Expressionismo vândalo: ataques maliciosos a obras de arte famosas

Mona Lisa não foi a primeira e nem a única, infelizmente

Expressionismo vândalo: ataques maliciosos a obras de arte famosas

Em 29 de maio, um indivíduo, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades, chocou os visitantes em torno da 'Mona Lisa' de Leonardo da Vinci no Louvre lotado. Ele jogou um bolo na obra-prima num suposto ato de ativismo ambiental. Por mais chocante que possa parecer, essa não foi a primeira vez na história que uma famosa obra de arte foi vítima de alguma forma de violência. Há uma longa história de pessoas que jogam suas frustrações sobre a arte, por razões que vão do pessoal ao político, ou que são completamente insanas mesmo. Na tentativa de ultrapassar os limites da arte, alguns artistas até sabotaram suas próprias peças. Quaisquer que sejam os motivos, as histórias por trás da longa batalha do mundo da arte contra o vandalismo ilustram o quão poderosa a arte pode realmente ser.

Continue na galeria e descubra mais sobre os atos de vandalismo contra famosas obras de arte.

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Reuters

'Mona Lisa' - Leonardo da Vinci

Obra-prima mais famosa de Leonardo da Vinci, a 'Mona Lisa' já esteve envolvida em muito escândalo. Ao longo dos séculos, o retrato foi roubado, tingido com tinta spray, bombardeado com pedras e, mais recentemente, manchado com bolo.

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'Mona Lisa' - Leonardo da Vinci

Durante um dia caracteristicamente lotado no Louvre, em Paris, um homem disfarçado de velho jogou um bolo na obra-prima renascentista. Sorte que o quadro está coberto com um vidro à prova de balas. Logo após o ataque, o homem declarou: "Há pessoas que estão destruindo a Terra. Todos os artistas, pensem na terra. Foi por isso que fiz isso. Pensem no planeta."

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Reuters

'Vênus ao Espelho' - Diego Velázquez

Felizmente, enquanto estava vivo durante o século XVII, o mestre barroco Diego Velázquez, famoso por seus retratos e cenas emotivas, não teve que testemunhar o desfiguramento de uma de suas maiores obras.

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'Vênus ao Espelho' - Diego Velázquez

Em 1914, três séculos depois da obra ser criada, uma sufragista chamada Mary Richardson atacou a 'Vênus ao Espelho' com um cutelo de carne quando a pintura estava em exibição Galeria Nacional de Londres. Ela fez isso em protesto à prisão de uma colega sufragista. Richardson era conhecida por seu histórico de protestos extremos, que também incluía vários atos de incêndio criminoso e um bombardeio. Mais tarde, Richardson se juntaria à União Britânica de Fascistas, partido de extrema direita.

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'O Pensador' - Auguste Rodin

Uma das esculturas mais famosas da história, 'O Pensador', do escultor francês Auguste Rodin, foi moldada e remoldada 26 vezes ao longo dos anos. Dessas 26 versões, menos de 10 foram supervisionados pelo próprio Rodin.

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'O Pensador' - Auguste Rodin

Um desses raros originais está em exibição em frente ao Museu de Arte de Cleveland desde 1917. Algumas décadas depois, em 1970, a escultura de bronze foi vítima de um ataque a bomba que destruiu completamente a base da escultura e as pernas. Até hoje, a escultura ainda não foi consertada.

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'Pietà' - Michelangelo

Uma das esculturas mais famosas do Renascimento, a 'Pietà', de Michelangelo, terminada em 1499, tem sido mantida há séculos na Basílica de São Pedro, em Roma.

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'Pietà' - Michelangelo

Em 1972, o geólogo australiano Laszlo Toth, que aparentemente tinha tido a ilusão de que era o próprio Messias, atacou, com um martelo, a escultura da Virgem Maria segurando Jesus. Ele conseguiu quebrar o antebraço esquerdo de Maria antes de ser detido pelos visitantes da basílica.

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'A Ronda Noturna' - Rembrandt

Considerada uma das melhores pinturas barrocas da história, 'A Ronda Noturna', uma maciça pintura a óleo feita por Rembrandt, também foi vítima de um ataque vândalo. E mais de uma vez!

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'A Ronda Noturna' - Rembrandt

A obra-prima de Rembrandt foi atacada pela primeira vez por um homem empunhando uma faca em 1911, mas felizmente nenhum dano permanente foi feito. Mais recentemente, em 1990, um fugitivo de um hospital psiquiátrico próximo pulverizou ácido sulfúrico no lado esquerdo da pintura. Graças à grossa camada de verniz da obra, 'A Ronda Noturna' conseguiu ser totalmente restaurada.

