Famosos que odiaram suas representações em filmes biográficos

Família Gucci critica retratação "extremamente dolorosa" em nova declaração

Famosos que odiaram suas representações em filmes biográficos

Todo filme tem seus críticos, mas um crítico que você definitivamente não quer é aquele no qual o filme é baseado.

A expectativa para o lançamento da cinebiografia de crime 'Casa Gucci', de Ridley Scott, era alta, mas os herdeiros de Aldo Gucci (interpretado por Al Pacino), que foi presidente da casa de moda Gucci de 1953 a 1986, não ficaram nada satisfeitos com o resultado. A família emitiu um comunicado em 29 de novembro criticando a produção, pois ela "não se preocupou em consultar os herdeiros antes de descrever Aldo Gucci — presidente da empresa por 30 anos — e os membros da família Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis ao mundo ao seu redor", conforme relata a Variety, acrescentando que o filme atribui "um tom e uma atitude aos protagonistas dos eventos conhecidos que nunca pertenceram a eles". A declaração ainda incluia: "Isso é extremamente doloroso do ponto de vista humano e um insulto ao legado no qual a marca é construída hoje".

Outra reclamação da família foi ao retrato de Patrizia Reggiani (Lady Gaga), que ficou presa por quase duas décadas por ter contratado um assassino para matar seu ex-marido Maurizio Gucci (Adam Driver). Segundo eles, a socialite italiana "é retratada não apenas no filme, mas também em declarações de membros do elenco, como uma vítima tentando sobreviver em uma cultura corporativa machista". Eles explicam: "Isso não poderia estar mais longe da verdade" e afirmam que quando a empresa Gucci era um negócio familiar, era "uma empresa inclusiva" com várias mulheres em posições de poder. 

"A Gucci é uma família que vive honrando o trabalho de seus antepassados, cuja memória não merece ser perturbada para encenar um espetáculo que é falso e que não faz justiça aos seus protagonistas", concluiu o comunicado, acrescentando que os "membros da família Gucci reservam-se ao direito de agir para proteger o nome, imagem e dignidade de si mesmos e de seus entes queridos."

Tom Ford, ex-diretor criativo da Gucci, interpretado por Reeve Carney, que tem um pequeno papel no filme, também escreveu um texto no Air Mail criticando as liberdades que o filme tomou, escrevendo que ele ficou "profundamente triste por vários dias" depois de assistir o filme e que ele se sentiu "como se tivesse vivido um furacão" quando eu saiu do cinema. "Isso foi uma farsa ou uma história emocionante de ganância? Eu muitas vezes ri em voz alta, mas eu deveria?"

Confira esta galeria para ver a surpreendente longa lista de famosos que acham que os filmes erraram ao retratá-los.

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BrunoPress

Patrizia Reggiani

Patrizia Reggiani também foi sincera sobre seu desdém pela abordagem de Gaga. "Estou bastante irritada com o fato de Lady Gaga estar me interpretando no novo filme de Ridley Scott sem ter tido a consideração e sensibilidade de vir me encontrar", disse ela à agência italiana ANSA em março, insistindo que "é uma questão de bom senso e respeito". Gaga respondeu, dizendo à Vogue britânica: "Eu senti que só poderia realmente fazer essa história de justiça se a abordasse com o olho de uma  mulher  curiosa interessada em possuir um espírito jornalístico, para que então pudesse ler nas entrelinhas o que estava acontecendo nas cenas do filme. [...] Ou seja, ninguém ia me dizer quem era Patrizia Gucci. Nem mesmo Patrizia Gucci." Gaga também não leu o livro no qual o filme é baseado. Sua abordagem foi focada em tingir o cabelo, falar com sotaque italiano na frente e atrás das câmeras por meses e aprender sobre fotografia. "Não tenho provas de que Patrizia era fotógrafa, mas pensei nisso como um exercício", explicou a cantora. O treinador de dialetos no set também criticou o sotaque de Gaga, chamando-o de mais russo do que qualquer coisa.

