Lukachenko fecha principal site da Belarus e processa jornalistas

O Ministério da Informação da Belarus afirmou que o site foi bloqueado "devido a várias violações da lei de mídia, incluindo a publicação de informações proibidas"

© Getty Images

Mundo BELARUS-GOVERNO 18/05/21 POR Folhapress

BRUXELAS, BÉLGICA (FOLHAPRESS) - A ditadura da Belarus tirou do ar o principal site jornalístico independente do país, o Tut.by, como parte de uma prolongada operação de repressão a jornalistas, ativistas, políticos da oposição e cidadãos belarussos que se manifestam contra o regime. O Ministério da Informação da Belarus afirmou que o site foi bloqueado "devido a várias violações da lei de mídia, incluindo a publicação de informações proibidas".

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Investigadores do Departamento de Investigações Financeiras do Comitê de Controle do Estado (DFR, órgão da Receita que já foi usado contra líderes da oposição) também revistaram a Redação do veículo, que está sendo processado por "evasão de impostos e taxas em uma escala especialmente grande", segundo a ditadura .

De acordo com repórteres do Tut.by, todos os equipamentos da empresa, como computadores e telefones –inclusive os que não funcionam–, foram confiscados, e cartões bancários foram apreendidos.

Para tentar driblar o bloqueio ao site, jornalistas de vários veículos criaram portais espelhos, para manter atualizada a cobertura da repressão. Eles relataram que casas de repórteres e editores do Tut.by foram revistadas e que há jornalistas que não estavam sendo localizados na tarde desta terça –o Ministério de Assuntos Internos disse não ter informação sobre detenções.

Desde agosto de 2020, quando estouraram protestos contra a reeleição –considerada fraudada por entidades internacionais– de Alexandr Lukachenko, cerca de 70 sites de veículos de informação e entidades de direitos civis já foram fechados pela ditadura.

Jornalistas belarussos e estrangeiros foram espancados e detidos durante a cobertura de manifestações contra Lukachenko, e credenciais de correspondentes estrangeiros foram revogadas. Segundo a Associação de Jornalistas da Belarus, 521 jornalistas foram detidos no país, dos quais 16 ainda estão na cadeia, 11 deles sob acusações criminais.

Em fevereiro, as repórteres Daria Chulstova e Katerina Andreieva, do canal de TV de oposição Belsat, com sede na Polônia, foram condenadas a dois anos de prisão, por "promover agitação" ao cobrir um protesto.

No sábado, os repórteres Alexander Burakov e Vladimir Laptsevich foram detidos em frente a um tribunal na cidade de Mogilev, no leste do país, onde cobriam o julgamento do político da oposição Pavel Severinets, preso desde junho do ano passado.

Nesta segunda, o repórter do Tut.by Liubov Kasperovich foi condenado a 15 dias de prisão administrativa por "participar de um evento de massa não registrado", e a repórter investigativa Katerina Borisevich foi transferida de Minsk para Gomes dois dias antes de sua libertação –ela foi condenada em 2 de março, por reportagem que desmentia versão oficial sobre a morte de um manifestante.

Em rede social, a líder da principal frente de oposição a Lukachenko nas eleições, Svetlana Tikhanovskaia, chamou o ato do regime de "assassinato premeditado dos meios de comunicação".

Ela afirmou estar em contato com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "Exigimos uma resposta urgente da UE, o lançamento urgente de um programa de apoio à mídia independente, proteção de jornalistas e ajuda para continuar trabalhando, apesar da repressão", disse em aplicativo de comunicação.*NÚMEROS DA REPRESSÃO

Desde o início da campanha eleitoral presidencial, em maio de 20202.300 processos criminais contra oponentes políticos, ativistas e manifestantes631 julgamentos de processos criminais contra manifestantes, com mais de 400 condenações332 processos criminais por difamação, injúria a funcionários públicos e policiais377 presos políticos em centros de detenção522 detenções de jornalistas, 16 ainda na cadeia97 jornalistas condenados a prisão administrativa62 jornalistas agredidos3 jornalistas condenadas criminalmenteFontes: Associação de Jornalismo da Belarus, Viazna

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