© iStock
Um estudo realizado por cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, e publicado na revista Science nesta sexta-feira (15) concluiu que a epidemia ocasionada pelo vírus Zika na América Latina pode já ter tido seu ápice e o próprio sistema pode findá-la num espaço entre dois e três anos.
PUB
Os pesquisadores afirmam ainda que os métodos existentes atualmente de controle de epidemias não podem ser aplicados para controlar o Zika, aponta o 'G1'. A previsão dos cientistas é de que o mundo só verá outra epidemia semelhante, de larga escala, daqui a dez anos, com a possibilidade de pequenos surtos no meio tempo.
"Este estudo utiliza todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desenrolar - e nos permite avaliar a ameaça no futuro iminente. Nossa análise sugere que a propagação do vírus da zika não é controlável, mas que a epidemia vai se reduzir por si mesma dentro de 2 a 3 anos”, explica Neil Ferguson, professor e autor da pesquisa.
A pesquisa foi feita com base em um método matemático, que analisou os dados já existentes sobre a transmissão do vírus na América Latina, e comparou com outros vírus semelhantes, como a dengue. Com isso, eles projetaram ondas futuras de transmissão. O cálculo de dois a três anos para o fim da epidemia se dá com base no fato de as pessoas não serem suscetíveis à infecção por conta da zika mais de uma vez. "A epidemia explosiva atual acabará devido a um fenômeno chamado efeito rebanho. Como o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes - graças ao sistema imunológico, que gera anticorpos para matá-lo - a epidemia atinge um estágio em que há muito poucas pessoas para infectar e sustentar a transmissão”, disse Ferguson.