Para 69% dos brasileiros, situação econômica do país piorou, diz Datafolha

O número está próximo dos maiores patamares já registrados nos levantamentos em que esse questionamento foi feito

© Reuters

Economia Pesquisa 20/09/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Para 69% dos brasileiros, a situação econômica do país piorou nos últimos meses, segundo pesquisa Datafolha realizada de 13 a 15 de setembro.

PUB

O número está próximo dos maiores patamares já registrados nos levantamentos em que esse questionamento foi feito. Em 2015, no governo Dilma Rousseff (PT), chegou a 82%. Em junho de 2018, no governo Michel Temer (MDB), a 72%.

No governo Jair Bolsonaro (sem partido), a pergunta apareceu nas pesquisas de 2019, quando o resultado ficou em torno de 35%, e agora, em setembro de 2021. A questão não constou dos levantamentos realizados em 2020, após o início da pandemia.

A pesquisa foi feita presencialmente, com 3.667 brasileiros em 190 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.

Mesmo entre apoiadores do governo, prevalece a opinião negativa. Para 31%, a economia melhorou, para 36%, piorou. Para 32%, ficou como estava.

O ambiente econômico se deteriorou nos últimos meses: crise hídrica, desemprego elevado, uma economia estagnada no último trimestre e aumento da inflação e dos juros são alguns exemplos.

Ameaças autoritárias feitas pelo presidente e medidas com impacto fiscal também contribuíram para derrubar a Bolsa e para a alta do dólar.

Segundo o Datafolha, a situação econômica do país piorou para 74% das mulheres e 62% dos homens; para cerca de 70% das pessoas de 16 a 44 anos e de 65% dos entrevistados acima dessa faixa etária; 62% dos evangélicos e 71% dos católicos.

Homens, pessoas mais velhas e evangélicos se destacam no perfil daqueles com avaliação mais positiva do governo, como mostrou a Folha ao divulgar os novos números sobre a popularidade do presidente.

A avaliação da piora na economia cai conforme aumenta a renda do entrevistado. É de 70% na faixa até dois salários mínimos e de 62% naquela acima de dez mínimos, por exemplo.Na escolaridade ocorre o oposto: 64% das pessoas com ensino fundamental e 74% das que têm ensino superior dizem que a economia piorou.

Por região, a avaliação negativa sobre a economia fica em 70% no Sudeste e Nordeste e em 65% nas demais regiões. Por ocupação, destaca-se o índice elevado entre assalariados sem registro (77%) e estudantes (74%) e menor entre empresários (54%).

PRÓXIMOS MESES

O Datafolha também perguntou se, nos próximos meses, a situação econômica do país vai melhorar, piorar ou ficar como está.

Para 39%, vai piorar, percentual que era de 35% na pesquisa anterior, de julho de 2021, e havia alcançado o recorde de 65% no levantamento de março deste ano, quando a crise sanitária se agravou e não havia pagamento de auxílio emergencial.

Nos levantamentos de 2020, após o início da pandemia, 41% tinham expectativa negativa. No início do governo, em 2019, eram 18%.

O índice de quem acha que a economia do país vai melhorar também oscilou na margem de erro, de 30% em julho para 28% em setembro deste ano. Em março, 11% estavam otimistas. No início do governo, eram 50%.

O pessimismo é maior entre as pessoas que têm uma avaliação negativa do governo Bolsonaro: 54% delas acham que o cenário econômico irá piorar. Entre os que avaliam o governo como ótimo/bom está em 13%.

A avaliação sobre a economia é mais negativa entre mulheres (42%), entrevistados com ensino superior (47%), pessoas de 16 a 44 anos e aqueles com renda de até cinco salários mínimos (cerca de 40% nesses dois últimos recortes), todos eles grupos nos quais o governo tem baixa taxa de aprovação.

A expectativa do mercado financeiro é um crescimento da economia próximo de 5% neste ano, resultado que considera o carregamento estatístico do desempenho até o primeiro semestre e contempla uma economia praticamente estagnada no segundo semestre, segundo cálculos feitos por diversos economistas.

A inflação já está próxima de 10%, e os juros devem chegar a 8% no final deste ano.

Com a turbulência política esperada até as eleições presidenciais, as estimativas de crescimento para 2022 começam a ficar abaixo de 1% e, embora a maioria dos analistas afaste o risco de racionamento, um programa de redução de consumo pode jogar o país em nova recessão.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Guarujá Há 14 Horas

Advogado mata mãe, cachorro e se suicida após estupro de sobrinho

mundo Piton Há 16 Horas

Mulher é achada morta dentro de píton de 5 metros em vila na Indonésia

justica Cacoal Há 16 Horas

Mulher decepa pênis do marido por ele falhar durante relação íntima

fama BBC Há 17 Horas

Apresentadora revela agressões do pai com cinto, colher e sopa fervendo

mundo Violência Há 7 Horas

Modelo trans é assassinada após Geórgia aprovar lei anti-LGBTQ+

fama Luan Santana Há 16 Horas

Luan Santana e Jade Magalhães revelam sexo do bebê em vídeo emocionante

lifestyle Truques de Cozinha Há 15 Horas

Como salvar uma receita com excesso de sal: dicas simples e eficazes

mundo China Há 16 Horas

Zoológico na China admite pintar cães para se passarem por pandas; veja

fama Brad Pitt Há 15 Horas

Brad Pitt e namorada elegantes em 'date' na noite de estreia de 'Wolfs'

fama AGATHA-MOREIRA Há 11 Horas

Atriz da Globo, Agatha Moreira erra endereço e vai parar em produtora da RedeTV!