Governo vai recorrer ao Judiciário após Congresso derrubar veto a desoneração, diz Haddad

O governo pedirá ao Judiciário que considere inconstitucional a proposta que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento

© Getty

Economia Ministro 15/12/23 POR Folhapress

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (14) que o governo Lula (PT) deve recorrer à Justiça após a decisão do Congresso Nacional de derrubar o veto presidencial à desoneração da folha de pagamento.

PUB

O governo pedirá ao Judiciário que considere inconstitucional a proposta que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

"Não existe da nossa parte nenhum ânimo de antagonizar. Nós queremos uma solução. Então nós vamos buscar o auxílio do Judiciário neste caso, mas também vamos apresentar ao Congresso [...] uma alternativa ao que foi aprovado".

Haddad deu a declaração na saída da sede do Ministério da Fazenda cerca de uma hora após o Congresso derrubar o veto de Lula à lei que prorroga até 2027 a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

O ministro disse que a equipe econômica tem fechado cálculos sobre uma proposta que o governo deverá apresentar às lideranças do Congresso para compensar o impacto da reoneração da folha dos setores atingidos pelo veto.Segundo Haddad, a sugestão da Fazenda contará com uma medida compensatória para evitar que haja impacto no Orçamento de 2024.

"A solução nós vamos apresentar na semana que vem. Queremos apresentar o quanto antes, as equipes estão trabalhando nos cálculos já há algum tempo. Desde que o presidente validou, em Dubai ainda, a saída, a solução, as equipes começaram a trabalhar nos cálculos, porque tem que fechar a peça orçamentária", completou.

O ministro não deu detalhes da proposta alternativa à desoneração da folha. Segundo relatos feitos à Folha de S.Paulo, uma das sugestões em estudo é criar uma regra de transição para reonerar, gradativamente, os setores afetados com o veto.

A desoneração da folha de pagamento vale para 17 setores da economia. Entre eles está o de comunicação, no qual se insere o Grupo Folha, empresa que edita a Folha. Também são contemplados os segmentos de calçados, call center, confecção e vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, entre outros.

Na quarta-feira (13), o autor da proposta da desoneração, o senador Efraim Filho (União Brasil-PB), teceu críticas ao governo pela forma como lidou com a proposta.

"O governo perdeu a condição de poder impor condições para que se possa derrubar o veto. O governo foi omisso durante dez meses de tramitação do projeto", afirmou. "A proposta do governo é bem-vinda para que a gente possa avaliar, mas depois de derrubado o veto", disse.

Como mostrou a Folha em outubro, o Ministério da Fazenda já havia avisado o Palácio do Planalto que iria defender o veto total ao projeto. O argumento era que, desde a reforma da Previdência, ficou vedado adotar medidas que possam reduzir a arrecadação de recursos do fundo que banca as aposentadorias. Por isso, a prorrogação da desoneração seria inconstitucional.A desoneração da folha começou no governo Dilma Rousseff (PT), em 2011, e teve sucessivas prorrogações. A medida permite que os setores desonerados paguem alíquotas de 1% a 4,5% sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência Social e outras contribuições.

Para compensar a prorrogação da desoneração, o projeto também estende, pelo mesmo período, o aumento de 1% na alíquota da Cofins-Importação -pela lei atual o prazo termina em dezembro.

O Congresso também reestabeleceu o trecho que prevê benefícios para municípios brasileiros. O veto de Lula eliminava a redução de 20% para 8% da contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) concedida às prefeituras que não têm regimes próprios de Previdência. A regra vale para cidades com até 142,6 mil habitantes.

A prorrogação da desoneração da folha para os 17 setores econômicos representa uma redução de R$ 9,4 bilhões no pagamento de tributos dessas empresas.VEJA OS 17 SETORES AFETADOS PELA DESONERAÇÃO

- calçados- call center- comunicação- confecção e vestuário- construção civil- couro- empresas de construção e obras de infraestrutura- fabricação de veículos e carrocerias- máquinas e equipamentos- projeto de circuitos integrados- proteína animal- têxtil- tecnologia da informação- tecnologia de comunicação- transporte metroferroviário de passageiros- transporte rodoviário coletivo- transporte rodoviário de cargas

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Vídeo Há 17 Horas

Influenciadora digital agride mulher na rua em MG; veja vídeo

mundo Coreia do Norte Há 19 Horas

Coreia do Norte confirma míssil e promete reforçar "força nuclear"

brasil CHUVA-RS Há 15 Horas

Submersa há 15 dias, cidade mais afetada do RS reabre casas a conta gotas

fama Sean Diddy Combs Há 19 Horas

Imagens de videovigilância mostram rapper agredindo a ex-namorada

justica São Paulo Há 19 Horas

Professora e os dois filhos são mortos em SP; PM é suspeito

brasil Vídeo Há 18 Horas

Menino de 6 anos é salvo de apartamento em chamas no Rio Grande do Sul; veja vídeo

lifestyle Signos Há 20 Horas

Os cinco signos mais estranhos do zodíaco. Conhece alguém da lista?

mundo EUA Há 20 Horas

Motorista de 23 anos morre após ser atingida na cabeça por pedra nos EUA

brasil sul do brasil Há 18 Horas

Nova frente fria avança no Sul, e Inmet coloca parte do RS, Santa Catarina e Paraná em alerta

tech Apple Há 20 Horas

O iPhone 16 poderá ter melhor bateria do que o antecessor