Há 27 anos, um título com a sombra de Pablo Escobar

Nacional de Medellín volta a levantar a Taça Libertadores. Na primeira vez, a mão do maior narcotraficante do mundo manchou a campanha vitoriosa

27 anos atrás, um título com a sombra de Pablo Escobar

Luis Perea com a taça de 1989

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Libertadores de 1989

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Pablo Escobar dá o pontapé inicial em uma partida de futebol

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População carrega um quadro logo após a morte do narcotraficante

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Título de 2016

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A cidade de Medellín durante o Fórum Mundial Urbano, em 2014

© Raphael Lima

27 anos depois, um título sem a sombra de Pablo Escobar

Luís Perea, Andrés Escobar, Usuriaga, Gildardo Gómez, Leonel Álvarez e René Higuita. Abaixo: Alexis García, Jaime Arango, Luis A. Fajardo, León F. Villa e Felipe Pérez

© Reprodução/Conmebol

Esporte Libertadores 28/07/16 POR Notícias Ao Minuto


O título inquestionável do Atlético Nacional de Medellín na Libertadores de 2016, time da cidade colombiana que chegou a ser considerada uma das mais perigosas do mundo nas décadas de 80 e 90, faz relembrar o primeiro triunfo continental do clube, conquistado em 1989.

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 Na época, o alviverde era comandado pelo narcotraficante Pablo Escobar, que dividia os holofotes do crime na Colômbia com os irmãos Rodríguez Orejuela, chefões do cartel de Cali e arquirrivais de Pablo, que comandavam o América de Cali. Escobar, na época, chegou a ser responsável pelo tráfico de 80% da cocaína consumida no mundo.

Daquela Libertadores, muitas histórias ainda ficaram por ser esclarecidas. Um dos casos mais famosos foi a vitória do Nacional sobre o Danúbio, do Uruguai, por 6 a 0 nas semifinais. Os juízes da partida teriam sido ameaçados em Medellín por membros do Cartel comandado por Pablo. Juan Bava, um dos assistentes da partida, argentino, disse posteriormente que se a partida chegasse nos minutos finais com o placar de 0 a 0 ele entraria em campo para marcar.

Pelas quartas, uma partida contra o Vasco da Gama precisou ser repetida por suspeita de compra do trio de arbitragem. A vitória de 2 a 0 do Nacional foi anulada e no outro jogo, no Chile, o time voltou a vencer, agora por 1 a 0, e se classificou mesmo assim. A partir desses episódios, abriu-se o caminho para título da equipe.

Em determinado momento a guerra dos cartéis trocou as ruas pelos gramados. Pablo, que também investia no Independente, o outro time de Medellín, teria ordenado a morte do bandeirinha Álvaro Ortega, que anulou um gol do clube em uma partida contra o América de Cali. O campeonato foi suspenso. Daí pra frente veio a morte de Pablo, em 1993, o assassinato de Andrés Escobar após um gol contra na derrota contra os Estados Unidos na Copa de 1994, o declínio do futebol do país e a suspensão de clubes. O América de Cali sofre até hoje com as medidas que lhe foram impostas.

Ataque após o título

No livro À Mesa com o Diabo, de William C. Rempel, o autor conta a história de Jorge Salcedo, que trabalhou na segurança do Cartel de Cali. Em um dos capítulos é relatada a tentativa de assassinato arquitetada contra Pablo Escobar após a final da Libertadores de 1989, quando Pablo e sua segurança estaria distraídos com a comemoração. O plano foi arquitetado por Salcedo e mercenários contratados. Mas um acidente com o helicóptero que participaria do ataque fez com que a ideia falhasse.

Medellín hoje

A cidade que chegou a ter mais de 7 mil homicídios no ano de 1991, com uma taxa de 266 por 100 mil habitantes, hoje tem esse número girando em torno de 45. Sergio Fajardo, ex-prefeito da cidade, implementou diversos projetos urbanísticos e, o que se vê hoje, é um município bem diferente do que foi apresentado ao mundo durante o período de guerra das drogas. A integração das favelas com a cidade contribuiram muito para essa evolução. Teleféricos, escadas rolantes, bibliotecas públicas. Todas essas obras ajudaram na transformação da cidade mais perigosa do planeta em um local elogiado por muitos. Em 2014, como símbolo desse período, Medellín recebeu o Fórum Mundial Urbano, organizado pela Organização das Nações Unidas.

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