Usina de Tchernóbil está sem energia e pode emitir radiação para Europa, diz Ucrânia

A Energoatom diz que a linha de transmissão de energia entre Tchernóbil e a capital Kiev foi danificada pelos ocupantes russos

© Reuters

Mundo Usina 09/03/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A companhia Energoatom, que opera as quatro usinas nucleares da Ucrânia, informou nesta quarta-feira (9) que a estação de Tchernóbil está sem energia elétrica, em meio ao conflito com a Rússia. Segundo a estatal, a falha no fornecimento pode fazer com que o combustível nuclear estocado no local aqueça e emita radiação pela Europa.

PUB

No comunicado, a empresa diz que a linha de transmissão de energia entre Tchernóbil e a capital Kiev foi danificada pelos ocupantes russos. O combustível armazenado no local precisa de resfriamento contínuo, e caso a temperatura aumente, pode liberar substâncias radioativas. "O vento pode levar essa nuvem radioativa a outras regiões da Ucrânia, Belarus, Rússia e Europa", diz a nota.

Após a declaração, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) afirmou que a falta de luz na região não tem grande impacto sobre a segurança e que há insumos suficientes nas instalações para resfriar o material mesmo sem energia elétrica."A carga térmica da piscina do depósito de combustível usado e o volume de água de resfriamento são suficientes para garantir uma saída eficaz do calor sem eletricidade", publicou a entidade nas redes sociais.

A Energoatom disse ainda que os sistemas de ventilação e extinção de incêndio não estão funcionando, o que pode fazer com que os funcionários recebam uma dose perigosa de radiação e um incêndio se propague rapidamente se houver um bombardeio no local.

De acordo com a empresa, é impossível fazer os reparos necessários para restabelecer a eletricidade, já que há combate na região.

Segundo a ONU, os trabalhadores da usina de Tchernóbil estão trabalhando ininterruptamente desde o início do conflito, que chegou nesta quarta-feira (9) ao 14º dia. O diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, condenou a situação.

"Estou profundamente preocupado sobre a situação difícil e estressante dos trabalhadores da usina nuclear de Tchernóbil, e o risco que isso carrega. Eu peço que as forças no controle do local facilitem a rotação segura dos funcionários", disse.

A usina de Tchernóbil foi onde ocorreu o maior acidente nuclear da história, em 1986. Um dos reatores da usina explodiu e causou a morte imediata de 30 pessoas. Quase 340 mil pessoas que moravam num raio de 30 quilômetros da usina precisaram ser evacuadas, e altos níveis de radiação foram registrados na Polônia, Áustria, Suécia e Bielorrússia.

Desde 2015, os reatores estão na fase de descomissionamento, quando só cientistas continuam trabalhando para observar a situação da radiação. "A descontaminação de Tchernóbil envolveu uma massa de 1,5 milhão de pessoas, teve um custo altíssimo e acabou em 2017. O espaço foi lacrado, virou uma espécie de sarcófago e na sequência se transformou em um roteiro turístico", explica Leonardo Trevisan, professor de geoeconomia internacional da ESPM.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

esporte Ranking Há 16 Horas

Com Neymar, Forbes divulga lista dos atletas mais bem pagos do mundo

politica Meio Ambiente Há 7 Horas

Vereador do PL diz que 'peso das árvores' causou tragédia climática no RS

fama Emergência Médica Há 7 Horas

Tony Ramos passa por cirurgia de emergência após hemorragia intracerebral

fama LUCIANA-GIMENEZ Há 23 Horas

Luciana Gimenez comemora formatura do filho, Lucas Jagger, na Universidade de Nova York

justica Caraguatatuba Há 6 Horas

Adolescente de 16 anos desaparecida é achada morta; suspeito foi preso

fama Tony McFarr Há 5 Horas

Dublê de Chris Pratt em 'Guardiões da Galáxia' morre aos 47 anos

fama Chicleteiros Há 6 Horas

Morre Missinho, primeiro vocalista da banda Chiclete com Banana

fama Cantor Há 5 Horas

'Se eu estiver morrendo, bota ácido da melhor qualidade na minha boca', diz Ney Matogrosso

justica São Paulo Há 7 Horas

Homem é inocentado após passar 12 anos preso injustamente por estupro

economia Saque-Calamidade Há 6 Horas

Saque-Calamidade está disponível a trabalhadores de 59 cidades gaúchas