Empresário morto pelo filho em SP tinha armas iguais às da polícia

A legalidade de alguns dos armamentos não haviam sido confirmada pela SSP (Secretaria da Segurança Pública)

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Justiça Violência 05/08/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O empresário de 42 anos morto pelo filho de 15 anos, com ao menos três tiros, em sua casa, após um suposto caso de violência doméstica em Valinhos (98 km de SP), por volta das 15h de terça-feira (3), mantinha em sua residência oito armas, incluindo um fuzil e pistolas de calibres similares aos usados pelas polícias Militar, Civil e Federal.

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Policiais encontraram na casa da vítima, em um condomínio de luxo, no bairro Joapiranga, um fuzil calibre 556, duas pistolas calibre 9 milímetros, duas pistolas calibre 380, outra calibre ponto 40, dois revólveres calibre 4,5 milimetros e calibre 357, além de 15 carregadores, sendo cinco de fuzil e o restante de pistolas.

Deste total, foram encontrados os registros de dois revólveres e uma pistola. A legalidade dos outros armamentos não havia sido confirmada pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) até a publicação desta reportagem.

O advogado Rafael Oliveira Berti, defensor do adolescente, foi procurado por volta das 13h10 desta quarta-feira (4) e, por meio de um funcionário, afirmou que não iria se manifestar sobre o caso.

O filho e a mulher do empresário, de 35 anos, declararam em depoimento na delegacia de Valinhos, que a vítima teria apontado uma arma de fogo na cabeça de ambos, quando estava no escritório da residência, na noite que antecedeu o crime, "dizendo que ia matá-los."

Após isso, ainda de acordo com o relato de mãe e filho, o homem teria saído de casa, retornando na manhã de terça, quando uma nova discussão teria ocorrido entre os três, com mais ênfase com mulher, "já que as discussões e a violência doméstica eram constantes", conforme diz trecho do depoimento.

Em seguida, segundo a polícia, o homem mandou mãe e filho passarem a comer somente pão e que não era para ambos se alimentarem com outro tipo de comida da casa. Também disse que os dois deveriam ir embora do imóvel.

Quando mãe e filho já haviam arrumado seus pertences e se preparavam para entrar em um carro na garagem, o empresário ordenou ao adolescente para que ficasse em seu quarto, nu, para levar uma surra na qual "ia perder os dentes" e "se não morresse, ia ficar aleijado", conforme relatado à polícia.

Por causa das supostas ameaças, mãe e filho voltaram para dentro de casa e ficaram em cômodos diferentes, ainda conforme registrado pela polícia, no momento em que o empresário teria afirmado que mataria os dois.

Instantes depois, a mulher afirmou ter ouvido um tiro e ter visto o marido correndo em direção à garagem, onde ele entrou em um carro.

O jovem, desconfiado de que o pai teria mais uma arma no veículo e com o intuito de defender a si e a mãe, deu mais dois tiros no pai, também de acordo com depoimentos. Os três disparos, segundo a polícia, atingiram a vítima na região da barriga.

Após isso, a segurança do condomínio interveio, mantendo mãe e filho na sala da casa até a chegada de ambulância, que constatou a morte do empresário ainda no local. A polícia também foi chamada.

Na delegacia, mãe e filho relataram o caso e o jovem acabou liberado para responder ao crime em liberdade.

Em sua avaliação preliminar por escrito, o delegado João Neves Netto afirmou que as condutas relatadas no distrito policial "se amoldam" nos delitos de lesão corporal, ameaça, tentativa de homicídio, "todos praticados no âmbito da violência doméstica", por parte da vítima.

"No tocante à conduta do adolescente vislumbra-se que sua atitude está albergada por verossímil descriminante de legítima defesa", acrescenta o policial em seu parecer.

A SSP afirmou que a polícia aguarda exames e perícia, para dar andamento à investigação do caso.

A ocorrência também já foi encaminhada para a Vara da Infância e da Juventude, ainda de acordo com a pasta.

OUTRO CASO

Em fevereiro, um idoso de 63 anos foi morto pelo próprio filho com marteladas, segundo a polícia, na casa da vítima na Freguesia do Ó (zona norte da capital paulista). Igor Fanti, 21 anos, foi preso temporariamente, por 30 dias, após determinação judicial. Ele era filho único da vítima.

Em depoimento, também segundo a polícia, o jovem confessou o crime, com riqueza de detalhes, alegando ter concretizado o assassinato pelo fato de o pai, o funcionário público aposentado Vicente Dias Fanti, insistir para que o filho procurasse um emprego.

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