Baixo rendimento escolar pode ser indício de problemas neurológicos

Para muitos pais e professores, problemas neurológicos podem ser solucionados apenas com empenho e disciplina por parte da criança

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Dislexia

Presente em cerca de 5% da população brasileira, o distúrbio afeta a capacidade de ler e escrever da criança. “Por se tratar de uma doença congênita, não tem cura, mas pode ser controlada com a ajuda de psicólogos e fonoaudiólogos”, diz a Dra Maristela. Entre os sintomas mais frequentes estão:

. Problemas na percepção de tempo e espaço: crianças dislexas podem confundir “direita e esquerda”, “ontém e hoje” ou “para cima e para baixo”. Isso acontece porque elas levam mais tempo para desenvolver a suas noções de tempo e espaço.

. Dificuldade de leitura: crianças dislexas sofrem com esse problema, porque muitas vezes não conseguem associar as palavras aos seus respectivos sentidos. Por isso, podem demorar mais durante a leitura e até apresentar dificuldades de ler em voz alta.

. Erros de ortografia: dislexos confundem sons parecidos, como L e R, F e V ou B e D. Regras ortográficas também são difíceis de memorizar. Isso se reflete diretamente na escrita, o que dá origem a erros ortográficos.

. Problemas para formar frases: como têm dificuldades com o significado das palavras, crianças dislexas formam frases com mais lentidão e com erros de concordância, como “eu gosta tomar suco”. (só para escrever ou para falar também?)

. Escrita de trás para frente: enquanto escrevemos da esquerda para direita, crianças com dislexia podem escrever da direita para esquerda. A dificuldade que elas tem com o alfabeto e com a decodificação da palavras faz com que elas tenham uma noção diferente de como grafar as letras.

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TDAH

Cerca de 3% a 5% das crianças brasileiras apresentam o chamado transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Dessas, cerca de 60% a 85% permanecem com o problema na adolescência. A doença é caracterizada por desatenção, hiperatividade e impulsividade exacerbada. “Por causa dessas características, os pais pensam que o problema é apenas o jeito de ser do filho. Isso faz com que casos de TDAH sejam ainda mais difíceis de diagnosticar”, afirma a neuropediatra do HCor. Para identificar, o problemas os principais sinais são:

. Facilidade para se distrair: estímulos externos mínimos, como barulhos ou movimentações, fazem com que as crianças com TDAH percam o foco completamente. Isso prejudica o processo de aprendizado, uma vez que elas geralmente não conseguem prestar atenção nas aulas por muito tempo.

. Perda consecutiva de objetos: quando alguém entrega algo a uma criança com TDAH, ela esquece rapidamente do que recebeu. Por isso, perde objetos como lápis, borracha, caneta e brinquedos com frequência. Tanto que muitas vezes, elas chegam a perder o mesmo objeto várias vezes.

. Dificuldade de concentração: crianças com TDAH são bastante impacientes. Isso dificulta ainda mais a sua capacidade de concentração. Essa característica também faz com que elas não consigam terminar as tarefas em classe e os deveres de casa. Quando tem oportunidade, elas se levantam e vão brincar ou fazer desenhos.

. Movimentação contínua: a criança simplesmente não consegue parar de se mexer. Ela movimenta pés e mãos quase ininterruptamente e não consegue ficar sentada. Nas horas mais inapropriadas, sobe nos móveis ou nas cadeiras da escola, como se fosse movida a eletricidade.

. Agitação: a criança não consegue se adaptar a ambientes calmos e silenciosos. Prefere correr, brincar e fazer barulho sempre que possível.

. Impulsividade: a criança não consegue esperar por nada. Fica irritada ao esperar em filas, respondem antes do final da pergunta e interrompem as pessoas que conversam com elas.

. Comportamento explosivo: a falta de paciência nas crianças com TDAH também faz com que elas tomem atitudes sem pensar, o que faz com que elas apresentem um comportamento explosivo. Essa característica provoca uma sucessão de brigas e agressões aos colegas que estão brincando com elas.

