Tribunal derruba liminar e reconduz presidente do conselho de administração da Petrobras

A decisão foi tomada nesta terça-feira (16) pelo juiz federal Marcelo Saraiva, relator do caso na Quarta Turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), com sede em São Paulo

© Agência Senado- Roque Sá

Economia PETROBRAS-CONSELHO 17/04/24 POR Folhapress

(FOLHAPRESS) - O secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, conseguiu reverter, ao menos provisoriamente, sua suspensão como presidente do conselho de administração da Petrobras.

PUB

A decisão foi tomada nesta terça-feira (16) pelo juiz federal Marcelo Saraiva, relator do caso na Quarta Turma do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), com sede em São Paulo.

Ao derrubar a liminar concedida em primeira instância, o magistrado determinou que o afastamento do cargo só ocorrerá se esta for a decisão colegiada, ou seja, da Quarta Turma. A ação ainda será analisada pelos juízes de segunda instância.

Esta é a segunda decisão de Saraiva que reconduz um conselheiro à Petrobras. Nesta segunda-feira (15), ele derrubou liminar que suspendia o mandato do ex-ministro Sergio Machado Rezende no colegiado da estatal.

Mendes e Rezende foram indicados pela União. Mendes chegou ao cargo pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, de quem é um importante aliado, além de secretário de Petróleo e Gás na pasta.

Ele também foi indicado para recondução como presidente do conselho da companhia em lista enviada pelo governo no fim de março. A renovação do conselho se dará em assembleia de acionistas, no dia 25 de abril.

Sua manutenção no cargo é importante para Silveira, uma vez que o ministro vem tendo embates públicos e desentendimentos sobre a condução da política da petroleira com o presidente da estatal, Jean Paul Prates.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, o ministro admitiu o conflito, mas o chamou de salutar. "Sempre tive debates acalorados, verdadeiros. Mas debates transparentes sobre o que eu, como governo, defendo na Petrobras; e o presidente da Petrobras, naturalmente, [defende] como presidente de uma empresa. Os papéis são diferentes. Por isso há um conflito", afirmou.

A liminar que afastou Pietro Mendes do cargo foi motivada pelo deputado estadual Leonardo Saraiva (Novo-SP). Ele argumentou que não foi utilizada uma empresa especializada e experiente para a elaboração de uma lista tríplice para a indicação ao cargo e que havia conflito de interesses.

O juiz Paulo Cezar Neves Junior, da 21ª Vara Cível Federal de São Paulo, concordou. Por isso, decidiu suspender o presidente do conselho da Petrobras.

Na decisão que reconduz Mendes ao cargo, Saraiva disse não ver elementos que sustentem o conflito de interesses entre o posto que ele ocupa na estatal e o que ocupa no Ministério de Minas e Energia nem problemas com a lista tríplice.

"Não vislumbro fundamento suficiente a justificar a suspensão", escreve Saraiva.

"Entendo que a vedação relativa à existência de conflito de interesses deve ser interpretada de forma restritiva, ou seja, entre interesses públicos e particulares, não entre situações oriundas de desdobramentos de funções públicas", afirma.Diz ainda que a suspensão do salário de Pietro Mendes pode lhe causar prejuízo financeiro.

Diante disso, o desembargador decidiu "deferir efeito suspensivo para suspender" o afastamento do presidente do conselho do cargo, até que o caso seja julgado pela Quarta Turma do TRF-3.

Já Rezende fora afastado do conselho na semana passada, em liminar de primeira instância concedida a pedido de Siqueira, sob o argumento de que sua nomeação fere o estatuto da estatal.

A indicação de Rezende foi questionada pelo descumprimento de quarentena exigida para a nomeação e ex-dirigentes sindicais ao conselho das estatais.

A Petrobras argumenta que uma liminar do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski eliminou essa restrição.

A estatal chegou a alterar seu estatuto usando como justificativa a liminar, em uma decisão que gerou críticas de investidores privados e especialistas em governança.

Na época, a empresa defendeu que seguirá a lei, caso a liminar de Lewandowski seja derrubada.

Ex-dirigente do PSB, Rezende foi ministro da Educação e de Ciência e Tecnologia nos primeiros mandatos do presidente Lula. Foi excluído da lista do governo para a renovação do conselho na próxima assembleia, dando lugar ao secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda, Rafael Dubeux.

A AGU (Advocacia-Geral da União) recorreu de ambas as decisões.

 

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Óbito Há 16 Horas

Morre o Presidente do Irã Ebrahim Raisi em tragédia de avião

fama Saúde Há 15 Horas

Tony Ramos é submetido a nova cirurgia após novos hematomas no crânio

tech Espaço Há 15 Horas

Saiba o que a cor diz sobre o meteoro que iluminou os céus de Portugal

fama Fake News Há 15 Horas

Instagram sinaliza como 'fake news' postagem de Regina Duarte sobre o RS

politica Justiça Há 15 Horas

STF: entenda por que ministros indicados por Bolsonaro votaram contra seu salvo-conduto

fama Guilherme Leon Há 13 Horas

Cantor sertanejo morre um dia depois de assinar contrato com gravadora

esporte Morte Há 16 Horas

Zagueiro de 19 anos morre vítima de infarto antes de jogo no Pará

mundo Chile Há 7 Horas

Mulher acaba seminua ao saltar portão de casa para furtar no Chile

fama Saúde Há 8 Horas

Susana Vieira diz ter leucemia incurável, mas está 'em paz'

mundo Irão Há 6 Horas

Entre o luto, há quem celebre a morte do presidente iraniano. Porquê?