Petróleo atinge menor valor desde a guerra, e Bolsa tomba 1,8%

O barril de Brent chegou a ficar abaixo dos US$ 95 (R$ 518)

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Economia Mercado 15/07/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O petróleo atingiu seu menor valor nesta quinta-feira (14) desde a eclosão da Guerra da Ucrânia. O barril de Brent chegou a ficar abaixo dos US$ 95 (R$ 518). Houve recuperação no final da tarde, e a commodity caminhava para encerrar o dia perto da estabilidade (alta de 0,17%), cotada a US$ 99,74 (R$ 544,20).

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A invasão comandada pelo presidente russo, Vladimir Putin, levou a uma disparada do petróleo no começo do ano, que chegou a ficar acima dos US$ 130 à medida em que países impunham sanções ao país, um dos maiores exportadores mundiais da commodity.

O movimento de queda, agora, ocorre na esteira de temores de uma inflação global e seu impacto sobre a demanda.

"Commodities são o seu melhor indicador econômico, e o que elas estão dizendo é que há sofrimento à vista para a economia", afirmou o especialista em petróleo Stephen Schork ao Financial Times.

O tombo desta quinta ocorre um dia após a inflação nos Estados Unidos ter renovado a maior alta em quatro décadas, o que levou os mercados a apostar que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) promoverá uma alta de juros ainda mais agressiva do que a esperada.

O aperto ao crédito tem o objetivo de frear a alta de preços na principal economia do planeta, mas o efeito colateral poderá ser uma recessão mundial.

Esse cenário leva investidores a estimarem quedas da atividade industrial, no consumo e na arrecadação de impostos. É uma percepção que provoca desvalorização generalizada das ações de empresas e depreciação das matérias-primas como o petróleo.

O contexto de maior aperto monetário dos EUA e temor de uma recessão global é adverso para mercados emergentes, com grande dependência de commodities, como o brasileiro.

A Bolsa de Valores brasileira caiu nesta quinta à sua pontuação mínima em 20 meses. Com perda de 1,80% no dia, o índice de referência Ibovespa mergulhou aos 96.212 pontos, seu menor patamar desde 3 de novembro de 2020.

Parte considerável da baixa no mercado de ações no Brasil foi provocada justamente pelo tombo do setor de commodities, com destaque para o afundamento de quase 7% dos contratos futuros de minério de ferro no fim desta tarde. A mineradora Vale despencou 6,66%.

As ações mais negociadas da Petrobras caíram 2,69%.

Em busca de segurança, investidores procuraram ativos ligados ao dólar. Houve valorização global da moeda americana, segundo o indicador da Bloomberg.

No Brasil, o dólar subiu 0,51%, aos R$ 5,4320. Durante o pregão, chegou a ser cotado a R$ 5,49, na máxima do dia.

Nos Estados Unidos, a largada da temporada de balanços ajudou o mercado de ações de Nova York a sair das mínimas registradas ao longo do dia. Ainda assim, o indicador de referência S&P 500 registrou baixa de 0,30%. O Dow Jones, que acompanha companhias de grande valor, perdeu 0,46%.

Na contramão, o setor de tecnologia representado pelo índice Nasdaq apresentou ligeira alta de 0,03%.

Além de observarem o exterior, investidores do mercado brasileiro também pesaram a aprovação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que amplia benefícios sociais em ano eleitoral.

Ao ampliar gastos diante de um cenário de inflação mundial e risco de recessão, a medida poderá criar obstáculos à execução do Orçamento em 2023, considerando um cenário de perda de arrecadação.

Um indicador que reflete a desconfiança no Brasil é o chamado risco-país, medido pelo CDS, o Credit Default Swap, um tipo de contrato que protege investidores contra calotes.

Os contratos de CDS para cinco anos renovaram nova máxima nesta quinta e atingiram os 329 pontos. É a maior alta desde maio de 2020, quando a percepção de risco disparou devido ao início da pandemia.

Apesar dos temores para o horizonte mais distante, Rodrigo Marcatti, economista e presidente da Veedha Investimentos, destaca algumas oportunidades de curto prazo proporcionadas pela PEC.

Setores muito descontados, como o varejo, podem ser beneficiados no curto prazo, segundo o economista.

"Há ações no varejo com quase 90% de queda em um ano e uma correção seria natural", disse. "O [aumento no] Auxílio Brasil e o alívio no custo da energia vão chegar diretamente à população mais endividada. Isso poderá ajudar o varejo", comentou.

Na quarta-feira (13), os mercados tiveram um dia de volatilidade provocada pelo novo salto da inflação dos Estados Unidos.

O índice de preços ao consumidor urbano nos Estados Unidos alcançou o recorde de 9,1%, no acumulado em 12 meses até junho. Este foi o maior avanço desde novembro de 1981.

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