Ibama barra nova usina na Amazônia

Depois de avaliar cada informação sobre a usina Tabajara, que barraria as águas do rio Ji-Paraná e inundaria uma área superior a 100 quilômetros quadrados, na fronteira de Rondônia com o Amazonas

© Shutterstock

Economia Ibama 22/05/21 POR Estadao Conteudo

O maior projeto hidrelétrico do governo Bolsonaro, previsto para ser erguido numa área de extrema sensibilidade ambiental na Amazônia, teve seus estudos rejeitados pelo Ibama, após serem submetidos a uma análise técnica do órgão. Depois de avaliar cada informação sobre a usina Tabajara, que barraria as águas do rio Ji-Paraná e inundaria uma área superior a 100 quilômetros quadrados, na fronteira de Rondônia com o Amazonas, os analistas concluíram que os dados "não sustentam uma decisão favorável de viabilidade do empreendimento".

PUB

O Estadão teve acesso a um parecer técnico concluído no mês passado, que fez uma varredura no projeto que faz parte do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) do governo. Esse programa lista os empreendimentos prioritários de infraestrutura no País. Os estudos foram encaminhados no ano passado pelas estatais Furnas e Eletronorte, do Grupo Eletrobrás, com objetivo de obter a licença prévia da usina. A autorização é obrigatória para que o projeto possa ser leiloado pelo governo.

A Tabajara não é uma usina qualquer no planejamento decenal de expansão energética. Trata-se, hoje, do maior projeto hidrelétrico entre os sete previstos para entrarem em operação até 2030, com custo estimado em mais de R$ 5 bilhões. Ocorre que, depois de 2,1 mil horas de trabalho, analistas ambientais concluíram que há uma série de "fragilidades, inconsistências, informalidade científica e ausência de informações" sobre o empreendimento que, se for levado adiante, vai inundar 100 quilômetros quadrados de floresta, em uma região cercada por unidades de conservação, espécies raras e terras indígenas.

Caso o governo queira prosseguir com o projeto, afirmaram os analistas, será preciso fazer uma série de levantamentos e ajustes, para que os estudos sejam, então, avaliados mais uma vez.

Com capacidade total de 400 megawatts (MW) de geração, a usina abasteceria uma cidade de 1,4 milhão de habitantes, como Porto Alegre (RS). Não é muita energia, se esta for comparada à geração de projetos erguidos nos últimos anos na Amazônia, como Belo Monte, Jirau e Santo Antônio. O potencial de estrago da usina Tabajara, porém, faz frente a qualquer grande hidrelétrica.

Em sua nota técnica, o Ibama chama a atenção para que os responsáveis pelo projeto analisem outros tipos de empreendimentos que podem entregar o mesmo volume de energia, como eólicas e solares.

Apesar do potencial máximo de 400 MW, a geração média que a usina teria anualmente seria de 235 MW, devido às oscilações naturais do rio. "Tais plantas alternativas poderiam ser instaladas em outras regiões do País, afetando áreas territoriais bem menores, com pior qualidade ambiental, localizadas próximas a centros consumidores de energia", afirmaram os técnicos. "Neste contexto, é fundamental que o proponente ofereça justificativas criteriosas que possam demonstrar a relevância deste projeto frente aos impactos ambientais esperados."

A usina Tabajara é estudada desde a década de 1980 e já foi alvo de várias tentativas de licenciamento, mas nunca conseguir avançar, por causa de sua alta complexidade ambiental. A região de Machadinho d’Oeste, em Rondônia, é uma das áreas da Amazônia que mais sofrem com o desmatamento irregular e ocupações ilegais de terra.

Resposta

Por nota, o grupo responsável pelo desenvolvimento dos estudos - Furnas, Eletronorte, Projetos e Consultoria e Engenharia PCE e JGP Consultoria e Participações - disse que a usina "terá um reservatório pequeno que não modificará as vazões naturais do rio" e afirmaram que "os estudos dessa etapa estão em desenvolvimento desde 2014 e foram elaborados seguindo estritamente o estabelecido no Termo de Referência emitido pelo Ibama".

Segundo as empresas, os estudos apresentados "buscaram sanar os questionamentos da equipe do Ibama e fornecer os elementos necessários à análise" da viabilidade do projeto. "Mesmo com as complementações apresentadas, o Ibama emitiu parecer técnico onde manifesta a necessidade de novas complementações e outros estudos, documento esse que está em fase de análise e será objeto de alinhamento com o Ibama", declarou.

Questionado sobre o assunto, o Ministério de Minas e Energia (MME) não comentou a conclusão do Ibama. A respeito de outras alternativas de geração, a pasta afirmou que as fontes eólica e solar têm aumentado a participação na matriz elétrica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Equador Há 6 Horas

Imagens fortes! Vídeo mostra assassinato de Miss Landy Párraga

economia Profissões Há 15 Horas

Top 10 profissões que pagam mais de R$ 15 mil por mês; veja

fama LUCIANA-GIMENEZ Há 14 Horas

Luciana Gimenez é internada em hospital em São Paulo

fama Nicole Kidman Há 14 Horas

Nicole Kidman e Keith Urban em rara aparição com as filhas em evento

mundo Utah Há 15 Horas

Gata é enviada por correio acidentalmente e fica 7 dias sem água e comida

fama VIVIANE-ARAÚJO Há 12 Horas

Ex de Viviane Araújo diz que ela traiu Belo com ele enquanto era casada

justica Violência Há 16 Horas

Homem é assassinado com 23 tiros durante raio-x em hospital na Bahia

mundo Reino Unido Há 10 Horas

Menino de 13 anos morre após ataque com espada em Londres

mundo Ucrânia Há 12 Horas

Ataque russo em Odessa deixa quatro mortos e 27 feridos

mundo Aliia Nasyrova Há 15 Horas

Rapunzel: Ucraniana entra para o Guinness com cabelo de 2,57 metros