Grávida que foi torturada por Ustra critica homenagem de Bolsonaro

Criméia definiu a atitude do deputado federal como chocante e lamentável

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Brasil Ex-militante 22/04/16 POR Notícias Ao Minuto

Criméia Schmidt é uma ex-guerrilheira do PC do B que combateu a ditadura militar (1964-1985). Ela foi presa em dezembro de 1972 e levada para o DOI-Codi de São Paulo, que era comandado pelo então coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra.

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O nome de Ustra voltou à tona nas últimas semanas após ele ter sido homenageado pelo deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em seu voto a favor do impeachment na Câmara no último domingo (17).

Em entrevista ao jornalista Matheus Leitão, do G1, Criméia contou que estava grávida de sete meses quando foi presa em 1972. Segundo ela, Ustra foi o primeiro a torturá-la. Criméia tinha sido presa com identidade falsa, já que vivia nesta época na clandestinidade após escapar da Guerrilha do Araguaia. A publicação recorda que a Guerrilha do Araguaia foi o maior combate rural contrário ao regime ditatorial.

Criméia relatou ao jornalista que chegou a ser espancada pelo ex-coronel até ficar desacordada. “Me espancou muito. Eu cheguei a perder a consciência. Ele me tirou da cela puxando pelos cabelos e me batendo na cara. Aí eu fui sendo arrastada por ele ali no corredor das celas, apanhando. Antes de subir as escadas, eu perdi a consciência e acordei na sala da tortura toda urinada”, recordou.

A militante foi torturada pela equipe de Ustra. “Era espancamento, palmatória nos pés e nas mãos, choque elétrico em partes do corpo durante o interrogatório contínuo. Teve uma vez que eu fiquei o dia, a noite e o outro dia, até bem noite, sendo torturada e interrogada”, contou.

Crimédia contou que, por estar grávida na época, foi chamado um médico para dizer aos torturadores como eles deveriam proceder durante a tortura.

Homenagem de Bolsonaro

A ex-guilhereira comentou sobre a citação feita por Jair Bolsonaro ao coronel Ustra. Criméia definiu a atitude do deputado como chocante e lamentável. “É crime o que ele fez: apologia de Estado totalitarista”. A publicação refere que, segundo a Lei 7.170, de 1983, é “crime fazer, em público, propaganda de processos violentos ou ilegais para alteração da ordem política ou social” ou “incitar à subversão da ordem política ou social e à animosidade entre as Forças Armadas ou entre estas e as classes sociais ou as instituições”.

Sobre a declaração de Bolsonaro, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) estuda tomar medidas contra o parlamentar por “clara apologia ao crime”. A OAB-RJ e o Instituto Vladimir Herzog pedem a cassação de seu mandato. A Procurador-Geral da República vai analisar mais de 17 mil manifestações contra ele recebidas após o voto na sessão do último domingo.

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