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Amanda Knox

Amanda Knox criticou publicamente o filme de Matt Damon, 'Stillwater', e o diretor Tom McCarthy, numa thread no Twitter em 29 de julho por usar sua história sem seu consentimento. O diretor disse à Vanity Fair que o filme, embora fictício, é inspirado na condenação injusta de Knox pelo assassinato de Meredith Kercher, no qual o verdadeiro culpado é Rudy Guede. Amanda Knox censurou a forma como seu nome é usado para chamar a atenção em torno do filme e como as muitas liberdades fictícias tomadas por 'Stillwater' distorcem a percepção do público sobre sua história e, finalmente, sua reputação. "Ao ficcionalizar minha inocência, minha total falta de envolvimento, apagando o papel das autoridades na minha condenação injusta, McCarthy reforça uma imagem minha como uma pessoa culpada e não confiável", escreveu ela. "E com o poder de astro de Matt Damon, ambos certamente lucrarão muito com essa ficcionalização da 'saga Amanda Knox' que certamente deixará muitos espectadores se perguntando: 'Talvez a Amanda da vida real estivesse envolvida de alguma forma'."

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Getty Images

Jada Pinkett-Smith

"All Eyez on Me: A História de Tupac" (2017), a biografia sobre a vida e carreira do falecido rapper Tupac Shakur, teve muitas críticas. A atriz Jada Pinkett-Smith, que era amiga do artista, não gostou da forma como a relação deles foi retratada no filme.

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Frank Abagnale

O falsificador, que inspirou "Prenda-me se For Capaz" (2002), elogiou uma vez o filme porque fez sua fraude parecer glamourosa. Mas, com o tempo e a reflexão moral, Abagnale expressou seu pesar pelo fato de seus piores anos terem sido imortalizados em Hollywood.

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Hunter S. Thompson

O escritor americano não ficou satisfeito com a semibiografia de sua vida, "Where the Buffalo Roam" (1980), que ele chamou de "pilha horrível de lixo", embora tenha dito que o ator Bill Murray fez um bom trabalho.

© Reuters

Joni Mitchell

A produção "Girls Like Us" ainda nem foi feita e ela já a odeia! A cantora e poeta canadense declarou que não aprova suas biografias porque elas supostamente espalham coisas sem sentido sobre ela. Quando surgiram rumores de que Taylor Swift poderia interpretá-la na telona, Joni Mitchell igualmente reprovou a ideia.

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Michael Oher

Com Sandra Bullock no elenco, "Um Sonho Possível" (2009) contava uma história real, mas uma que Michael Oher, o verdadeiro jovem afroamericano que chegou à liga de futebol americano, discordou. O atleta não gostou como a sua trajetória foi adaptada, tirando crédito do seu próprio esforço.

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Dr. Hunter 'Patch' Adams

O verdadeiro médico em que o personagem de Robin Williams foi inspirado em "Patch Adams - O Amor é Contagioso" (1998) teve muitos problemas com o filme. O primeiro foi que o longa focou em seus elementos cômicos e não em seu ativismo e luta. O segundo foi que o ator ganhou milhões pelo papel  e não doou nada desse dinheiro para o hospital.

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Lil' Kim

A rapper tinha visto a audição de Naturi Naughton para "Nenhum Sonho é Grande Demais" (2009) e disse que a atriz era a pior candidata possível para lhe interpretar no filme. Infelizmente para Kim, ela está imortalizada na tela com a interpretação de Naughton.

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David Letterman

O telefilme da HBO "The Late Shift" (1996) conta a história do antigo apresentador do "Tonight Show", Johnny Carson, que se aposenta e a batalha entre Jay Leno e David Letterman para assumir o cargo dele. Letterman disse que a atuação de Michael Higgins o fez parecer um "chimpanzé psicótico".

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Mark Zuckerberg

O fundador do Facebook afirmou que o que foi mais real de "A Rede Social" (2010) foi o seu guarda-roupa. O empresário não gostou da maneira como foi retratado o início do site com o objetivo de conquistar garotas e afirmou ainda que ele teve um parceiro que remonta a antes do Facebook.

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Julian Assange

O fundador do WikiLeaks escreveu para Benedict Cumberbatch pedindo-lhe para não assumir o papel, chamando-o de "tóxico" e "enganoso" e afirmando que o objetivo do filme era criar uma história falsa.

