'Foi violência física', diz mulher que denunciou agressão no Qatar

Paola Schietekat foi condenada a 100 chibatadas e a sete anos de prisão no Qatar por denunciar as agressões de um homem

© Shutterstock

Esporte Futebol 02/05/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (UOL-FOLHAPRESS) - Paola Schietekat, que é mexicana, foi condenada a 100 chibatadas e a sete anos de prisão no Qatar -país que sediará a Copa do Mundo- após denunciar a agressão de um homem. Em entrevista ao Fantástico, da Globo, ela comentou sobre a situação que viveu no país do Oriente Médio.

PUB

"Estava no meu apartamento e fui agredida por alguém que eu conhecia. Eu o conhecia da comunidade latina, não há muitos latinos no Qatar. Foi violência física, me deixou com marcas no corpo", disse.

Schietekat chegou a Doha, capital do Qatar, no início de 2020 para trabalhar como economista do Comitê Supremo, entidade encarregada de organizar a Copa do Mundo.

Ela conta que, quando procurou as autoridades para registrar sua queixa de agressão, o caso teve uma reviravolta. Paola foi acusada de "sexo extraconjugal" -manter uma relação sem ser casada. Segundo a Lei Sharia, do sistema jurídico do Islã, as vítimas de violência sexual podem ser processadas por adultério, prevendo a pena de 100 chibatadas e sete anos de cárcere.

Paola disse que o homem contou para as autoridades que eles tinham uma relação, o que não é verdade, para se livrar das acusações. Com isso, a jovem foi condenada com a pena prevista pelas leis islâmicas. Apesar disso, lhe foi dada uma alternativa para se livrar da pena: se casar com seu agressor.

Paola conseguiu deixar o Qatar no ano passado, antes de receber qualquer punição, mas desde então diz que a Justiça não foi feita em seu caso e que seu agressor permanece livre -ele não chegou nem a ser acusado.

No mês passado, ela recebeu uma boa notícia, o caso voltou para a promotoria e isso significa que ele pode ser arquivado.

A Fifa respondeu ao Fantástico, em nota, dizendo que Paola deve receber cuidados e assistência, e que continuará acompanhando o caso até que ele esteja completamente encerrado.

"O futebol ajuda no empoderamento feminino, reduz a delinquência juvenil e a violência. A Fifa teme que as pessoas politizem o futebol, mas futebol é política e é uma ferramenta superimportante", completou.

A Copa do Mundo do Qatar acontece no final deste ano, entre 21 de novembro e 18 de dezembro.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Luto Há 23 Horas

Morre aos 95 anos o ator e comediante José Santa Cruz

tech ESA Há 20 Horas

Sonda da Agência Europeia detecta 'aranhas' em Marte

fama DEBORAH-EVELYN Há 19 Horas

Famosos cometem gafe ao elogiar Deborah Evelyn em foto com marido

brasil Paraíba Há 19 Horas

Menina de 6 anos tem pinos colocados em perna errada

mundo Titanic Há 23 Horas

Relógio de ouro do homem mais rico no Titanic vai ser leiloado

lifestyle Signos Há 20 Horas

Estes são os três signos que adoram ser independentes!

mundo Argentina Há 22 Horas

Bebê morre após ser abandonado pela mãe em stand de carros na Argentina

fama Iraque Há 15 Horas

Influencer iraquiana é morta a tiros em Bagdá

tech Ataque Há 20 Horas

Hackers vazam imagens de pacientes de cirurgia nus e prontuários de clínica de saúde sexual

mundo Equador Há 22 Horas

Queda de helicóptero militar no Equador causa morte dos oito tripulantes