recente, o FMI afirmou que o PIB per capita deve recuar cerca de 20% de 2020 a 2022 nos países emergentes, incluindo o Brasil, ante 11% nos desenvolvidos.

No ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou 4,1%, queda maior que a média mundial de 3,3%. Em 2021, deve crescer 3,7%, segundo projeção do FMI muito próxima dos números estimados pelo governo brasileiro -resultado também pior que o crescimento médio mundial de 6% e dos países latino-americanos (4,6%).

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo mostrou que, em média, cada brasileiro teve renda de R$ 35.172 em todo o ano passado. O valor significa uma perda próxima de R$ 1.770 em relação a 2019, já considerada a inflação, e de R$ 2.040 ante 2010.

O país empobreceu 5,5% na década encerrada em 2020, no pior desempenho já registrado pelas estatísticas e estimativas disponíveis, que alcançam até o início do século passado. Os dados consideram o PIB per capita calculado em reais, sem os efeitos da conversão da moeda e da comparação feita pela paridade do poder de compra.

O PIB per capita considera o valor da produção ou da renda dividido pela população. No ano passado, o PIB per capita em reais diminuiu 4,8%, maior queda desde 1990, na recessão do Plano Collor.

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