Lira diz que Câmara não é obrigada a definir prazo para analisar impeachment

O documento foi encaminhado ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, que é relatora de um processo movido pelo advogado Ronan Wielewski Botelho, criador do Movimento Reforma Brasil, contra a Câmara

© Getty Images

Política Câmara 03/05/21 POR Estadao Conteudo

Eleito para a presidência da Câmara dos Deputados com apoio do governo federal, Arthur Lira (PP-AL) sinalizou, desta vez em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF), que a abertura de um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro não está em seus planos, pelo menos a curto prazo.

PUB

O documento foi encaminhado ao gabinete da ministra Cármen Lúcia, que é relatora de um processo movido pelo advogado Ronan Wielewski Botelho, criador do Movimento Reforma Brasil, contra a Câmara. Botelho pede que o tribunal obrigue o Legislativo a regulamentar os procedimentos para análise dos pedidos de cassação de presidentes, inclusive com a definição de prazos para sua apreciação. "Lacuna, proposital e perigosa, que o legislador deixou", afirma o advogado. O pedido foi formalizado em um contexto de requerimentos engavetados contra o atual chefe do Executivo.

Em sua manifestação, Lira disse que não há previsão na Constituição que obrigue a Câmara a estabelecer limites temporais para exame dos pedidos de afastamentos do presidente. Afirmou ainda que o próprio Supremo Tribunal Federal tem reconhecido que a análise dos requerimentos de impeachment não se limita a "mera análise formal".

Na avaliação do alagoano, o processo deve levar em conta o clima político do País. "Podendo - e devendo - avançar para a conveniência e oportunidade políticas de se deflagrar um processo de impeachment", argumentou. "O exame liminar de requerimentos de afastamento do Presidente da República, dada sua natureza política e em vista de sua repercussão em todo o sistema político nacional, não pode seguir um movimento automático, podendo e devendo esta Presidência ser sensível á conjuntura doméstica e internacional."

Em análise preliminar, Cármen Lúcia negou seguimento ao pedido em questão, mas o caso ganhou sobrevida depois que o advogado entrou com agravo contra a decisão. A ministra concorda que não há dispositivo constitucional que imponha o dever de regulamentar prazo para o presidente da Câmara dos Deputados apreciar requerimentos de afastamento do Presidente da República.

Pedidos

Desde o início do governo Jair Bolsonaro, a Câmara dos Deputados recebeu mais de 100 pedidos de impeachment do presidente. Lira herdou mais da metade da gestão anterior, de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que não deu andamento aos requerimentos, e tem repetido o mesmo discurso do antecessor, de que o debate sobre abertura de eventual processo de destituição não deve ser feito em meio à pandemia.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Santos Há 11 Horas

Homem é flagrado abusando sexualmente de moradora em situação de rua

politica CHUVA-RS Há 6 Horas

Mortes pelas chuvas chegam a 75 e governador fala em 'Plano Marshall'

mundo Miami Há 15 Horas

Saco com é cobras encontrado nas calças de passageiro em aeroporto

fama MADONNA-RIO Há 14 Horas

Madonna fez da praia de Copacabana a maior pista de dança do mundo

fama MADONNA-RIO Há 9 Horas

Madonna posta vídeo abraçada com Pabllo Vittar e agradece ao Brasil

fama Bruce Willis Há 15 Horas

Após diagnóstico de demência, como está Bruce Willis?

fama BERNARD-HILL Há 8 Horas

Morre Bernard Hill, que atuou em 'Titanic' e 'Senhor dos Anéis', aos 79 anos

brasil Rio Grande do Sul Há 11 Horas

Loja da Havan fica debaixo d'água em Lajeado, no Rio Grande do Sul

fama Rio de Janeiro Há 15 Horas

Madonna encerra show histórico em Copacabana com homenagem a Michael Jackson

brasil CHUVA-RS Há 8 Horas

Nível recorde do Guaíba coloca Porto Alegre em alerta de 'inundação severa'