Os tratamentos para saúde mental através dos séculos
Descubra a surpreendente história da saúde mental e seus tratamentos
Os tratamentos para saúde mental através dos séculos
A abordagem da sociedade para o tratamento de doenças mentais mudou radicalmente ao longo dos séculos. Esta perspectiva evoluiu entre culturas e no decorrer do tempo à medida que a compreensão da condição humana mudava junto com os avanços da ciência, medicina e psicologia. A história e a evolução da saúde mental e do tratamento dado a doenças mentais têm sido, muitas vezes, chocantes e assustadoras e explicam muito sobre o cenário atual dos cuidados com a saúde mental nos dias de hoje.
Quer saber mais sobre a história perturbadora dos tratamentos de saúde mental? Então confira a galeria.
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Problemas de saúde mental não são recentes
A doença mental pode parecer um fenômeno recente, mas tem sido observada ao longo da história humana. O termo "higiene mental" se espalhou no campo médico a partir do século XIX. Antes disso, não havia um termo oficial para descrevê-la.
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A história dos tratamentos de saúde mental
Por meio de casos documentados, historiadores e profissionais de saúde mental têm acesso a evidências da história da doença mental. Transtornos agora conhecidos como depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e transtorno bipolar tiveram nomes como histeria, psicose e até possessão demoníaca.
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Problemas de saúde mental na Antiguidade
Teorias da Antiguidade sobre doenças mentais eram, frequentemente, resultado da crença no sobrenatural, e eram consideradas como possessão demoníaca ou maldições. Descobertas antropológicas que datam de 5000 a.C. mostram evidências de trepanação (cirurgia na qual são feitos furos no crânio) já naquela época.
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Trepanação
Acreditava-se que abrir um buraco no crânio permitiria que espíritos malignos que habitavam na cabeça fossem libertados. Surpreendentemente, como não era um procedimento fatal, a trepanação continuou a ser usada por séculos.
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Rituais de sacerdotes-médicos
Sacerdotes-médicos, como os da Antiga Mesopotâmia, e xamãs usavam rituais baseados na religião e na superstição, pois acreditavam que a possessão demoníaca era a razão por trás de distúrbios mentais.
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Os antigos egípcios eram mais progressistas
A antiga civilização egípcia era notavelmente avançada no campo da medicina para seu tempo. Era comum que fossem recomendadas atividades recreativas aos pacientes, como música, dança ou pintura, para aliviar sintomas de doença mental.
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Hipócrates
Era uma crença padrão nas sociedades antigas que a doença mental tinha uma origem sobrenatural. No entanto, entre os séculos V e III a.C., o médico grego Hipócrates rejeitou essa ideia e escreveu que os desequilíbrios no pensamento e no comportamento eram de ocorrências naturais no corpo, em particular, no cérebro.
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Os quatro humores
Hipócrates, Galeno e Sócrates desenvolveram a ideia de que existiam quatro elementos essenciais para o corpo humano: sangue, fleugma, bílis amarela e bílis negra. Conhecidos como humores corporais, quando esses elementos se desequilibravam, o resultado era a doença mental. Essa crença persistiu durante toda a Idade Média.
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Tratamentos na Idade Média
Médicos da época davam laxantes, aplicavam sanguessugas e faziam ventosaterapia como forma de restaurar as proporções de humores no corpo. O tabaco importado das Américas era usado para fazer os pacientes vomitarem o excesso de humor. Em outros tratamentos, médicos extraíam sangue da testa para drenar os humores de culpa para longe do cérebro.
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Cuidados com doenças mentais
Intervenções externas e instalações para tratamento residencial eram raras. Foi só em 792 d.C., em Bagdá, que o primeiro hospital psiquiátrico foi fundado.
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Vergonha
Enquanto isso, na Europa, as famílias viam seus parentes mentalmente doentes como fonte de vergonha e humilhação. Muitas famílias escondiam esses familiares em porões, às vezes até aprisionando-os em gaiolas. Também era comum bater neles como uma forma de represália por seu comportamento antissocial e indesejado.
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Casas de trabalho e hospícios
Algumas opções além do cuidado familiar surgiram durante a Idade Média. Uma solução comum era enviar os doentes mentais para casas de trabalho, instituições públicas onde as pessoas mais pobres recebiam abrigo e comida em troca de trabalho. Outros eram internados em hospitais gerais, mas muitas vezes eram abandonados e ignorados.
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Sem tratamento real
Essas instalações não ofereciam tratamento real e conforto aos doentes mentais e forçava os pacientes a viver em condições desumanas e submetidos a abusos cruéis.
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As raízes da reforma
No século XIX, à medida que a notícia sobre os ambientes horríveis dentro dos asilos se espalhava, surgia um apelo à reforma. Um exemplo disso ocorreu num asilo em Devon, Inglaterra, que abandonou métodos de tratamento baseados na contenção.
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Tratamento moral
No entanto, foi em Paris, em 1792, que o médico Philippe Pinel fez uma das reformas mais importantes no tratamento da saúde mental. Pinel desenvolveu a hipótese de que pacientes com doenças mentais precisavam de cuidados e bondade para que suas condições melhorassem.
