Polícia Civil começa a ouvir testemunhas de ataques racistas contra Seu Jorge

O cantor ainda não foi intimado a depor

© Getty

Fama Racismo 20/10/22 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil começa a ouvir nesta quinta-feira (20) testemunhas sobre os ataques racistas proferidos ao cantor Seu Jorge durante um show em tradicional clube, em Porto Alegre (RS), em 14 de outubro. O cantor ainda não foi intimado a depor, segundo sua assessoria de imprensa.

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O presidente do Grêmio Náutico União, Paulo José Kolberg Bing, que teve um áudio vazado dizendo que o cantor não estava vestido adequadamente para o show, será a primeira testemunha ouvida pela delegada Andréa Mattos, titular da Delegacia de Polícia de Combate à Intolerância (DPCI).

"A ideia é ouvir todos, inclusive pessoas que estavam trabalhando no dia. Vamos ver se conseguimos identificar os autores. Queremos concluir este e outros casos sempre num tempo pequeno, mas dependemos de vários fatores", afirmou a delegada.

A delegada falou que deu um prazo para o clube fornecer as imagens e identificar a equipe organizadora. Depois disso, ela vai analisar os vídeos, verificar o que foi dito e ouvir mais testemunhas. Mattos também pediu às pessoas que presenciaram os atos se manifestem na delegacia ou pelo WhatsApp (51) 98595-5034.

Apesar das investigações, a delegada afirma que pelo que já tem visto nos vídeos que circulam pelas redes sociais, houve prática racista na apresentação, mas que possíveis prisões são mais difíceis de acontecer. "Obviamente a mancha na ficha criminal de quem comete esse ato é pesada."

O Grêmio Náutico União, em nota oficial, disse que apuraria o caso e "se for comprovada a prática de ato racista, os envolvidos serão responsabilizados", acrescentando que respeita Seu Jorge e que repudia o racismo.

O CASO

Seu Jorge foi hostilizado e sofreu ataques racistas da plateia de um show realizado no tradicional clube. Testemunhas relataram nas redes que as manifestações começaram pouco antes do fim do espetáculo, quando o cantor chamou ao palco um músico adolescente, negro, tocador de cavaquinho.

Seu Jorge fez em seguida uma breve fala contra a redução da maioridade penal, em que citou a morte de jovens pretos nas favelas. Logo após deixar o palco, "começou a avalanche de vaias, aos gritos de vagabundo, safado, e o esperado mito, mito, mito", descreveu uma das pessoas presentes ao show. Imitações de macaco também foram ouvidas, vindas da plateia.

Na segunda-feira (17), o cantor falou pela primeira vez sobre o racismo sofrido. Ele compartilhou no Instagram um vídeo de nove minutos, com a bandeira do Rio Grande do Sul ao fundo, explicando o que aconteceu e que não reconheceu a cidade que aprendeu a amar. "Na verdade o que eu presenciei foi muito ódio gratuito de muita grosseria racista."

Seu Jorge falou que está ainda mais unido na luta contra o racismo, miséria, falta de oportunidades no Brasil que afeta os negros. "Estaremos na luta juntos denunciando e combatendo todo tipo de tipificação da nossa gente e respondendo com excelência, preparo, coragem, sabedoria e diplomacia. Nunca, jamais nos curvaremos ao racismo e a intolerância seja ela qual for."

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