Com receio de ruptura, governo tenta gerir crise entre PMDB e PSDB

Nesta quarta-feira (24), o líder do governo do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), foi ao Palácio do Planalto discutir a relação

© Reuters

Política Planalto 24/08/16 POR Folhapress

Com o receio de um desembarque do PSDB e do DEM da base aliada, o governo interino de Michel Temer iniciou mobilização nesta quarta-feira (24) na tentativa de distensionar a relação dos dois partidos com o PMDB no Senado.

PUB

A indefinição da administração federal em relação ao reajuste do salário dos ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) gerou uma crise na base aliada. Preocupado com o risco de ruptura, o presidente interino iniciou movimento de reaproximação com as duas siglas.

Nesta quarta-feira (24), o líder do governo do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), foi ao Palácio do Planalto discutir a relação. Por telefone, ministros da área política também procuraram senadores do PSDB e DEM ao longo do dia.

Como parte do esforço de reconciliação, o presidente interino deve participar de jantar na noite desta quarta-feira (24) com a cúpula do PSDB e do DEM.

O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, reconhece que há divergências na base aliada sobre a proposta de reajuste, mas nega a existência de uma crise entre PMDB e PSDB.

"Não é uma paz de cemitério, mas é uma compreensão de que partidos políticos podem ter posturas diferentes. O ideal é uma posição única da base aliada. Se não conseguirmos, a base aliada estará liberada para votar", disse.

O ministro reconheceu que o tema é polêmico e avaliou como "naturais" as críticas feitas pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que fez cobrança enfática para que o governo federal defina uma posição clara em relação ao reajuste, que na prática, eleva o teto constitucional para o funcionalismo público.

"É natural. Ele critica e a gente conversa. Não tem estresse nem com o PSDB nem com o DEM. A postura dos partidos é respeitabilíssima", disse.

Os tucanos reclamam que o governo interino tem emitido sinais contraditórios, pois ministros têm pedido para que a tramitação do projeto seja suspensa no Senado enquanto parlamentares do PMDB têm acelerado sua análise.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), inclusive, marcou para o dia 8 de setembro a votação final da proposta. Inicialmente, ele tinha proposto votar em 6 de setembro.

"Precisamos saber qual é a posição da base do governo. Tem que definir qual é. E seu partido, o PMDB, precisa assumir sua posição: se é governo ou se quer fazer graça para alguns", afirmou Tasso. "Como vamos pedir para a população sacríficos para reformas como a da previdência e, ao mesmo tempo, vamos dar aumento a uma pequena elite acima da inflação", completou.

Tasso afirmou que se o governo interino passar a defender claramente a aprovação da proposta, o PSDB terá que discutir internamente como se posicionará. "Não pode o PSDB defender tudo o que não é popular, não é agradável, principalmente para alguns setores poderosos com quem ninguém quer ter desgastes, e o partido do governo ficar fazendo gracinha. Isso não pode", disse.

O tom do tucano alarmou o núcleo próximo ao presidente interino, que tem receio de que o mercado financeiro veja com preocupação o movimento dos tucanos no sentido de mostrar que o governo interino não tem compromisso com o ajuste fiscal.

A área econômica defende que a proposta não seja aprovada porque gerará grande impacto nas contas públicas.

O aumento dos ministros eleva também o teto do funcionalismo e tem impacto, por exemplo, nos salários dos demais juízes federais e ministros do TCU (Tribunal de Contas da União) e servidores estaduais. De acordo com o projeto, a remuneração dos ministros passará de R$ 33,7 mil para R$ 39,2 mil.

Interlocutores do presidente interino, Michel Temer, elencam duas teses para justificar a movimentação do PMDB no Senado: o receio de enfrentar os ministros do STF, que são os responsáveis por julgar congressistas em qualquer ação por suspeita de cometimento de crimes, como os processos da Lava Jato; e a possibilidade de, após aumentar o teto do funcionalismo, aumentarem os próprios salários. Com informações da Folhapress.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

fama Equador Há 19 Horas

Imagens fortes! Vídeo mostra assassinato de Miss Landy Párraga

mundo Kristi Noem Há 19 Horas

Governadora cotada para ser vice de Trump matou a tiros o próprio cão

justica Raul Pelegrin Há 19 Horas

Homem que cortou corda de trabalhador foi espancado antes de morrer

mundo Aviões Há 12 Horas

Piloto alcoolizado leva Japan Airlines a cancelar voo nos EUA

brasil São Paulo Há 11 Horas

Adolescente tem membros amputados após descarga elétrica de 8 mil volts

brasil Brasil Há 18 Horas

Ponte é arrastada pela correnteza enquanto prefeita grava vídeo; veja

fama Demi Moore Há 17 Horas

Filhas de Demi Moore e Bruce Willis combinam biquínis nas férias; veja

esporte Liga dos Campeões Há 17 Horas

Brilho de Vini Jr: Dois gols e uma reverência contra o Bayern de Munique

esporte Ayrton Senna Há 17 Horas

Trinta anos sem Ayrton Senna; relembre momentos marcantes

brasil CHUVA-RS Há 9 Horas

Temporais no RS deixam 10 mortos e 21 desaparecidos