© © WSL / Poullenot 
Com muito vento rasgando negativamente na formação das ondas na final, Filipinho precisou mostrar todo seu talento para somar sua 11ª vitória na carreira em 16 decisões. A primeira onda não foi muito boa e apenas nota 6,00. Ele optpu por trocar de prancha e a segunda acabou se tornando a melhor da final, terminando com aéreo e 8,17 na conta. Foi logo abrindo 9,00 pontos sobre o jovem australiano.
Ainda pegaria mais uma onda interessante para frear a reação de Callim, que conseguiu um 7,77. Felipinho fez 6,57 e abriu vantagem interessante. No fim, apenas administrou o 14,74 diante de 12,94 para comemorar pela primeira vez no ano um dia após completar 27 anos.
"Eu levei nove anos para finalmente badalar esse sino e o Callum já chegou tão próximo no seu primeiro ano, então ele pode esperar um pouco mais né", brincou o brasileiro. "Infelizmente, a final não foi no Bowl, mas em Rincon e tinha muito vento, estava bem difícil. Mas foi divertido, porque deu para surfar umas ondas boas ainda. Quero agradecer a todo o meu time, porque sem eles eu não estaria aqui e parabenizar todos os surfistas que chegaram nesse dia final", disse.
O surfista ainda lembrou das dificuldades durante a pandemia de covid-19. "Quero parabenizar a WSL, porque tivemos momentos difíceis, campeonatos cancelados, num ano que o mundo parou, mas trabalharam duro para voltar o circuito no ano passado e agora aqui para Bells. É muito poder estar aqui nesse lugar especial, com muita história e eu não poderia estar mais feliz com esse presente", festejou.
Filipinho é o quarto brasileiro na história a tocar o sino na badalada disputa em Bells Beach. Silvana Lima, em 2009, Adriano de Souza, o Mineirinho, em 2013, e Italo Ferreira, em 2018, foram os outros brasileiros a ganharem na etapa, que teve atletas do País nas últimas quatro decisões.
Após nove anos de espera, Felipinho deixou o mar carregado, com bandeira do Brasil na mão direita e sem esconder a felicidade no semblante: "é campeão, é campeão", gritava, ao mesmo tempo em que agradecia aos céus. Ele bateu na trave na última edição em Bells Beach, ao cair na final para o havaiano John John Florence, a quem se vingou nesta edição.
"Todo mundo estava esperando essa bateria (com Florence). Eu me preparei mentalmente para vir com tudo para vencer. Eu estava muito confiante em surfar o meu melhor em cada onda. Na verdade, eu orei bastante antes da bateria (com o havaiano), pedindo a Deus para me mandar a primeira onda e minhas preces foram atendidas. Veio aquela onda incrível (9,63) e eu ganhei mais confiança para o restante da bateria", lembrou, no pódio.
O surfista paulista sai de Bells Beach com a liderança do Circuito Mundial e disparado na frente, com 5.780 pontos de vantagem sobre Kanoa Igarashi, o anterior líder. Felipinho subiu para 24.400 pontos, enquanto o japonês figura com 18.620, seguido pelo havaiano John John Florence, eliminado pelo brasileiro nas quartas de final, que tem 16.905.
O Brasil tem mais três representantes no Top 20 Mundial. O campeão olímpico Italo Ferreira está em sétimo após queda questionável nas quartas de Bells Beach, Miguel Pupo, em 10°, e Samuel Pupo em 18°. Cuidando do psicológico, Gabriel Medina ainda não fez sua estreia na temporada.
A primeira defesa da lycra amarela de líder do Circuito Mundial de Surfe será a partir do dia 24, novamente na Austrália. Felipinho defenderá a conquista de 2020 no Margaret Tiver Pro, onde o Brasil teve dobradinha no topo do pódio, com Tatiana Weston-Webb também brilhando.
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