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Marc Schiller

O autor do livro que inspirou o filme "Sem Dor, Sem Ganho" (2013) não gostou do fato do diretor Michael Bay ter transformado sua história repleta de assassinatos reais em uma divertida comédia de ação, estrelada por Mark Wahlberg, Dwayne Johnson e Anthony Mackie. O escritor inclusive sobreviveu a um sequestro e tentativa de homicídio.

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Ike Turner

Representado como um tirano e agressor, Ike Turner obviamente não aprovou a performance do ator Laurence Fishburne em "Tina - A Verdadeira História de Tina Turner" (1993).

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Família de Aaliyah

A família da falecida cantora tentou parar a produção do telefilme "Aaliyah: The Princess of R&B", pois acharam que sua história tinha muita magnitude para permitir que um canal de TV a explorasse. Mas a trama foi lançada em 2014 e não faltaram críticas, desde à escalação de Alexandra Shipp no papel da estrela até a ausência da música de Aaliyah.

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Família de Johnny Cash

Enquanto "Johnny & June" (2005) é considerado uma das melhores cinebiografias da história, a filha do cantor country, Kathy Cash, se opôs à maneira como foi retratada sua mãe, Vivian Liberto, como uma psicopata estridente que odiava a carreira dele.

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Art Howe

Interpretado por Philip Seymour Hoffman em "O Homem que Mudou o Jogo" (2011), o ex-técnico discordou da sua representação física como um homem um pouco mais rechonchudo, além de vários detalhes que ele considerou imprecisos.

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Madonna

Embora a produção pareça estar parada, talvez por causa de Madonna, a Rainha do Pop já declarou em seu Instagram que apenas ela pode contar sua história e que qualquer um que tente é "um charlatão e um tolo".

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Whitey Bulger e Kevin Weeks

"Aliança do Crime" (2015) mostra a saga do gângster Whitey Bulger, interpretado por Johnny Depp, e seu sócio Kevin Weeks, papel de Jesse Plemons. Bulger, que cumpre prisão perpétua, afirmou que o filme coloca injustamente a culpa nele e que a história absolveu o governo federal de seu dever em tudo o que aconteceu.

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BrunoPress 

H. Richard Hornberger

O programa de TV "M * A * S * H" foi baseado no livro homônimo meio autobiográfico de Hornberger, o qual ele era o personagem Hawkeye Pierce. Mas o escritor odiou as insinuações anti-guerra e as tendências liberais adicionadas ao protagonista na série.

Leia também: Todas as cinebiografias que ganharam o Oscar de Melhor Filme!

© Public Domain

Winnie Mandela

O principal problema da esposa do ativista e presidente Nelson Mandela é que ela e sua família não foram consultados, apesar de "Winnie Mandela" (2011) ter sido rodado na África do Sul, país onde ela mora. Ela também opinou que o filme foi um pouco romantizado.

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MC Ren

Embora ele não tenha tido um problema com o filme "Straight Outta Compton: A História do N.W.A." em geral, MC Ren ficou chateado porque achou que sua representação na história, mesmo como um grande colaborador do rapper, não teve o destaque merecido.

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Família de Nina Simone

A família da lendária cantora reprovou o fato de Zoe Saldana ter usado uma prótese no nariz e escurecido a pele para o papel. Eles também não gostaram o fato do filme girar em torno de um relacionamento entre Nina Simone e seu empresário Clifton Henderson que, na verdade, era gay.

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Sarah Palin

Quando se tratou da sua representação na campanha presidencial de 2008 em "Virada no Jogo" (2012), filme protagonizado por Julianne Moore, Sarah Palin afirmou que a narrativa tinha um quê de falsa.

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Olivia de Havilland

A icônica atriz, que morreu aos 102 anos em 2020, entrou com uma ação contra o uso comercial não autorizado de seu nome e identidade na série "Feud", que abordava a rivalidade entre as estrelas Bette Davis e Joan Crawford. Pelo visto, Olivia não gostou da interpretação de Catherine Zeta-Jones como ela.

