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Aproximadamente 200 países fecharam um acordo para diminuir gases que geram efeito estufa usados em geladeiras e aparelhos de ar-condicionado. O anúncio foi feito neste sábado (15).
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O acordo, que inclui as duas maiores economias do mundo, EUA e China, divide os países entre três grupos com diferentes prazos para reduzir o uso de gases HFC (Hidrofluorcarbonetos), cujo impacto no efeito estufa pode ser até 10 mil vezes maior do que o do dióxido de carbono (CO2).
"É um monumental passo à frente", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, ao deixar o encontro sobre o tema em Kigali, capital de Ruanda, na África.
O acordo será incluído no Protocolo de Montreal, conjunto de negociações feitas desde a década de 1980 que buscava, inicialmente, a redução do uso de gases que danificam a camada de ozônio.
Pelo pacto, nações desenvolvidas, incluindo a maior parte da Europa e os Estados Unidos, concordaram em reduzir o uso desses gases aos poucos, começando com um corte de 10% até 2019. A meta é chegar a 85% de redução até 2036.
Muitos países ricos já começaram a reduzir seu uso de HFCs.
Um grupo de países em desenvolvimento congelará seu uso desses gases em 2024 e outro grupo, em 2028, para depois disso baixar o consumo deles.
O grupo que inclui Brasil, China e África do Sul terá como meta atingir 85% de redução desses gases até 2045, tendo como referência o consumo médio entre 2020 e 2022.
Índia, Irã, Iraque, Paquistão são alguns que receberam prazo mais longo e terão até 2047 para atingir a mesma meta de redução, com base no consumo médio registrado entre 2024 e 2026.
Esses países rejeitaram um prazo antecipado porque possuem muitos habitantes que querem usar o ar-condicionado para enfrentar as altas temperaturas locais. Já a Índia teme prejuízos para sua indústria.
Ao contrário do acordo de Paris, o pacto fechado em Kigali tem um cronograma detalhado e um acordo para que países ricos ajudem nações em desenvolvimento a adaptar suas tecnologias.
Uma rápida redução do uso de HFCs poderia ser uma grande contribuição para frear a mudança climática, evitando um aumento de 0,5º C na média global de temperatura até 2100, de acordo com cientistas.
"No ano passado em Paris, prometemos manter o mundo salvo dos piores efeitos da mudança climática. Hoje, avançamos nessa promessa", disse Erik Solheim, chefe de meio ambiente da ONU.