Savala lembra aulas de balé, e Tony Ramos encontro com Paulo Autran em 'Pai Herói'

A Carina vivida por Savala é uma mocinha para lá de sofredora

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Cultura GLOBOPLAY-CATÁLOGO 27/09/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Ainda hoje, 42 anos após a estreia de "Pai Herói", a atriz Elizabeth Savala, 66, é abordada por mulheres chamadas Carina que foram batizadas com este nome por causa da personagem que ela interpretou na trama de 1979 -apesar da coincidência, não é o caso desta repórter.

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"Tem gente que chama Carina que nunca tinha visto a novela e agora vai poder ver e conhecer a origem do seu nome", diz a atriz, rindo. Um dos grandes sucessos de Janete Clair (1925-1983), "Pai Herói" entra no catálogo do Globoplay a partir desta segunda (27) -antes, foi reprisada apenas uma vez no Viva, entre 2016 e 2017.

A Carina vivida por Savala é uma mocinha para lá de sofredora. Bailarina formada no prestigiado American Ballet Theatre e herdeira de uma família rica e tradicional, ela não tem sorte no amor e sua vida é marcada por tragédias.

O primeiro namorado morre após uma discussão com o seu pai, que não aceitava o romance da filha. Sozinha e com uma filha fruto desse amor, ela aceita se casar com o tio, o vilão César (Carlos Zara).

A união não dá certo e, para piorar, César consegue tirar da mãe a guarda da filha, Ângela (Alexandra Vasconcellos/Isabela Garcia). No meio de toda essa confusão, ela conhece e se apaixona por André Cajarana, o mocinho interpretado por Tony Ramos, 73.

Mas até conseguirem ficar juntos, eles enfrentam inúmeros desafios, como um acidente que provoca uma lesão na perna e impede Carina de dançar. Nos capítulos finais, ela ainda leva um tiro e é dada como morta, e André é apontando como o principal suspeito do atentado que ela sofreu.

Enredo muito rocambolesco? Não na visão de Tony Ramos. "Eu adorava a dona Janete, porque ela falava: 'Nunca digam isso é coisa de novela, isso é coisa de cinema, porque são coisas da vida. A vida é tão surpreendente que, se eu colocasse a realidade para valer, ia ficar insuportável'", relembra o ator.

Na trama principal, André Cajarana tenta provar que seu pai foi um herói, e não um bandido como é a sua fama no Rio.

"A dramaturgia vai nos fatos da vida e evidentemente tem que adocicar [a história] ou trabalhar de uma forma que proporcione diversão para o espectador. Que seja um drama, mas que dê conflito e instigue o interesse do público", completa o ator. Assim como Carina, André virou um nome muito popular na época em que a novela foi ao ar.

Para Savala, "Pai Herói" é uma "aula de dramaturgia". "Obviamente que quem assistir não pode esperar, de nenhuma das novelas dessa época, a agilidade atual. Hoje é tudo muito rápido, é quase tudo em linguagem de videoclipe. As pessoas não têm muita paciência para ver", lamenta a atriz. "Tem que assistir como se estivesse vendo um filme da nouvelle vague. É outro ritmo", sugere Savala.

O enquadramento, com close fechado nos olhos, nariz e boca dos personagens, também é diferente dos usados hoje na teledramaturgia, assim como questões técnicas de luz e cenário. "A forma de representar não muda, não. A gente continua com a coisa do realismo, isso não mudou muito", pondera.

Um remake de "Pai Herói" faria sucesso? Elizabeth Savala e Tony Ramos têm opiniões diferentes. Para ele, ainda que fossem necessárias adaptações, "daria super certo".

"Que história mais empolgante não seria essa do filho que quer limpar o nome do pai de que falam mal?", defende o ator. "E bota a música do Fabinho, do Fábio Jr. Essa música foi um achado, linda composição. Tinha gente que me encontrava na rua, num restaurante, e começava a cantá-la", recorda Tony Ramos aos risos. A canção "Pai", que embala a abertura da novela, ajudou a alavancar a carreira de Fábio Jr e se tornou um dos grandes sucessos do artista.

Savala, por sua vez, diz ter dúvidas sobre a viabilidade de um remake. "Não sei se as pessoas fariam essa história hoje. Está tudo tão proibido, se fala tão pouco de tudo", diz a atriz, que também confessa sentir um pouco de ciúme dos papéis que interpretou na carreira.

"O personagem é seu, tem a sua chancela. E vira um pouco filha. A Carina hoje é neta, né", brinca. A Record chegou a anunciar em 2015 que faria uma nova versão da trama, mas depois desistiu da ideia.

DIETA E PAULO AUTRAN

"Pai Herói" é a primeira novela de Paulo Autran (1922 -2007), que fez enorme sucesso como o vilão Bruno Baldaracci. "Que alegria poder contracenar com ele. Eu até confesso que, no primeiro dia que tivemos uma cena juntos, fiquei admirando aquele ator, que eu já conhecia do teatro e de filmes importantes", lembra Tony Ramos.

Ele diz que Autran era um homem simples, que adorava "contar anedotas". "E eu também gosto muito. Foi um encontro fantástico", completa. No último capítulo, em uma cena que entrou para a história da teledramaturgia, Baldaracci, vestido de pierrô, consegue escapar da prisão fugindo em um helicóptero.

Tony Ramos também destaca a parceria com Glória Menezes, que interpretou Ana Preta, e com Savala, com quem repetia o sucesso conquistado no ano anterior em "O Astro" (Globo, 1978).

"Nós no entendíamos automaticamente", ele diz. Savala devolve o elogio: "O Tony é um grande companheiro de cena, ele era como se fosse uma grande rede de proteção: eu sabia que podia confiar nele, e ele sabia que podia confiar em mim."

Para fazer Carina, a atriz lembra que teve de fazer uma dieta rigorosa e aprender a dançar balé em pouco tempo. Eram oito horas de aula por dia com a professora Eugênia Feodorova, nascida na Ucrânia. "Eu nunca tinha dançado. Em um mês, ela me colocou na sapatilha de ponta, o que normalmente levava um ano", diz, lembrando que os pés ficavam "detonados" por causa do balé.

"Apesar de ser magra, eu tive que fazer uma dieta barra pesada, porque uma primeira bailarina é muito magra. Fiquei com 47 kg, e eu tenho 1,70 m de altura", revela. Como na época não existiam alimentos light e diet, Savala lembra que sofreu muito. "Era ovo cozido, salada, tomate e água. Suco também não podia. E à noite era bife grelhado com salada."

Os esforços valeram a pena, porque de certa forma ela realizou o sonho de ser bailarina. "O meu pai não queria que eu fosse bailarina, 'por que imagina uma filha minha de tutu dançando de um lado pro outro, nem pensar'. Acabei sendo atriz", recorda, rindo.

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