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'Guernica' - Picasso

Em 1937, Pablo Picasso, o pioneiro espanhol do Cubismo, completou uma de suas maiores obras, a peça anti-guerra 'Guernica'. Quase três décadas depois, em 1974, o artista Tony Shafrazi causou um dos maiores escândalos do mundo da arte quando desfigurou 'Guernica' com tinta spray.

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'Guernica' - Picasso

Shafrazi (foto) escreveu com spray "KILL LIES ALL" (algo como "matar todas as mentiras" em tradução livre) através da pintura de 7,7 metros de comprimento, num aparente protesto contra o terrível massacre de Mỹ Lai que ocorreu durante a Guerra do Vietnã.

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'Black on Maroon' - Mark Rothko

Mark Rothko foi um pintor abstrato de Nova York que ficou famoso por suas paisagens enganosamente simples de cores e formas. Uma de suas peças, 'Black on Maroon', criada em 1958, foi vandalizada em 2014.

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'Black on Maroon' - Mark Rothko

'Black on Maroon' estava pendurada na Galeria Tate em Londres, quando um jovem chamado Wlodzimierz Umaniec escreveu com marcador permanente "Uma peça potencial de yellowism" no lado inferior direito da pintura. O yellowism era o movimento artístico do próprio Umaniec, que ele praticava sozinho. Um ano depois, ele expressou publicamente seu pesar por desfigurar a pintura.

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'Carlos Drummond de Andrade' - Leo Santana

A estátua de Carlos Drummond de Andrade foi instalada na Avenida Atlântica, no bairro de Copacabana, Rio de Janeiro, em 2002, para celebrar o centenário do poeta. A obra foi inspirada numa foto de Rogério Reis e confeccionada por Leo Santana. A peça em bronze traz Drummond sentado no banco, de costas para o mar e com os olhos no calçadão, mas já foi vandalizada diversas vezes: os óculos da estátua sempre desaparecem. Em abril de 2022, foi a 13ª vez! Além disso, a estátua já foi alvo de pichações e outros atos de vandalismo.

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'Derrubando uma Urna da Dinastia Han' - Ai Weiwei

O artista contemporâneo chinês Ai Weiwei passou as últimas quatro décadas ultrapassando os limites da arte, o que ela significa e o que ela pode ser. A obra de arte performática de Weiwei de 1995 'Derrubando uma Urna da Dinastia Han', imortalizada em três fotografias, experimentou transformar o vandalismo da arte em arte em si.

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'Derrubando uma urna da Dinastia Han' - Ai Weiwei

O título da peça é autoexplicativo. Ai Weiwei derrubou uma obra de arte chinesa de 2.000 anos e ela quebrou no chão. Talvez em um momento de retribuição cármica, um componente dos próprios 'Vasos Coloridos' de Weiwei foi jogado no chão por um visitante irritado em 2014.

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'A Pequena Sereia' - Edvard Eriksen

Essa estátua é inspirada na história de Hans Christian Andersen 'A Pequena Sereia'. A escultura, que fica em Copenhague, Dinamarca, foi criada em 1913 pelo escultor dinamarquês Edvard Eriksen. Desde então, ela tem sido objeto de inúmeros ataques, sendo a decapitação o método mais popular de desfiguração.

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'A Pequena Sereia' - Edvard Eriksen

A escultura perdeu a cabeça pela primeira vez em 1964 e foi preciso fazer outra cabeça como substituição, já que a original nunca foi encontrada ou devolvida. Desde então, houve três atos parecidos. 'A Pequena Sereia' também sofreu um bombardeio, numerosas pichações e uma imensidade de declarações políticas piescritas em sua base.

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'Ivan, o Terrível, e o Seu Filho Ivan' - Ilya Repin

Um dos artistas mais respeitados da Rússia durante o século XX, o pintor realista Ilya Repin criou o que se tornaria uma das obras de arte mais famosas da esfera russa, a pintura 'Ivan, o Terrível e Seu Filho Ivan', em 1885.

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'Ivan, o Terrível, e o Seu Filho Ivan' - Ilya Repin

Nos séculos que se seguiram, a obra-prima de Repin foi foco de muita controvérsia e foi propositalmente danificada não uma, mas duas vezes. O pior desses ataques ocorreu em 2018, quando um visitante da Galeria Tretyakov, onde o quadro está em exibição, quebrou o vidro protetor da pintura com uma barra de metal, consequentemente rasgando a tela em três lugares centrais.

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'Dirty Corner' - Anish Kapoor

O artista contemporâneo britânico-indiano Anish Kapoor construiu sua enorme escultura, apelidada de 'Dirty Corner' ("Canto Sujo"), em 2011. Quatro anos depois, em 2015, ela foi instalada no terreno do Palácio de Versalhes, na França.