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DPA

O déficit de processamento auditivo (DPA) é uma doença menos frequente. A criança tem a audição normal, mas não ouve bem. Isso ocorre porque, nesses casos, o cérebro apresenta dificuldades de processar informações auditivas. “É como se a pessoa ouvisse uma palavra, mas não conseguisse compreender o sentido dela no contexto de uma frase”, explica a Dra Maristela. Alguns sinais da DPA são:

. Parece que a criança não ouve bem

. Ela muito distraída e desatenta

. Tem dificuldade cumprir tarefas em sequência

. Leva mais tempo para perceber que estão falando com ela

. Tem problemas em passar recados

. Sempre diz “hã?”, “o que?”, ou “não entendi!”

. Tem dificuldade de localizar a origem dos sons

. Possui dificuldade para lembrar o que dizem a ela

. Tem algumas diferenças no jeito de falar

. Lê e escreve com dificuldade

. Tem dificuldade para entender o que dizem em ambientes barulhentos

. Não consegue acompanhar, quando todos falam ao mesmo tempo

. Tem dificuldade em seguir orientações

. Deixa o volume da televisão sempre muito alto

. Tem dificuldade em contar relatar um fato ou contar uma história

. Não compreende sacarmos ou piadas de duplo sentido

. Tem dificuldades em interpretar problemas matemáticos

. Não compreende coisas abstratas com facilidade

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Discalculias

As discalculias são provocadas por má formações neurológicas que afetam o aprendizado dos números e a realização de contagens e cálculos. “Portadores de discalculia simplesmente não conseguem identificar sinais matemáticos, efetuar as quatro operações, compreender medidas, contar números em sequência, compreender valores financeiro, etc.”, explica a Dra Maristela. Os tipos de discalculia existentes são:

. Discalculia léxica: problemas ler números e símbolos matemáticos;

. Discalculia verbal: dificuldades dizer quantidades, números, termos e sinais;

. Discalculia gráfica: complicações na escrita de números e símbolos matemáticos;

. Discalculia operacional: problemas para a execução de operações e cálculos;

. Discalculia practognóstica: dificuldades para enumerar ou comparar objetos e imagens;

. Discalculia ideognóstica: problemas para efetuar operações mentais ou compreender conceitos matemáticos.

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Lifestyle Estudo 29/07/16 POR Notícias Ao Minuto


Neste período de volta às aulas, neuropediatra do HCor discute como identificar distúrbios, cujo o tratamento pode contribuir bastante com o desempenho de crianças e adolescentes já a partir deste segundo semestre do ano letivo

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Dificuldade de concentração, hiperatividade ou verdadeiros bloqueios na hora de aprender. Para muitos pais e professores, problemas como esses podem ser solucionados apenas com empenho e disciplina por parte da criança. Contudo, nem sempre todos esses fatores são gerados apenas por preguiça, prazer em fazer bagunça ou falta de interesse nas aulas. “Alguns desses comportamentos podem estar associados com doenças neurológicas que prejudicam o desempenho escolar e trazem prejuízos à vida adulta, caso não sejam tratadas no momento mais adequado; isto é o mais precocemente possível”, afirma a Dra Maristela Costa, neuropediatra do HCor – Hospital do Coração.

Segundo a Dra Maristela, os problemas neurológicos mais comuns entre crianças e adolescentes na escola são: dislexia, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, déficit de processamento auditivo e as chamadas discalculias – que interferem na capacidade de calcular e no raciocínio lógico da criança. “Cada um desses distúrbios aparece em diferentes intensidades. Quanto mais sutis, mais difíceis de ser identificados. Porém, com a devida orientação, pais e professores podem aprender a detectá-los para, então, submeter as crianças a tratamentos que podem contribuir bastante com o seu desempenho escolar já a partir deste segundo semestre do ano letivo”, afirma a neuropediatra do HCor.

"Vale lembrar que, além de ajudar o desenvolvimento destes jovens estudantes, essa medida evita que eles sejam estigmatizados. Afinal, quando uma criança tem problemas de comportamento ou dificuldades para aprender, ela geralmente ouve que é burra, preguiçosa, desleixada ou que não leva jeito para os estudos. Afirmações como essas podem ser carregadas pela vida inteira e gerar uma série de limitações”, alerta a Dra Maristela.

Para auxiliar a detecção das doenças que afetam a capacidade de aprender, a neuropediatra do HCor revela como são e quais os sintomas de cada um destes distúrbios. Confira na galeria acima:

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