Uso de máscara em locais abertos divide população, diz Datafolha

Para 48% dos entrevistados, o uso de máscaras deveria ser obrigatório tanto em lugares abertos como nos fechados

© Shutterstock

Brasil Pesquisa 22/12/21 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A obrigatoriedade do uso de máscara em locais abertos divide a população no momento em que o número de casos de Covid-19 cai no Brasil, mas a circulação da variante ômicron do coronavírus e uma epidemia de gripe aumentam a preocupação com medidas de proteção.

PUB

Pesquisa Datafolha mostra que, para 48% dos entrevistados, o uso de máscaras deveria ser obrigatório tanto em lugares abertos como nos fechados.

Já 44% dizem que o acessório só deveria ser exigido em ambientes fechados. Outros 8% avaliam que deveria deixar de ser obrigatório em qualquer local, e 1% afirma que não sabe.

Ou seja, 52% são contra a obrigatoriedade das máscaras em locais abertos, enquanto 48% são a favor do uso.

O levantamento foi realizado entre os dias 13 e 16 de dezembro, com 3.666 entrevistas em 191 municípios por todo o país. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

A flexibilização do uso de máscaras entrou em pauta no Brasil com o avanço da vacinação, que já alcança dois terços da população, considerando-se o primeiro ciclo de imunização completo (duas doses ou dose única).

No Rio de Janeiro, a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD) retirou em outubro a obrigatoriedade da utilização do acessório em locais abertos e em novembro fez o mesmo para academias, no caso de pessoas já imunizadas.

Já em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) chegou a anunciar o fim da exigência de máscaras em locais abertos a partir de 11 de dezembro, mas voltou atrás no último dia 2 diante da circulação da ômicron.

Para os integrantes do Comitê Científico, que assessora o governo paulista, há incerteza sobre o impacto da cepa em época de grande circulação de pessoas devido às festas de fim de ano.

Nesta segunda (20), a gestão Doria decidiu renovar a obrigatoriedade do uso de máscaras até 31 de janeiro.

Contribuiu para a decisão também a epidemia do vírus H3N2, que escapa à vacina da gripe aplicada neste ano.

As máscaras são eficientes para proteger tanto contra essa cepa da Influenza como contra o coronavírus.

O uso do acessório pela população passou a ser recomendado pelo Ministério da Saúde em abril de 2020, pouco mais de um mês após o registro do primeiro caso no país.

A medida foi uma entre as diversas orientações sanitárias desrespeitadas na pandemia pelo presidente Jair Bolsonaro. O mandatário apareceu em diversas ocasiões sem a proteção, inclusive em aglomerações.

Seu ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, assumiu a pasta afirmando querer transformar o Brasil em uma "pátria de máscaras", mas depois defendeu o fim da obrigatoriedade do item à medida que se alinhou à agenda ideológica do mandatário.

Não por acaso, o Datafolha mostra que os eleitores de Bolsonaro estão entre os que mais se declaram contra a obrigatoriedade da máscara em qualquer ambiente –são 14%. A região Sul também é a que tem maior proporção de pessoas com essa opinião, registrando o mesmo índice de 14%.

Já a exigência do acessório em qualquer ambiente alcança os maiores patamares entre aqueles com 60 anos ou mais (59%), do Nordeste (58%), entre mulheres (54%) e entre os que reprovam o governo Bolsonaro (54%).

A obrigatoriedade das máscaras, especialmente em ambientes abertos, foi suprimida depois do início da vacinação contra a Covid em países como Estados Unidos, Israel e Reino Unido.Alguns deles tiveram que recuar em parte das medidas conforme houve a disseminação da variante delta, no início do ano.

Os EUA, por exemplo, decidiram voltar a recomendar a máscara em ambientes fechados de regiões de alto risco de contaminação e de escolas em qualquer região do país após dois meses de orientações mais flexíveis.

A importância de barreiras físicas de proteção contra o coronavírus se deve ao fato de que as vacinas reduzem a gravidade e o risco de transmissão do vírus, mas não o evitam por completo.

Ainda assim, o avanço da imunização no Brasil mantém uma percepção recorde de controle da pandemia no país, mostra o Datafolha.

A parcela que avalia que a situação está totalmente controlada chegou a 11% -eram 9% em setembro e 5% em julho.

Já 68% avaliam que a pandemia está parcialmente controlada, ante 71% em setembro e 53% em julho. Outros 20% avaliam que ela está fora do controle, mesmo índice de setembro, quase metade do de julho (41%).

A percepção de que a pandemia está totalmente controlada é maior entre os eleitores de Bolsonaro (22%) e entre os que aprovam seu governo (24%).

Já a visão de que a situação está fora de controle é mais prevalente entre aqueles com renda de até dois salários mínimos (26%), entre os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (26%) e entre os que reprovam o governo de Bolsonaro (26%).

No Brasil, as médias móveis de óbitos e casos por Covid têm se mantido, em geral, estáveis, com diminuições recentes que levaram a menos de 200 vidas perdidas por dia.

Mas diversos estados vêm apontando dificuldades para registrar dados de mortes, infecções e vacinas desde que um ataque cibernético afetou o sistema do Ministério da Saúde, no dia 10 deste mês. A situação, até agora, não foi normalizada.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

justica Santos Há 6 Horas

Homem é flagrado abusando sexualmente de moradora em situação de rua

politica CHUVA-RS Há 1 Hora

Mortes pelas chuvas chegam a 75 e governador fala em 'Plano Marshall'

mundo Miami Há 10 Horas

Saco com é cobras encontrado nas calças de passageiro em aeroporto

fama MADONNA-RIO Há 9 Horas

Madonna fez da praia de Copacabana a maior pista de dança do mundo

fama Bruce Willis Há 10 Horas

Após diagnóstico de demência, como está Bruce Willis?

tech Espaço Há 21 Horas

Missão europeia revela imagens mais detalhadas da superfície do Sol

fama PAULO-GUSTAVO Há 5 Horas

Thales Bretas relembra morte de Paulo Gustavo: 'Horas boas, horas bem amargas'

fama Rio de Janeiro Há 10 Horas

Madonna encerra show histórico em Copacabana com homenagem a Michael Jackson

brasil Rio Grande do Sul Há 6 Horas

Loja da Havan fica debaixo d'água em Lajeado, no Rio Grande do Sul

brasil Brasil Há 22 Horas

Pastor assume que beijou filha na boca: "Que mulherão! Ai, se eu te pego"