Em discurso moderado, Bolsonaro sinalizará a Biden aumento de operações contra desmatamento

O presidente já escreveu o esboço do seu discurso, no qual voltará a se comprometer com o fim do desmatamento ilegal no Brasil até 2030

© Getty Images

Política CÚPULA-CLIMA 20/04/21 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) adotará um discurso moderado e sinalizará ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima, que expandirá, em curto prazo, o volume de operações contra o desmatamento na floresta amazônica.

PUB

O presidente já escreveu o esboço do seu discurso, no qual voltará a se comprometer com o fim do desmatamento ilegal no Brasil até 2030 e convidará nações estrangeiras a ajudar no combate a queimadas com a injeção de recursos.

Na sua fala, segundo assessores palacianos, o presidente indicará aumento, ainda neste ano, da previsão orçamentária do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) e do ICMBio (Instituto Chico Mendes), órgãos federais de fiscalização ambiental.

A ideia é que o montante seja investido em equipamentos e veículos. Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, o Ministério do Meio Ambiente deve enviar nos próximos dias um pedido oficial à pasta da Economia. O valor e o modelo do aporte ainda não foram definidos.

Os técnicos do governo ainda avaliam se o dinheiro virá por abertura de crédito extraordinário ou por remanejamento orçamentário. O Meio Ambiente já tem um pedido ordinário ao ministério da Economia de recomposição orçamentária que ainda não foi atendido.

O presidente sabe que uma das principais demandas das autoridades estrangeiras é o aumento dos quadros do Ibama e ICMBio.

Mas conselheiros do mandatário destacam que concursos para essas entidades levam tempo e que, portanto, eles não devem contribuir para os resultados que o Brasil precisa apresentar no curto prazo.

Eles também ressaltam que Bolsonaro terá pouco tempo para falar e que a mensagem principal do Brasil deve ser genérica e similar à carta enviada por Bolsonaro a Biden na semana passada. A previsão é de que o presidente utilize o tempo para falar de iniciativas futuras, sem fazer uma autocrítica.

O discurso de Bolsonaro foi debatido em reunião, nesta segunda-feira, entre o presidente e os ministros Carlos França (Relações Exteriores), Ricardo Salles (Meio Ambiente), Tereza Cristina (Agricultura), Fábio Faria (Comunicações) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil).

Para compensar o déficit de servidores públicos nas entidades fiscalizadoras, o presidente avalia, como revelou o jornal Folha de S.Paulo na semana passada, manter forças militares para combater crimes ambientais na floresta amazônica.

A reedição de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) para o período de seca no bioma florestal foi discutida na quinta-feira (15) em reunião entre o vice-presidente Hamilton Mourão e os ministérios do Meio Ambiente, da Agricultura, da Justiça e da Defesa.

A ideia é que as forças militares permaneçam na floresta amazônica até novembro, quando recomeça o período de chuvas. O formato e o tempo da iniciativa devem ser discutidos na próxima semana entre técnicos do governo e comandantes militares.

O debate em torno da reedição de uma GLO representaria um recuo nos planos do governo, que anunciou oficialmente a saída dos militares dessas operações a partir de 1º de maio.

O Brasil enfrenta uma crise internacional na área do meio ambiente por conta do aumento do desmatamento na Amazônia, da recente onda de incêndios no pantanal e do histórico de declarações de Bolsonaro.

O presidente já atacou ONGs que atuam na preservação da floresta e é crítico de lideranças indígenas. Ações de países estrangeiros sobre o tema, por sua vez, foram no passado rechaçadas por Bolsonaro por serem, na visão do mandatário, uma interferência na soberania do Brasil sobre o bioma.

De acordo com o Deter, sistema de monitoramento de desmate do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a redução da floresta mensal na Amazônia voltou a crescer em março e bateu o recorde para o mês.

Os dados apontam 367,61 km² de desmatamento. O recorde anterior pertencia a 2018, com 356,6 km² destruídos, seguido por 2020, com 326,49 km² derrubados.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Equador Há 20 Horas

Imagens fortes! Vídeo mostra assassinato de Miss Landy Párraga

mundo Kristi Noem Há 20 Horas

Governadora cotada para ser vice de Trump matou a tiros o próprio cão

justica Raul Pelegrin Há 20 Horas

Homem que cortou corda de trabalhador foi espancado antes de morrer

mundo Aviões Há 13 Horas

Piloto alcoolizado leva Japan Airlines a cancelar voo nos EUA

brasil São Paulo Há 12 Horas

Adolescente tem membros amputados após descarga elétrica de 8 mil volts

brasil Brasil Há 19 Horas

Ponte é arrastada pela correnteza enquanto prefeita grava vídeo; veja

fama Demi Moore Há 18 Horas

Filhas de Demi Moore e Bruce Willis combinam biquínis nas férias; veja

esporte Liga dos Campeões Há 18 Horas

Brilho de Vini Jr: Dois gols e uma reverência contra o Bayern de Munique

esporte Ayrton Senna Há 19 Horas

Trinta anos sem Ayrton Senna; relembre momentos marcantes

brasil CHUVA-RS Há 10 Horas

Temporais no RS deixam 10 mortos e 21 desaparecidos