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A queda do tratamento moral
O tratamento moral foi altamente eficaz, mas desapareceu durante o século XIX. Os críticos argumentaram que o método não tratava realmente os pacientes, mas os tornava dependentes de seus médicos e dos funcionários do hospício. No século XX, historiadores e médicos contemporâneos argumentaram que o método moral simplesmente substituiu uma forma de controle por outra.
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Sigmund Freud
Um grande avanço no tratamento da doença mental veio com a carreira do neurologista e psiquiatra austríaco Sigmund Freud. Ele ficou mais conhecido pela sua teoria da psicanálise. Isso deu origem à prática de "cura através da fala" e da livre associação, incentivando o paciente a falar sobre o que viesse à mente.
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Sigmund Freud
A teoria de Freud era que a conversa abria uma porta para a mente inconsciente do paciente, concedendo acesso a qualquer tipo de pensamentos e sentimentos reprimidos que pudessem ter causado a instabilidade mental.
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Terapia eletroconvulsiva
A psicologia convencional, porém, não pensava muito na psicanálise, mas a atenção dada ao trabalho de Freud abriu outras portas para tratamentos de saúde mental, como a terapia eletroconvulsiva. Isso porque o tratamento se originou do modelo biológico de doença mental, que afirmava que os problemas de saúde mental eram causados por desequilíbrios bioquímicos no corpo.
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Terapia eletroconvulsiva
A terapia de eletrochoque mostrou-se promissora no início, mas foi rapidamente abandonada porque as convulsões que induzia em pacientes eram tão severas que as pessoas ficavam com muito medo de participar voluntariamente. Rumores sobre abusos e tortura se espalharam. Médicos e administradores ameaçavam usar terapia eletroconvulsiva em pacientes que não cooperassem.
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Lobotomia
A lobotomia foi desenvolvida pela primeira vez na década de 1930. O paciente era colocado em coma e, em seguida, o médico martelava um instrumento através do topo de ambas as órbitas oculares. O processo cortava os nervos que ligavam os lobos frontais (que regulam o comportamento e a personalidade) ao centro interno do cérebro (que regula a emoção).
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Lobotomia
A ideia por trás das lobotomias era acalmar pacientes incontrolavelmente histéricos ou emocionais, especialmente com condições como esquizofrenia e transtorno bipolar. O procedimento foi largamente interrompido após a criação dos primeiros medicamentos psiquiátricos na década de 1950.
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Terapia de coma de insulina
Introduzida em 1927, essa terapia foi usada até a década de 1960. O coma de insulina colocava o paciente nesse estado ao diminuir o nível de açúcar no sangue. Isso porque acreditavam que grandes flutuações nos níveis de insulina poderiam alterar o funcionamento do cérebro. O coma de insulina poderia durar de uma a quatro horas, mas um dos riscos era que o coma se prolongasse.
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Terapia de metrazol
Na terapia de metrazol, os médicos estimulavam convulsões usando um medicamento estimulante. As convulsões começavam cerca de um minuto após o paciente receber a injeção e poderiam resultar em ossos fraturados, músculos rasgados e outros efeitos adversos. Embora este tratamento fosse perigoso e ineficaz, a terapia convulsiva foi a precursora da terapia eletroconvulsiva.
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Lítio
Em 1949, um psiquiatra australiano introduziu a droga Lítio no mercado. A remédio não curava a psicose, mas mostrou-se melhor em controlar os sintomas do que qualquer outro método anterior.
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Remédios
À medida que o lítio se tornou o padrão para o tratamento de saúde mental, outras drogas como Valium e Prozac tornaram-se nomes conhecidos durante o século XX. Estes se tornaram alguns dos medicamentos mais prescritos para a depressão em todo o mundo.
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O declínio das instalações dedicadas
Com o aumento das drogas, instalações dedicadas a abrigar doentes mentais declinaram. Embora isso indicasse uma tendência positiva, também criou um problema para pessoas com graves problemas de saúde mental, particularmente aquelas sem rede social ou familiar para apoiar sua recuperação ou pobres.
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Ativismo pela saúde mental
Hoje, o estigma em torno da doença mental diminuiu com o novo conhecimento sobre o assunto. Tudo graças aos defensores da saúde mental e figuras públicas que tomaram a frente na conscientização.
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Lifestyle
História
05/05/22
POR Notícias ao Minuto Brasil
A abordagem da sociedade para o tratamento de doenças mentais mudou radicalmente ao longo dos séculos. Esta perspectiva evoluiu entre culturas e no decorrer do tempo à medida que a compreensão da condição humana mudava junto com os avanços da ciência, medicina e psicologia. A história e a evolução da saúde mental - e do tratamento dado a doenças mentais - têm sido, muitas vezes, chocantes e explicam muito sobre o cenário dos cuidados com a saúde mental nos dias de hoje.
Quer saber mais sobre a história perturbadora dos tratamentos de saúde mental? Então confira a galeria.
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