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O presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que virou recentemente réu no Supremo Tribunal Federal (STF), recebeu nesta terça-feira (8) dezenas de delegados da Polícia Federal em seu gabinete.
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De acordo com o jornal O Globo, os profissionais teriam pedido apoio na tramitação de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia funcional, administrativa e financeira para a corporação. No entanto, a presença de delegados no gabinete de um réu desencadeou comentários irônicos.
"Você viu? Tem um monte de PF na sala dele e não vieram para levar o Cunha!", comentou um dos deputados que é aliado do presidente.
O deputado Fernando Francischini (SD-PR) foi quem organizou o encontro. Ele é delegado da PF e também brincou quando foi questionado se o agente Newton Ishii, mais conhecido como “Japonês da Federal”, estava entre os presentes.
Carlos Eduardo Miguel Sobral, presidente da Associação Nacional de Delegados da Polícia Federal, afirmou que não há constrangimento em pedir apoio a um réu na Lava-Jato para conseguir levar adiante a pauta de sua classe. "Não há constrangimento nenhum. Ele é o presidente da Câmara, representa um poder e nessa qualidade foi visitado", explicou Sobral.
Ainda segundo o Globo, a proposta em tramitação na Câmara daria poder aos gestores da PF para direcionar livremente os recursos e fazer mudanças administrativas. Os delegados da PF apoiam a PEC, mas agentes, escrivães e papiloscopistas, são contrários a proposta.
Cunha se comprometeu a instalar a comissão especial. Porém, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) deverá votar pela admissibilidade da proposta de autonomia para a PF.
"Não temos ideia se está ou não precisando (de autonomia). É uma proposta que está na Casa e eu estou criando a comissão especial. A Casa que vai discutir. Eu não tenho opinião. Não conheço o texto", explicou Cunha.