Finlândia abandona neutralidade e anuncia candidatura à Otan

"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente finlandês, Sauli Niinistö.

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Mundo FINLÂNDIA-GOVERNO 15/05/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Finlândia decidiu solicitar a adesão à Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte), anunciaram neste domingo (15) o presidente e a primeira-ministra do país, abandonando décadas de não alinhamento militar após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

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"É um dia histórico. Começa uma nova era", declarou o presidente finlandês, Sauli Niinistö, em uma entrevista coletiva, ao oficializar o que vinha sinalizando que faria desde a semana passada.

"Conseguiremos segurança e a estenderemos para a região do mar Báltico e para toda a aliança", disse ele a repórteres.O Parlamento finlandês deve examinar na segunda-feira o projeto de adesão, mas analistas consideram que a grande maioria dos congressistas apoia a iniciativa. A Suécia também deve solicitar o ingresso no tratado, seguindo Helsinque e abandonando décadas de neutralidade.A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 quilômetros com a Rússia, permaneceu como um país não alinhado durante 75 anos. Mas depois que a Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em fevereiro, o consenso político e a opinião pública se inclinaram a favor da adesão à aliança militar.O presidente finlandês e a primeira-ministra Sanna Marin tinham anunciado na quinta-feira que eram favoráveis a uma adesão "sem demora" à Aliança Atlântica.Moscou advertiu em várias ocasiões para consequências caso Helsinque e Estocolmo se juntassem à aliança.No sábado, Niinistö ligou para o colega russo, Vladimir Putin, para comunicar que o país estava prestes a solicitar a adesão. Putin respondeu que seria um erro o país abandonar sua neutralidade e se unir ao tratado.Mais reticente em abandonar uma neutralidade que remonta ao século 19, a Suécia também caminha rapidamente para oficializar uma candidatura à aliança militar.Após debates internos na semana passada, os sociais-democratas da primeira-ministra Magdalena Andersson devem mostrar neste domingo serem favoráveis à adesão. Espera-se que as lideranças do partido, o maior de todas as eleições desde o século passado, vençam as discussões internas e apoiem a adesão ao bloco, o que daria ampla maioria aos favoráveis à candidatura no Parlamento sueco -grande parte da oposição já é a favor.O próximo passo seria uma solicitação formal do governo de Andersson.Em paz desde as guerras napoleônicas, a Suécia tem sido mais relutante em deixar de lado seu não alinhamento do que a Finlândia, que travou um conflito sangrento com a União Soviética no século 20.TURQUIA PODE VETAR ENTRADA DOS DOIS PAÍSESUm pedido de adesão representaria uma espera tensa durante os meses em que demora a ratificação por todos os membros da Otan -a Turquia já manifestou objeções-, embora a aliança e a Casa Branca tenham dito estar confiantes de que quaisquer preocupações de segurança possam ser abordadas nesse período.Apesar de ter criticado a invasão da Rússia à Ucrânia, Ancara é próxima do governo de Vladimir Putin e se opôs a sanções contra Moscou.Na sexta-feira (13), o presidente Recep Tayyip Erdogan disse que não seria possível apoiar a ampliação da aliança porque a Finlândia e a Suécia eram "lar de muitas organizações terroristas". Erdogan tem criticado esses países há anos por receberem refugiados perseguidos por Ancara, pertencentes a organizações que o governo turco considera terroristas.O finlandês Niinisto expressou sua disposição no domingo para conversar com Tayyip Erdogan sobre suas preocupações.O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, se reuniu no sábado em Berlim com seus colegas da Finlândia e da Suécia para tentar resolver divergências sobre o tema. Neste domingo, ele disse que a Suécia e a Finlândia devem parar de apoiar grupos terroristas em seus países, fornecer garantias de segurança claras e suspender as proibições de exportação à Turquia enquanto buscam a adesão à Otan.Ele acrescentou que a Turquia não está ameaçando ninguém ou buscando influência, mas referindo-se especialmente ao apoio da Suécia ao grupo militante curdo PKK, considerado terrorista por Ancara, pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

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