Investigação de Salles preocupa por desmate e potencial corrupção, diz fundo norueguês

A operação da Polícia Federal, que realizou apreensões em endereços do ministro Ricardo Salles e no Ministério do Meio Ambiente, tem repercutido internacionalmente

© Reuters

Mundo Meio Ambiente 19/05/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - "É profundamente preocupante que o ministro do Meio Ambiente seja alvo de uma investigação relacionada à exportação ilegal de madeira para os Estados Unidos e Europa", afirmou à reportagem Kiran Aziz, analista de investimentos responsáveis do KLP, o maior fundo de pensão da Noruega, que administra cerca de US$80 bilhões (R$ 421 bilhões) em ativos.

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A operação da Polícia Federal, que nesta quarta-feira (19) realizou apreensões em endereços do ministro Ricardo Salles e no Ministério do Meio Ambiente, tem repercutido internacionalmente.

Os Estados Unidos acompanham a situação com "plena confiança nas instituições democráticas do governo brasileiro", afirmou o porta-voz da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Tobias Bradford. Em nota enviada à reportagem, ele também diz que "a cooperação ambiental com o Brasil é profunda e multifacetada" e deve continuar.

Um ofício enviado pelos Estados Unidos em janeiro de 2020 deu início à investigação da Polícia Federal, conforme narra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em sua decisão que autorizou a operação de busca e apreensão nesta quarta.

"Vamos monitorar isso de perto para entender as evidências e o resultado dessas alegações muito sérias", afirmou Aziz.

"Existem camadas de preocupação dos investidores aqui, pois isso não está apenas relacionado ao meio ambiente, mas também potencialmente à corrupção em um contexto de taxas crescentes de desmatamento, falta de responsabilidade do estado e um Ministro do Meio Ambiente que falou anteriormente em usar Covid-19 como capa para [esconder] a desregulamentação", concluiu o analista do KLP.

Outro fundo escandinavo, o Danske Bank, excluiu de dois portfolios as empresas Cargill, Bunge e ADM, três gigantes globais que operam o comércio internacional de produtos agrícolas, com destaque para a soja, por conta do desmatamento no Brasil, conforme o jornal Folha de S.Paulo revelou em fevereiro.

O receio sobre a condução da política ambiental pelo governo brasileiro também levou outro fundo escandinavo, o Nordea Asset Management, a impor quarentena aos títulos da dívida soberana brasileira.

"Se a gestão dos recursos naturais é tal que talvez em 20, 30 anos tudo vai virar pó, isso pode ameaçar a capacidade de um país pagar a dívida", afirmou na época o diretor de investimentos responsáveis do Nordea, Eric Pedersen.

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