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MARIANNA HOLANDA E THIAGO RESENDEBRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse nesta sexta-feira (18) que o cerco está se fechando contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu a apreensão de seu passaporte.
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Para ela, que disputou a eleição presidencial e apoiou o presidente Lula no segundo turno, o avanço das investigações da Polícia Federal e da CPI no Senado mostram que ele era o mandate de tentativas de fraudar as urnas.A declaração, ou desabafo, como ela chamou, ocorreu no início de seu discurso na cerimônia de posse do economista Márcio Pochmann na presidência do IBGE.
"O cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro, está apontado como autor, como mandante da tentativa de de fraude às urnas eletrônicas, como tentativa de fraude à decisão sempre legitima do povo brasileiro escolher seu sucessor de violar atentar com democracia brasileira", disse."Se me permitir esse desabafo, faço citando Ulysses Guimarães: 'Traidor da Constituição é traidor da pátria. Temos ódio e nojo à ditadura'. Digo eu que, a eles, o rigor da lei."
"Não se enganem, que busquem o mais rápido o possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente legitimamente eleito pelo povo, com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele", completou.
A fala da ministra foi aplaudida pela plateia e pelos que estavam na mesa, o presidente Lula (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
Como mostrou a Folha de S.Paulo no final de semana, parlamentares do PT pediram ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à PF a apreensão de passaporte do ex-mandatário e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, após operação que mirou seu ex-ajudante de ordens e tenente-coronel, Mauro Cid, no caso das joias.
A investigação aponta as digitais de Bolsonaro nos indícios de evasão dos bens públicos para venda e enriquecimento pessoal. Cid organizava a venda de joias recebidas pelo ex-presidente nos Estados Unidos e o retorno dos recursos a Bolsonaro.
Na quinta-feira (17), dois fatos se somaram ao cerco contra Bolsonaro: o depoimento do hacker da Vaza Jato, programador Walter Delgatti Neto, na CPI do 8 de janeiro, e a reportagem da Veja que demonstrou mudança de estratégia de Cid, em que dirá que obedeceu ordens de Bolsonaro.
Segundo Delgatti, a campanha do ex-presidente planejou forjar a invasão de uma urna eletrônica durante as celebrações do 7 de Setembro de 2022, menos de um mês antes da eleição.O hacker disse ainda que, em outra data, Bolsonaro teria pedido para ele assumir a autoria de um grampo de conversas de Alexandre de Moraes, ministro do STF (Supremo Tribunal Federal).
Delgatti afirma que aceitou o pedido, feito pelo ex-presidente em telefonema mediado pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), mas que nunca teve acesso a esse suposto grampo do ministro.
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