"Tudo virou MPB", afirma Ruy Castro na Casa Folha

Didático, o escritor explicou que, em qualquer música popular do mundo, há duas vertentes: a romântica e a sincopada

© Reprodução

Brasil Flip 02/07/16 POR Folhapress

São apenas três letras, mas com uma história carregada de controvérsia e um significado vazio. Assim é a MPB, segundo Ruy Castro, autor convidado da Casa Folha na manhã de sábado (2), durante a 14ª edição da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty).

PUB

"O rótulo 'samba-canção' foi usado até 1965 -antes, o brasileiro sabia definir os gêneros musicais; depois, não: tudo virou MPB, que não quer dizer nada."Mediada pelo jornalista Maurício Meireles, colunista da Folha, a mesa "Noites de samba-canção, tardes de bossa nova" foi uma aula sobre história da música -ou melhor, foi uma revisão histórica.

"Nos últimos 25 anos, há a ideia de que tudo o que aconteceu na música brasileira foi para resultar na bossa nova, e eu não posso concordar com isso", diz o autor de "Chega de Saudade" e "A Noite do Meu Bem". Ele explica que "a bossa nova foi uma consequência natural da qualidade musical das décadas anteriores".

Por esta visão, o samba-canção "não seria uma preparação para a bossa nova, como afirmam alguns estudiosos". Aliás, "o samba-canção veio antes da bossa nova, foi contemporâneo a ela e sobreviveu a ela -mas com outros nomes".

Didático, o escritor explicou que, em qualquer música popular do mundo, há duas vertentes: a romântica e a sincopada. "A sincopada é mais 'puladinha', como o samba, o baião, o choro. Essa linha gerou a bossa nova. Já a romântica, gerou o samba-canção."

BELEZA DO FEIO

E o que é música brasileira hoje? "De umas décadas para cá", diz Castro, "se instaurou a beleza do feio na música". A "feiura", contudo, se deve à falta de qualidade musical em si -ou "de beleza", como diz-, e não tem a ver com influências de outros lugares, ou a "americanização" da música brasileira.

Apesar da grande riqueza musical do Brasil -"que o brasileiro ignora", ressalta Castro-, a miscigenação é bem-vinda aos ouvidos do escritor. "Desde a invenção e a disseminação do disco, não existe mais música sem influências", explica. "E isso não é um pecado. Pixinguinha, por exemplo, trocou a flauta pelo saxofone, que tinha sido adotado pelo jazz americano."

O autor aproveitou o grande público da casa para fazer um comentário político. Crítico, Castro afirmou que o papel do Ministério da Cultura é fomentar ações artísticas que não são rentáveis, mas que devem sobreviver, "como a música clássica". "Um ministério que serve para dar show de rock na praia não deveria existir", disse. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo Argélia Há 23 Horas

Homem desaparecido há 27 anos é encontrado vivo na casa do vizinho

fama Suri Cruise Há 23 Horas

Suri troca sobrenome e estreia no teatro, distanciando-se de Tom Cruise

fama Anya-Taylor Jo Há 22 Horas

O vestido de princesa de Anya-Taylor Joy que encantou Cannes

esporte Óbito Há 19 Horas

Narrador Silvio Luiz morre aos 89 anos em São Paulo

politica Meio Ambiente Há 1 Hora

Vereador do PL diz que 'peso das árvores' causou tragédia climática no RS

mundo Espanha Há 23 Horas

Faxineira de 61 anos posta vídeos dançando no trabalho e é despedida

mundo Aviões Há 22 Horas

Funcionário de aeroporto cai de avião na Indonésia após remoção de escada

economia Lula Há 22 Horas

União dará Pix de R$ 5,1 mil e planeja comprar casas para vítimas das cheias

fama LUCIANA-GIMENEZ Há 17 Horas

Luciana Gimenez comemora formatura do filho, Lucas Jagger, na Universidade de Nova York

esporte Botafogo Há 23 Horas

Botafogo faz duelo direto no Peru e pode garantir classificação antecipada na Libertadores