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A Polícia Federal foi ao município do interior do Rio cumprir um mandado do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para tirar Jefferson da prisão domiciliar e levá-lo de volta à cadeia. A ordem do ministro foi enviada para a PF do Rio de Janeiro no fim da noite de sábado, 22.
A decisão de Moraes foi tomada após Jefferson xingar a ministra Cármen Lúcia, do STF, de "prostituta arrombada" no sábado. O ataque ocorreu após o voto da ministra a favor de punição da Jovem Pan. As declarações do ex-deputado levaram à reação das classes política e jurídica.
Pelo Twitter, Bolsonaro repudiou a fala de Jefferson após o aliado atacar a PF na tarde deste domingo. "Repudio as falas do sr. Roberto Jefferson contra a ministra Cármen Lúcia e sua ação armada contra agentes da PF, bem como a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", afirmou.
Delegados da PF receberam vídeos com a atuação de Jefferson. As imagens de um circuito interno de segurança mostram policiais chegando ao local. Jefferson atirou contra a Polícia Federal, que tentava prendê-lo, ferindo um delegado e uma agente. Ambos estariam fora de perigo. Segundo o ex-deputado, houve troca de tiros.
"Lutem contra a tirania. O perdão ao tirano é um acinte, uma ofensa ao justo e ao inocente. Lutem. E eu peço a vocês, não se entreguem. Lutem, lutem, combatam pela democracia, pela liberdade. Deus, pátria, família, vida e liberdade, liberdade, liberdade", afirmou Jefferson.
O lema é repetido pelo presidente. O plano de governo entregue por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cita a frase. "Mesmo diante de um cenário mundial volátil, é preciso ter um olhar amplo para antever e compreender a direção provável do mundo, por meio de fatos portadores de futuro, e como o Brasil pode se inserir nesse contexto de forma a proteger seus cidadãos, física e emocionalmente, por meio do bem-estar social, do aumento da oferta de emprego, da geração de renda, da segurança e da manutenção de valores que são tradicionais em nossa sociedade: Deus, Pátria, Família, Vida e Liberdade", aponta o documento.
Em 30 de setembro, às vésperas do 1º turno das eleições brasileiras, Bolsonaro postou um vídeo do político chileno de extrema direita José Antonio Kast Rist com a mensagem: "Desde o Chile, José Antonio Kast, líder da bem-sucedida campanha contra a nova constituição chilena, envia seu apoio para que o Brasil siga no caminho da ordem e da liberdade, sendo um farol para a América Latina e para o mundo", escreveu, "Deus, Pátria, Família, Vida e Liberdade!"
Reação
O ataque de Roberto Jefferson contra a PF provocou reação de policiais federais. A presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo (SINDPF), Tania Prado, classificou os fatos como "gravíssimos". "Trata-se de tentativa de homicídio qualificado praticado contra policiais federais, uma afronta ao Estado constituído, e merece punição exemplar ao seu autor", afirmou.
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