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MÔNICA BERGAMO (FOLHAPRESS) - O apresentador José Luiz Datena, que se filiou ao PSC e é pré-candidato ao Senado, diz que faz "questão" que Sergio Moro dispute o mesmo cargo por São Paulo "para ele perder nas urnas".
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Impedido por seu atual partido, o União Brasil, de concorrer à Presidência da República, o ex-juiz cogita disputar o Senado pelo estado.
Datena ironizou uma publicação nas redes sociais do ex-juiz em que ele aparece fantasiado de super-herói. E explicou à Folha de S.Paulo a vontade de que disputem votos : "Moro para mim não é o Batman. Ele é o Coringa. Ele desarmou a Lava Jato quando fez um julgamento viciado de Lula. As palavras não são minhas, são do Supremo Tribunal Federal [STF, que declarou nulo o julgamento contra o petista no caso do triplex]".
Ele segue: "Depois desse julgamento viciado, ele aceitou um cargo do [Jair] Bolsonaro para ser ministro da Justiça, o mesmo Bolsonaro que foi beneficiado pela condenação do Lula. Pouco depois, saiu do governo traindo [o presidente] e aceitou um cargo em uma empresa americana [a Alvarez & Marsal, onde foi consultor] para defender os bandidos que tinha colocado na cadeia. Moro é uma sequência de contrassensos".
Moro respondeu às críticas do apresentador sobre sua fantasia no Twitter: "Datena, minha história é totalmente diferente da sua. Combati a corrupção e o crime organizado como ninguém fez nesse país. Tive coragem e posição firme, ao contrário de você que vive em uma bolha de vidro e não sabe se apoia Lula ou Bolsonaro. Aí as pessoas vaiam e com razão".
Datena foi vaiado por apoiadores de Bolsonaro em evento em que esteve ao lado de Tarcísio de Freitas, pré-candidato ao governo de SP pelo Republicanos e apoiado pelo presidente.O apresentador afirma que segue candidato e que, apesar das conversas que mantém com o Republicanos, pode se lançar em uma chapa pura do PSC para o Senado.
"Tenho falado com o Tarcísio, mas pouco", afirma Datena.
Apesar de o partido de Datena, o PSC, ter uma estrutura mais modesta que outras legendas, o apresentador tem forte apelo eleitoral. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada em março, ele chega a 39% dos votos, e estava na dianteira no cenário pesquisado, em que os outros candidatos eram Márcio França (15%) e Paulo Skaf (13%).
"Essa é uma outra diferença entre eu e Moro: ele saiu de um partido menor, o Podemos, para um partido de bilhão, o União Brasil. Eu fiz o caminho inverso", afirma.