Desmatamento em novembro cai 68% na amazônia

No cerrado, o desmatamento em novembro cresceu 238%

© Amazônia tem desmatamento recorde em outubro

Brasil Meio Ambiente 09/12/23 POR Folhapress

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O desmatamento no cerrado em novembro chegou a 571,6 km², mais do que o triplo do registrado no mesmo período do ano passado (168,8 km²). O aumento percentual, de 238%, foi o pior para um mês desde o início da série histórica do sistema Deter, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

PUB

Na amazônia, por sua vez, a área com alertas de desmate foi de 201,1 km², queda de 68% na comparação com novembro de 2022. O índice é o melhor para o mês desde 2015, quando começaram os registros.

Somada, a área perdida nos dois biomas foi de 772,7 km², o que equivale a metade da cidade de São Paulo (1.521 km²).

O Deter mapeia e emite alertas de desmate com o objetivo de orientar ações do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e outros órgãos de fiscalização. Os resultados representam um alerta precoce, mas não são o dado fechado do desmatamento.

Na última semana, foram divulgados os dados para o bioma de outro programa do Inpe, o Prodes, que são anuais e considerados os números oficiais do desmatamento no país.

De acordo com o Prodes, de agosto de 2022 a julho de 2023, o cerrado perdeu 11.011,6 km² de vegetação nativa, alta de 3% na comparação com o período anterior. Apesar do leve aumento, a taxa, que vinha crescendo desde 2019, desacelerou.

Na ocasião da divulgação dos resultados, às vésperas da COP28, a conferência do clima da ONU (Organização das Nações Unidas), o governo federal também lançou o novo PPCerrado (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento no Cerrado).

O objetivo da estratégia é zerar o desmatamento até 2030, década crucial para frear o aquecimento do planeta, conforme o Acordo de Paris.

O desmate é a principal fonte das emissões de gases estufa do Brasil. Segundo o Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa), elaborado pelo Observatório do Clima, o setor de mudança de uso da terra (basicamente, desmatamento) representou 48% das emissões brutas brasileiras em 2022, ou 1,12 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente.

Deste total, 75% veio do desmate na amazônia -que tem áreas maiores devastadas e libera mais carbono devido ao tipo de formação florestal. Na sequência vem o cerrado, com 14%.

Vale destacar que, após o período de seca, que facilita o desmate, a volta das chuvas tanto para o cerrado como para a amazônia dificulta a captura das imagens do Deter, que são colhidas por satélite. Em novembro, a cobertura de nuvens ficou em cerca de 22% em ambos os biomas.

O estado que liderou o desmatamento no cerrado no mês passado foi o Tocantins, com 115,7 km² de vegetação perdidos, seguido de Maranhão, com 113,8 km², e Minas Gerais, com 89,2 km².

A maior parte do desmate (55%) no bioma no período se concentrou na região conhecida como Matopiba, que inclui, além de Maranhão e Tocantins, o Piauí e a Bahia. A área perdeu 315,7 km² no período.

O Matopiba vem se destacando como uma nova fronteira do agronegócio, ao mesmo tempo em que concentra a porção mais conservada do bioma.

Na amazônia, quase metade (48%) do desmatamento em novembro aconteceu no Pará, que perdeu 96,5 km² de floresta. Na sequência vêm Mato Grosso, com 29,7 km², e, mais uma vez, o Maranhão, que também tem uma vasta área composta pelo bioma, com 23,1 km².

O combate ao desmatamento na floresta amazônica tem sido uma das prioridades do governo Lula (PT), que em junho publicou o novo PPCDAm (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal) para nortear as ações na região.

Entre janeiro e novembro, segundo o Deter, o desmate na amazônia caiu pela metade: foi de 10.048,5 km² em 2022 para 4.976,7 neste ano. O índice é o melhor para o período desde 2018, quando era de 4.884,2 km².

Já no cerrado, o desmate cresceu 41% nos últimos onze meses, indo de 5.242,4 km² no ano passado para 7.373,6 km² em 2023.

Há, ainda, uma diferença na política ambiental dos dois biomas. Segundo o Código Florestal, no cerrado é possível desmatar até 80% da área de propriedades privadas (ou até 65% em alguns locais, quando estão em áreas de transição para a floresta amazônica). Na amazônia, o limite é de 20%.

O cerrado é o segundo maior bioma brasileiro e corresponde a quase um quarto de todo o território nacional (23,3%). A maior parte do desmate no bioma acontece em propriedades privadas.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Vídeo Há 20 Horas

Influenciadora digital agride mulher na rua em MG; veja vídeo

mundo Coreia do Norte Há 22 Horas

Coreia do Norte confirma míssil e promete reforçar "força nuclear"

brasil CHUVA-RS Há 17 Horas

Submersa há 15 dias, cidade mais afetada do RS reabre casas a conta gotas

fama Sean Diddy Combs Há 21 Horas

Imagens de videovigilância mostram rapper agredindo a ex-namorada

justica São Paulo Há 21 Horas

Professora e os dois filhos são mortos em SP; PM é suspeito

brasil Vídeo Há 20 Horas

Menino de 6 anos é salvo de apartamento em chamas no Rio Grande do Sul; veja vídeo

lifestyle Signos Há 22 Horas

Os cinco signos mais estranhos do zodíaco. Conhece alguém da lista?

mundo EUA Há 22 Horas

Motorista de 23 anos morre após ser atingida na cabeça por pedra nos EUA

brasil sul do brasil Há 21 Horas

Nova frente fria avança no Sul, e Inmet coloca parte do RS, Santa Catarina e Paraná em alerta

tech Apple Há 22 Horas

O iPhone 16 poderá ter melhor bateria do que o antecessor