Casal em 'Nos Tempos do Imperador', atores celebram papéis 'à frente do tempo'

Ambos personagens, de Gabriela Medvedovski e de Michel Gomes, têm perfis muito progressistas para o período em que a trama se passa (entre 1856 e 1870)

© Divulgação / TV Globo

Fama Novela 16/08/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Intérpretes do par romântico jovem de "Nos Tempos do Imperador" (Globo), Gabriela Medvedovski, 29, e Michel Gomes, 32, têm a função de fisgar os espectadores contemporâneos da novela. Ambos personagens têm perfis muito progressistas para o período em que a trama se passa (entre 1856 e 1870).

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Pilar, a mocinha vivida pela atriz, é uma jovem que sonha em se tornar a primeira médica do Brasil. Ela foge de um casamento arranjado, como era comum na época, para tentar entrar na faculdade. É quando cruza com Jorge, um homem escravizado que também está em fuga e passa a lutar pela abolição no país. Os dois se apaixonam.

"Acho que tanto a Pilar como o Jorge têm mentalidades à frente do tempo", diz Medvedovski em bate-papo com jornalistas, do qual o F5 participou. "Eles não veem a cor deles como uma questão naquele amor que começam a ter. Acho bonito, eles se conectam nesse lugar de serem revolucionários, ele na luta dele e ela na dela."

Já Gomes comemora a possibilidade de viver um personagem tão atual em uma trama de época. "É um brasileiro como eu, fico pensando em como levar para a cena um sentimento que eu sempre carreguei na vida também", compara. "Todo o sofrimento da vida dele... são histórias dos nossos ancestrais."

Ele lembra que o racismo originado nessa época ainda está presente hoje. "Toda vez que estou de moto, levo enquadro", comenta, enfatizando que nem dentro da própria família esteve a salvo dessas situações. "Meu pai era um cara branco, e minha mãe uma negona. Meus avós paternos ficaram sem falar com minha mãe durante 20 anos."

O mesmo ocorre com Medvedovski, que vê em sua personagem uma precursora do feminismo. "A trama no geral traz os elementos históricos de uma maneira muito inteligente, porque os transforma em questionamentos de coisas que vivemos hoje em dia", elogia.

"A Pilar é uma mulher dentro da sociedade que quer ser dona do próprio destino, mas não consegue por ser silenciada. E isso acontece até hoje, não foge muito da nossa realidade em vários aspectos e em vários ambientes", avalia. "Ela simboliza um pouco as mulheres que abriram caminho e em quem podemos nos inspirar para seguir abrindo caminhos para as que virão depois."

A conexão entre personagens tão vanguardistas acaba sendo avassaladora. "A paixão entre os dois é muito intensa", descreve ela. "É um amor profundo que faz com que a gente se reconecte com essa ideia de que existem ligações que podemos estabelecer com as pessoas, que podem nos fazer muito felizes", completa.

Para mostrar esse entrosamento em cena, os atores tiveram que se entregar. "A gente não se conhecia antes", conta Gomes. "Como conseguir fazer isso acontecer sem se conhecer? Sem trocar uma ideia antes? Sem saber quem é quem? Esse é o poder da arte."

O ator elogia a parceira, com quem divide a maior parte do trabalho. "A Gabizinha é uma grande parceira, dá muito para o meu personagem", diz. "Às vezes, estou tentando planejar a cena racionalmente, mas basta olhar para ela que vem todo o sentimento desse cara."

Para ele, o mais difícil é se despir do personagem depois que as gravações terminam. "Ele leva uma dor que já vem da minha raiz, da minha história, da história dos meus amigos, é isso o que eu vivo em cena", diz. "Como fazer esse personagem e depois voltar para casa?"

"Não consigo trabalhar de outra forma que não seja na intensidade de viver aquilo", continua. "Eu levo tudo muito no sentimento, nesse lado visceral. Aí, o corpo não entende, a mente não para. Ainda mais que o tempo que estou em casa é sempre estudando para o dia seguinte e me aprimorando."

Para Medvedovski, o desafio é outro. Ela repete na novela a parceria com Daphne Bozaski e Heslaine Vieira, duas colegas de "Malhação - Viva a Diferença" e da série "As Five" (Globoplay). Porém, precisa imprimir relações diferentes das que já havia estabelecido com as parcerias.

"A gente tem uma intimidade cênica, sabemos muito bem como é o nosso jogo, mas é uma experiência diferente", avalia. "Principalmente com a Heslaine [que vive a rival Zayla], com quem a minha personagem tem grandes embates. Às vezes, a gente vai para o lugar das amigas, e não podemos."

Já Bozaski vive Dolores, a irmã mais nova de Pilar, o que torna tudo mais fácil. "Ela é quase minha irmã na vida real também, temos histórias muito parecidas", conta. "A gente mora no mesmo prédio, conseguimos trazer essa experiência muito pessoal para as telas."

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