© DR
As barracas lado a lado, com colchonetes e sacos de dormir, formam um cenário parecido com os campings do mundo todo. Com uma diferença: no lugar de cachoeiras e mosquitos, há um gramado sintético, os prédios e o trânsito de São Paulo.
PUB
Aberto em 2015 na laje do Aki Hostel, localizado no bairro do Paraíso, o acampamento urbano é o único do tipo na capital paulista. A Abracamping (Associação Brasileira de Campismo) e o Ministério do Turismo não registram outro camping na cidade -o que não impede, porém, que experiências pontuais surjam sem o conhecimento das entidades.
"Acampei lá pelo preço baixo e pela estrutura. Ao contrário de campings tradicionais, é só atravessar a rua e ir ao mercado se estiver com fome", diz o consultor contábil Marcos Akamine, 32, que passou uma semana ali em junho.
A diária no espaço, que comporta dez barracas, custa R$ 30 por pessoa -enquanto o quarto compartilhado com 15 camas tem diária de R$ 35. Nenhuma das opções inclui café da manhã.
O valor parecido é uma das explicações para a taxa de ocupação do camping ter quintuplicado desde junho e chegado a 34% nos primeiros 20 dias de setembro.
"A tendência é que o hóspede se sinta mais à vontade, por não precisar dividir quarto ou beliche", diz Kadhine Amorim, proprietária do albergue.
Para quem não tem equipamentos próprios de acampamento, o local oferece, sem custos extras, barracas de dois lugares com roupa de cama, travesseiro e colchonete, além de acesso à estrutura: banheiros, chuveiros e conexão com a internet.
PÓS-COPA
Os campings voltaram ser discutidos no país após a realização da Copa de 2014, quando turistas de diferentes nacionalidades, principalmente argentinos, uruguaios e de outros países vizinhos, invadiram as cidades que receberam partidas e ficaram acampados em áreas improvisadas pelas prefeituras.
Com o fim do evento, o Ministério do Turismo sinalizou que passaria a discutir questões relacionadas a acampamentos e motorhomes. No Brasil, não há legislação específica e só é permitido acampar em áreas determinadas.
Em 2014, segundo a Abracamping, havia cerca de 400 áreas de camping no país, mas apenas 36 delas estavam listadas no cadastro do ministério -algumas já desativadas. Dois anos depois, até junho de 2016, esse número aumentou para apenas 38.
"Em São Paulo, não tínhamos conhecimento de nenhum espaço de camping na cidade. A única novidade era uma demanda de proprietários de motorhomes para a criação de uma área de estacionamento temporário, mas até hoje isso não se concretizou", diz Luiz Edgar Tostes, diretor da Abracamping.
CAMPING URBANO
Onde: Aki Hostel: r. do Paraíso, 769; tel. (11) 3284-5766
Diária: R$ 30 por pessoa
Mais: akihostel.com