Justiça bloqueia reconhecimento facial no metrô de SP

A decisão liminar é da juíza Cynthia Thomé, da 6ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que considerou haver "potencialidade de se atingir direitos fundamentais dos cidadãos" e necessidade de análise de questões técnicas.

© Shutterstock

Brasil METRÔ-SP 23/03/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Justiça bloqueou o funcionamento de tecnologias de reconhecimento facial no metrô da capital paulista. A decisão liminar é da juíza Cynthia Thomé, da 6ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, que considerou haver "potencialidade de se atingir direitos fundamentais dos cidadãos" e necessidade de análise de questões técnicas.

PUB

A ação foi ajuizada pelas defensorias públicas do estado e da União e por entidades como o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), o Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social, a Artigo 19 Brasil e América do Sul e o Cadhu (Coletivo de Advocacia em Direitos Humanos).

A Folha de S.Paulo tentou contato com o Metrô, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

Os proponentes da ação disseram que o sistema de reconhecimento facial não atende a requisitos legais previstos na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), no Código de Defesa do Consumidor, no Código de Usuários de Serviços Públicos, no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), na Constituição e em tratados internacionais.

A LGPD, de forma geral, aponta para a necessidade do tratamento de dados pessoais respeitar os direitos humanos, a dignidade e a cidadania.

Um dos pontos centrais da ação é o fato já conhecido de que tecnologias de reconhecimento facial têm um risco associado de discriminação de pessoas negras, não binárias e trans, devido a problemas de precisão. Há também questionamentos acerca da coleta de dados de crianças e adolescentes sem o consentimento dos pais ou responsáveis.

Anteriormente, o Metrô afirmou que "a implantação do sistema atende aos requisitos da Lei Geral de Proteção de Dados".

Essa não é a primeira vez que o Metrô paulistano é questionado judicialmente por causa das tecnologias de reconhecimento facial. Inclusive, a ação em questão se utilizou de documentos apresentados pelo Metrô em uma ação judicial anterior.

Em 2018, o Idec entrou com uma outra ação civil pública contra a ViaQuatro, concessionária da linha 4-amarela do metrô , pela coleta ilegal de dados que identificam as "emoções" das pessoas. Uma liminar do mesmo ano ordenou o desligamento das câmeras.

A ViaQuatro, em 2021, foi condenada a pagar R$ 100 mil pela captação das imagens por câmeras de reconhecimento facial sem o consentimento dos passageiros.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo EUA Há 11 Horas

Faxineira pede demissão após 27 minutos de trabalho em hotel; entenda

fama Anthony Vella Há 9 Horas

YouTuber sofre grave acidente em queda de paraglider filmada; assista

fama Gusttavo Lima Há 9 Horas

Gusttavo Lima interrompe espetáculo após mulher ser agredida

economia DESENROLA-BRASIL Há 11 Horas

Saiba como se inscrever no Desenrola Brasil e negociar suas dívidas

mundo EUA Há 10 Horas

Desaparecida, filha do co-fundador do Slack é flagrada em van com homem

esporte São Paulo FC Há 11 Horas

Filho de Will Smith posta foto com camisa do São Paulo e web reage; veja

justica Violência Há 2 Horas

Homem é assassinado com 23 tiros durante raio-x em hospital na Bahia

justica Paraíba Há 9 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

lifestyle Saúde Há 10 Horas

Três carboidratos que ajudam a controlar os níveis de açúcar no sangue

justica Régis Bittencourt Há 10 Horas

Casal de empresários é achado morto dentro de carro em posto de gasolina