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Jessica Lynch

A ex-combatente americana, que foi mantida presa durante a Guerra do Iraque, teve seu resgate adaptado no telefilme "Salvando Jessica Lynch". Ela discordou da forma como foi contada a história e das "enormes liberdades dramáticas" que a produção tomou.

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Philip Zimbardo

O famoso psicólogo por trás do experimento com candidatos em uma simulação em uma prisão não aprovou "A Experiência" (2001). Zimbardo disse que o estudo científico e a psicologia como um todo ficaram mal vistas.

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Mark Schultz

O lutador e campeão olímpico, que foi recrutado pelo milionário John DuPont, não gostou de sua interpretação pelo ator Channing Tatum em "Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo" (2014). Schultz disse que o filme arruinou seu legado e reprovou a insinuação de que ele estava a favor de DuPont, que acabou matando outro pugilista.

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Jack Dunn

"Spotlight - Segredos Revelados" (2015) destaca como o jornal Boston Globe expôs a questão do encobrimento da Igreja Católica em torno dos casos de abuso  s e x u a l. Jack Dunn acredita que seu personagem foi retratado de forma moralmente ambígua. Ele processou o filme por difamação e os produtores se desculparam e pagaram uma indenização.

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Andrew Greene

Retratado como um personagem muito menor em "O Lobo da Wall Street" (2014), Andrew Greene não gostou da sua representação como Nicky "Rugrat" Koskoff, um criminoso, usuário de drogas, degenerado e sujeito aparentemente sem ética.

Veja também: Os 30 filmes mais amados e citados de todos os tempos!

© BrunoPress

Cultura Filmes 02/12/21 POR Notícias ao Minuto Brasil


Todo filme tem seus críticos, mas um crítico que você definitivamente não quer é aquele no qual o filme é baseado.

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A expectativa para o lançamento da cinebiografia de crime 'Casa Gucci', de Ridley Scott, era alta, mas os herdeiros de Aldo Gucci (interpretado por Al Pacino), que foi presidente da casa de moda Gucci de 1953 a 1986, não ficaram nada satisfeitos com o resultado. A família emitiu um comunicado em 29 de novembro criticando a produção, pois ela "não se preocupou em consultar os herdeiros antes de descrever Aldo Gucci — presidente da empresa por 30 anos — e os membros da família Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis ao mundo ao seu redor", conforme relata a Variety, acrescentando que o filme atribui "um tom e uma atitude aos protagonistas dos eventos conhecidos que nunca pertenceram a eles". A declaração ainda incluia: "Isso é extremamente doloroso do ponto de vista humano e um insulto ao legado no qual a marca é construída hoje".

Outra reclamação da família foi ao retrato de Patrizia Reggiani (Lady Gaga), que ficou presa por quase duas décadas por ter contratado um assassino para matar seu ex-marido Maurizio Gucci (Adam Driver). Segundo eles, a socialite italiana "é retratada não apenas no filme, mas também em declarações de membros do elenco, como uma vítima tentando sobreviver em uma cultura corporativa machista". Eles explicam: "Isso não poderia estar mais longe da verdade" e afirmam que quando a empresa Gucci era um negócio familiar, era "uma empresa inclusiva" com várias mulheres em posições de poder.

"A Gucci é uma família que vive honrando o trabalho de seus antepassados, cuja memória não merece ser perturbada para encenar um espetáculo que é falso e que não faz justiça aos seus protagonistas", concluiu o comunicado, acrescentando que os "membros da família Gucci reservam-se ao direito de agir para proteger o nome, imagem e dignidade de si mesmos e de seus entes queridos."

Tom Ford, ex-diretor criativo da Gucci, interpretado por Reeve Carney, que tem um pequeno papel no filme, também escreveu um texto no Air Mail criticando as liberdades que o filme tomou, escrevendo que ele ficou "profundamente triste por vários dias" depois de assistir o filme e que ele se sentiu "como se tivesse vivido um furacão" quando eu saiu do cinema. "Isso foi uma farsa ou uma história emocionante de ganância? Eu muitas vezes ri em voz alta, mas eu deveria?"

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