Neonazistas vandalizam estátuas de George Floyd apoiando ex-policial

Os ataques acontecem às vésperas de anúncio da sentença de ex-policial

© Getty Images

Mundo Violência 25/06/21 POR Folhapress

BAURU, SP (FOLHAPRESS) - O nome de um grupo de extrema direita foi pichado na quinta-feira (24) em duas estátuas erguidas em homenagem a George Floyd, nos estados de Nova York e Nova Jersey.

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Segundo a polícia nova-iorquina, o busto feito em madeira pelo artista Chris Carnabuci e inaugurado no último sábado (19) –data em que os Estados Unidos comemoraram pela primeira vez como feriado nacional o dia que marca o fim da escravidão no país– amanheceu nesta quinta coberto de tinta preta e com a inscrição "Patriot Front" (frente patriota), o nome de um grupo neonazista americano.

"É a epítome não apenas da anti-negritude e do racismo, mas também da falta de decência humana básica sobre a vida de George Floyd", disse Imani Henry, líder de um grupo comunitário no bairro do Brooklyn onde a estátua foi erguida, ao jornal New York Times. "Profanar o tributo a uma pessoa inocente está além do limite."

Para Carnabuci, criador do busto, havia a expectativa de que a obra provocasse reações extremadas, mas não em tão pouco tempo. "Estou triste com isso, mas não completamente chocado." A estátua deve passar por reparos e permanecer no Brooklyn por algumas semanas até ser transferida para a Union Square, no distrito de Manhattan.

As autoridades divulgaram imagens de câmeras de segurança que mostram quatro indivíduos, um deles segurando uma embalagem de tinta spray, andando ao redor da estátua por volta das 3h30 de quinta-feira. Até o momento, nenhum suspeito foi detido pela polícia.

Em uma publicação no Twitter, o governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou a mobilização de agentes especializados para investigar o caso, tratado como crime de ódio. "Vou ser absolutamente claro com o grupo neonazista que fez isso: saia do nosso estado!", escreveu o democrata. Na mesma rede, o prefeito Bill de Blasio prometeu "levar esses covardes à Justiça".

O grupo Patriot Front tem suas raízes em uma organização nacional neonazista e é classificado por entidades que monitoram o extremismo nos EUA como um grupo de ódio.

Em Newark, no estado de Nova Jersey, outra estátua que homenageia Floyd também amanheceu vandalizada nesta quinta-feira. A escultura em bronze com mais de 300 quilos, que o retrata sentado em um banco em frente à prefeitura da cidade, foi pichada com tinta preta e, segundo a polícia, também recebeu inscrições com referência ao grupo neonazista.

O prefeito de Newark, Ras Baraka, lamentou o episódio de vandalismo, que caracterizou como parte de uma tendência de manchar a imagem de Floyd, mais de um ano após sua morte.

"Este ato horrível é a razão pela qual esta estátua precisa permanecer e ser mantida. Não se trata apenas de George Floyd. É um esforço deliberado para contra-atacar e, em última análise, desmantelar os sistemas de ódio, racismo e supremacia branca. Celebramos esses esforços em Newark, e continuaremos a fazê-lo, apesar da ignorância que mostrou sua cara feia", disse Baraka, em um comunicado.

Morto por um policial branco em maio de 2020, durante uma abordadem desastrosa em Minneapolis, George Floyd se tornou um símbolo da luta contra a violência policial e o racismo nos EUA.

O agora ex-policial Derek Chauvin, que aparece com o joelho sobre o pescoço de Floyd no vídeo que se espalhou por todo o mundo, foi considerado culpado pelo assassinato e condenado em três categorias de homicídio. Chauvin foi condenado por "second-degree unintentional murder" (homicídio não premeditado, mas praticado com malícia criminosa de matar durante uma lesão corporal grave), por "third-degree murder" (ato perigoso sem consideração pela vida humana) e por "second-degree manslaughter" (homicídio culposo por negligência).

Nesta sexta, a Justiça deve anunciar sua sentença, que pode aumentar significativamente devido a pelo menos quatro agravantes listados pelo juiz Peter Cahill, responsável pelo caso. Em um parecer divulgado no mês passado, o magistrado disse que os promotores conseguiram provar que Chauvin abusou de sua posição de autoridade, foi "particularmente cruel" ao matá-lo lentamente, e cometeu seu crime na presença de crianças e com a participação ativa de pelo menos três outras pessoas.

Os agravantes permitem que Cahill sentencie Chauvin a até 40 anos de prisão.

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