Facebook deve pôr fim a tratamento diferenciado a políticos, diz jornal

A medida seria uma resposta à recomendação feita em maio pelo comitê independente que julgou o banimento do ex-presidente Donald Trump

© Shutterstock

Tech FACEBOOK-NEGÓCIOS 04/06/21 POR Folhapress

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) - O Facebook deve anunciar nesta sexta-feira (4) a revisão de uma norma que dá a políticos uma espécie de passe livre quando eles violam regras de discurso de ódio da empresa, o que gerava à plataforma acusações de condescendência com os poderosos. A medida seria uma resposta à recomendação feita em maio pelo comitê independente que julgou o banimento do ex-presidente Donald Trump.

PUB

Desde 2016, a rede de Mark Zuckerberg aplica testes a publicações feitas por políticos com o objetivo de comparar o caráter noticioso do conteúdo à sua propensão de causar danos. Agora, de acordo com informações do site de tecnologia americano The Verge, o Facebook pretende descartar essa comparação, que muitas vezes dava aos políticos um tratamento diferenciado na plataforma em relação aos outros usuários.

Conteúdos de terceiros compartilhados por lideranças políticas, como links e vídeos, já passam por alguns níveis de checagem. A mudança nas regras, segundo o Verge, ainda não sujeita as publicações feitas diretamente pelos políticos aos checadores do Facebook, mas, pela primeira vez, permite que elas sejam avaliadas sob as mesmas regras aplicadas a qualquer usuário comum.

Segundo uma fonte ouvida em anonimato pelo Washington Post, a prática da exceção por conteúdo noticioso não será, entretanto, abolida completamente. Nos casos em que for aplicada, contudo, o Facebook passará a divulgá-la publicamente -atualmente, os critérios e a frequência de tais decisões são mantidos sob controle da empresa.

Outra área em que a plataforma pretende aumentar a transparência é a de advertências contra usuários que violam as regras. Atualmente, perfis que recebem um certo número de advertências podem ter conteúdos removidos ou alcance reduzido. A crítica ao Facebook, no entanto, é que o número de advertências até uma punição não é previamente conhecido e, em muitos casos, os usuários punidos não são informados sobre qual exatamente foi a regra violada.

A justificativa da plataforma é que compartilhar suas estratégias de moderação de conteúdo poderia criar brechas para usuários mal-intencionados. Agora, de acordo com o Verge, o Facebook quer tornar o processo mais transparente, informando com mais clareza aos usuários quando eles receberem uma advertência que pode levar à suspensão.

A expectativa é de que o Facebook oficialize as novas regras ainda nesta sexta-feira, um dia antes do fim do prazo dado pela plataforma para responder às recomendações do comitê que baniu Trump da rede.

Há um mês, o comitê -formado por 20 especialistas, como um vencedor do Nobel da Paz, um ex-primeiro-ministro e o advogado brasileiro Ronaldo Lemos, colunista da Folha de S.Paulo- decidiu manter o ex-presidente republicano afastado do Facebook.

Trump foi banido da rede em 7 de janeiro, um dia depois do ataque ao Capitólio, a sede do Legislativo americano. À época, Zuckerberg argumentou que os riscos de permitir que o então presidente continuasse na plataforma eram altos demais e que a decisão poderia ser revista depois de 20 de janeiro, quando Joe Biden assumisse a Casa Branca.

O republicano foi acusado de não apenas incentivar seus apoiadores a invadirem o Congresso, mas também de louvar o ato, o que lhe rendeu o banimento em outras plataformas, como o Twitter, e um segundo processo de impeachment pouco antes do fim do mandato –no qual acabou sendo absolvido.

Ao anunciar sua decisão, o comitê do Facebook disse que a empresa deveria determinar uma "resposta proporcional" e consistente com as regras aplicadas a outros usuários e a criticou por "impor uma pena indeterminada e por tempo indefinido", já que esse tipo de medida não faz parte das regras de uso da rede social -as punições previstas são a suspensão por um período determinado ou o banimento definitivo.

O comitê então deu seis meses para a plataforma decidir qual dessas duas sanções vai impor a Trump, prazo que se encerra em novembro.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Jojo Todynho Há 9 Horas

Jojo Todynho veste roupa que usava antes de perder 50kg. "Saco de batata"

brasil Herança Há 11 Horas

Viúvo de Walewska cobra aluguel para que sogros morem em imóvel da filha

brasil Rio Grande do Sul Há 11 Horas

Governador do RS alerta para "maior desastre da história" do estado

mundo EUA Há 8 Horas

Criança morre após ser forçada a correr em esteira pelo pai

fama Brian McCardie Há 10 Horas

Morre Brian McCardie, ator da série Outlander, aos 59 anos

brasil MORTE-SC Há 10 Horas

Adolescente de 14 anos morre após ser picado por cobra venenosa em SC

mundo Londres Há 10 Horas

Responsável por ataque com espada em Londres tem cidadania brasileira

fama Isabel Veloso Há 11 Horas

Marido de influencer com câncer terminal: 'Finjo que não vai acontecer'

economia INSS Há 9 Horas

INSS começa a pagar 13º antecipado; veja quem tem direito

esporte Arábia Saudita Há 10 Horas

Sem folga: Al Hilal treina após garantir vaga na final; veja as imagens