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'Dirty Corner' - Anish Kapoor

Pouco depois de sua instalação na França, a escultura maciça e os pedregulhos circundantes foram vítimas de vandalismo realizado com baldes de tinta amarela. A obra foi prontamente limpa. Pouco tempo depois, ocorreu um segundo ataque, que cobriu o trabalho com declarações antissemitas e insultos. Desta vez, Kapoor se recusou a deixar sua obra de arte ser limpa e quis deixá-la desfigurada de modo a declarar como os muçulmanos são tratados na França. O artista acreditava que esse era o motivo do ataque.

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'A Fonte' - Marcel Duchamp

Uma das obras mais controversas da arte contemporânea é, sem dúvida, 'A Fonte' do artista francês Marcel Duchamp, um mictório padrão transformado numa instalação de arte em 1917 com o objetivo de desafiar o que exatamente constitui arte.

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'A Fonte' - Marcel Duchamp

Embora a declaração revolucionária de Duchamp possa ter redefinido a arte, algumas pessoas não acham que ela necessariamente redefiniu o mictório. Numerosos indivíduos, incluindo o músico Brian Eno, usaram o mictório com o propósito originalmente planejado enquanto a obra estava em exposição em galerias e museus ao redor do mundo. Hoje em dia, a escultura fica envolta em vidro.

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'Quem tem Medo de Vermelho, Amarelo e Azul III' - Barnett Newman

O pintor impressionista americano Barnett Newman, amplamente conhecido por suas enormes e hipnotizantes paisagens coloridas, recebeu duras críticas durante sua longa carreira. A simplicidade de suas obras frustrava o público e os críticos. Os quadros foram objeto de múltiplos ataques.

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'Quem tem Medo de Vermelho, Amarelo e Azul III' - Barnett Newman

Um desses ataques ocorreu em 1986, quando um homem, particularmente avesso à arte abstrata, atacou a tela com um estilete, cortando quase toda a extensão da pintura vermelha com detalhes azuis e amarelos. Uma tentativa de restauração até foi feita, mas foi quase universalmente rejeitada, devido ao fato de que o restaurador usou tinta comum que usamos na pintura de casas.

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Claude Monet

Claude Monet, o mestre francês e pioneiro do impressionismo, também ficou famoso por ser seu pior crítico. No final de sua vida, dizem que ele teria afirmado: "Minha vida não foi nada além de um fracasso e tudo o que me resta fazer é destruir minhas pinturas antes que eu desapareça."

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Claude Monet

Se o ato de um artista destruir seu próprio trabalho pode ser considerado vandalismo ou não, isso ainda está em debate. Mas Monet certamente causou mais estragos em suas próprias obras que qualquer outra pessoa. Dizem que ele destruiu mais de 500 pinturas em sua vida.

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'O Frenesi das Exultações' - Władysław Podkowiński

Outro ato de auto-vandalismo ocorreu na Polônia no final do século XIX, quando o pintor Władysław Podkowiński tentou cortar sua própria pintura, 'O Frenesi das Exultações', enquanto ela estava pendurada numa galeria.

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'O Frenesi das Exultações' - Władysław Podkowiński

A pintura de Podkowiński, bem conhecida na Polônia, só estava pendurada na galeria há um mês quando o artista decidiu atacá-la com uma faca, deixando vários cortes no centro da pintura. Quando o artista problemático sucumbiu à tuberculose, um ano depois, a pintura foi restaurada e colocada de volta em exposição. Podkowiński é retratado aqui num autorretrato.

Fontes: (Daily Art Magazine) (Time Out) (ARTnews)

Veja também: Descubra os mistérios escondidos em obras de arte famosas!

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Cultura Curiosidades 06/06/22 POR Notícias Ao Minuto


Em 29 de maio, um indivíduo, cujo nome não foi divulgado pelas autoridades, chocou os visitantes em torno da 'Mona Lisa' de Leonardo da Vinci no Louvre lotado. Ele jogou um bolo na obra-prima num suposto ato de ativismo ambiental. Por mais chocante que possa parecer, essa não foi a primeira vez na história que uma famosa obra de arte foi vítima de alguma forma de violência. Há uma longa história de pessoas que jogam suas frustrações sobre a arte, por razões que vão do pessoal ao político, ou que são completamente insanas mesmo. Na tentativa de ultrapassar os limites da arte, alguns artistas até sabotaram suas próprias peças. Quaisquer que sejam os motivos, as histórias por trás da longa batalha do mundo da arte contra o vandalismo ilustram o quão poderosa a arte pode realmente ser.

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