50% dizem nunca confiar nas declarações de Bolsonaro

Uma fatia de 34% dos entrevistados afirma acreditar às vezes e apenas 14% respondem que sempre confiam no mandatário

© Getty Images

Política Datafolha 16/05/21 POR Folhapress

Pesquisa Datafolha feita na terça (11) e quarta-feira (12) mostra que 50% dos brasileiros dizem nunca confiar nas declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Uma fatia de 34% dos entrevistados afirma acreditar às vezes e apenas 14% respondem que sempre confiam no mandatário; 1% não sabe.

PUB

O instituto fez 2.071 entrevistas de forma presencial em 146 municípios espalhados por todo o Brasil. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.A taxa de confiança plena é a menor desde o início da série histórica, em agosto de 2019, ao passo que a desconfiança total é a maior do período. O comparativo do indicador ao longo do governo reforça o cenário negativo para Bolsonaro, com uma severa corrosão da credibilidade do presidente.

Na pesquisa feita pelo Datafolha em março, a taxa de brasileiros que nunca confiam nas declarações do chefe do Executivo estava em 45% (era de 41% em janeiro). Já a fatia dos que sempre acreditam vem em queda: era de 19% em janeiro e de 18% em março. Os que confiam às vezes caíram de 38% para 35%.

Além da desconfiança sobre as declarações, a pesquisa desta semana mostrou que o governo do presidente é aprovado por apenas 24%, a pior marca da gestão dele até aqui. Segundo o levantamento, 54% das pessoas não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro, que deve tentar a reeleição.

O ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário, lidera a corrida para a Presidência. O petista alcança 41% das intenções de voto no primeiro turno, contra 23% de Bolsonaro. Em um eventual segundo turno, o ex-presidente levaria ampla vantagem, com uma margem de 55% a 32%.

Entre os cidadãos que declaram intenção de votar em Lula, a fatia dos que nunca confiam nas palavras do atual mandatário chega a 74%.A tendência de maior apoio masculino ao atual ocupante do Planalto se repete em relação à crença nas declarações. Entre os homens, o percentual dos que sempre confiam nele salta para 17% (fica em 11% entre a população feminina) e o dos que nunca confiam cai para 46% (é de 54% entre as mulheres).

O ceticismo nas afirmações do presidente é maior nas regiões Nordeste e Sudeste (onde, respectivamente, 59% e 51% dos entrevistados afirmam nunca confiar nele), ao passo que é menor nas regiões Centro-Oeste/Norte e no Sul (com taxas, respectivamente, de 44% e 41% que nunca confiam).As diferenças regionais acompanham os índices de aprovação e rejeição do governo. No recorte racial, as tendências também se mantêm. Entre pessoas pretas, por exemplo, 56% dizem nunca confiar em Bolsonaro e só 8% sempre levam em conta o que o presidente expressa.

Como esperado, o percentual de crença nas falas é mais elevado entre os que declaram a intenção de votar nele na eleição do ano que vem do que entre os apoiadores de Lula.

Embora 46% dos eleitores de Bolsonaro digam sempre crer nele, a maioria (51%) responde que só confia no presidente às vezes, o que indica uma fragilidade mesmo entre cidadãos simpáticos ao atual titular do Planalto.

A taxa dos que só em algumas ocasiões confiam nas declarações de Bolsonaro também é significativa entre os 24% de entrevistados que consideram o governo federal ótimo ou bom. Nesse grupo dos que aprovam a atual gestão, 48% acreditam sempre, 47% às vezes e 5% nunca confiam no presidente.

De acordo com os números do Datafolha, a tendência de baixa na credibilidade de Bolsonaro se acentuou desde dezembro de 2020. O movimento coincide com a disseminação de falas do presidente que carregam mentiras, distorções e desinformação.

Ele, por exemplo, colocou em xeque a eficácia das vacinas contra a Covid-19, brecou negociações de imunizantes, desestimulou o uso de máscara e relativizou a importância da adoção de medidas restritivas para conter o vírus, além de ter provocado aglomerações país afora.Bolsonaro também mentiu repetidas vezes sobre a hidroxicloroquina, medicamento ineficaz contra a doença. A ampla recomendação dada pelo governo para o uso desse e de outros remédios sem eficácia comprovada pela comunidade científica é um dos focos de investigação da CPI da Covid, no Senado.

Em março, postagens do presidente no Twitter, no Facebook e no Instagram com mensagens e imagens contrárias às recomendações médicas foram removidas pelas redes sociais, sob a justificativa de que espalhavam informações sobre a pandemia que poderiam "causar danos reais às pessoas".

Bolsonaro também vem reiterando os discursos que põem em xeque a segurança das urnas eletrônicas, antecipando uma estratégia para desautorizar o sistema eleitoral brasileiro em 2022 caso seja derrotado na tentativa de reeleição. A Justiça Eleitoral reforçou campanhas em defesa da lisura da tecnologia.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Rio Grande do Sul Há 14 Horas

Grávida, Miss Brasil 2008 está desaparecida há 3 dias após chuvas no RS

justica Santos Há 7 Horas

Homem é flagrado abusando sexualmente de moradora em situação de rua

brasil enchentes no Rio Grande do Sul Há 15 Horas

Aeroporto de Porto Alegre suspende voos por tempo indeterminado

justica São Paulo Há 14 Horas

Corpo achado em matagal é de adolescente que sumiu ao comprar lanche

brasil justa causa Há 14 Horas

Bancária é demitida ao postar foto no crossfit durante afastamento médico

lifestyle Ozempic Há 14 Horas

'Seios Ozempic' entre os possíveis efeitos colaterais do antidiabético

brasil enchentes no Rio Grande do Sul Há 7 Horas

Sobe para 57 o número de mortos em temporais do RS

mundo Pensilvânia Há 14 Horas

Mulher morre após ser atingida por cilindro de metal desgovernado

fama Rio de Janeiro Há 13 Horas

Madonna faz show hoje para 1,5 milhão de fãs; saiba tudo do evento

brasil Brasil Há 4 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"