Bolsa e dólar avança a R$ 3,21, mas temor sobre Trump diminui

Os investidores vinham apostando na vitória da democrata Hillary Clinton, baseando-se em pesquisas de opinião de voto e projeções

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Economia MERCADO FINANCEIRO 09/11/16 POR Folhapress

Os investidores de todo o mundo reagiram negativamente à inesperada vitória do candidato republicano à presidência dos EUA, Donald Trump. Na Ásia, as Bolsas fecharam em queda -o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio recuou mais de 5%.

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O índice S&P 500 futuro da Bolsa de Nova York chegou a cair mais de 5%, enquanto o peso mexicano perdeu até 13% durante a madrugada desta quarta-feira (9).

Entretanto, o primeiro discurso de Trump, pregando a união, foi considerado conciliador e contribuiu para diminuir a tensão nos mercados.

Em Nova York, os índices acionários inverteram a tendência de queda e subiam mais de 1%. As principais Bolsas europeias também viraram e encerraram o pregão em alta. No Brasil, porém, o Ibovespa recuou 1,4%.

No mercado de câmbio, a moeda americana se valorizou frente à maior parte das moedas, inclusive o real. O dólar comercial subiu mais de 1%, para a casa dos R$ 3,21.

Os investidores vinham apostando na vitória da democrata Hillary Clinton, baseando-se em pesquisas de opinião de voto e projeções. Trump era considerado até então muito radical e protecionista.

"O discurso de Trump ajudou a acalmar os investidores, mas ainda há muitas incertezas", avalia Rafael Ohmachi, analista da Guide Investimentos. "Ainda não se sabe quais medidas ele vai realmente implementar na economia americana e como isso afetará os mercados."

"Os próximos dias serão dominados por dúvidas sobre quem é Trump e qual sua capacidade política, dado que, durante a campanha, várias de suas proposições foram vistas como bravatas e blefes", escrevem os economistas do Banco Fator.

"No plano financeiro, esperamos sustos por várias semanas", acrescentam.

Analistas avaliam ainda que o impacto do futuro governo Trump no Brasil e outros países emergentes poderá ser maior pela via do câmbio. "Pode haver fortalecimento do dólar e afetar o fluxo de recursos para o país, prejudicando os investimentos", diz Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modamais.

BOLSAS

Em Nova York, o índice S&P 500 subia 1,17%, aos 2.165 pontos; o índice Dow Jones ganhava 1,48%, aos 18.605 pontos; e o índice das ações de tecnologia Nasdaq avançava 1%, aos 5.246 pontos.

Na Europa, a Bolsa de Londres subiu 1%; a de Paris ganhou 1,49%; e a de Frankfurt, +1,56%.

A Bolsa do México perdia mais de 2%. Já o Ibovespa, que chegou a recuar 3,5% no início da sessão, encerrou em baixa de 1,4%, aos 63.258,27 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,5 bilhões.

Para Ari Santos, gerente de renda variável da corretora H.Commcor, o Ibovespa recuou com um movimento natural de realização de lucros, quando os investidores vendem ações para embolsar os ganhos com as altas recentes. Somente neste ano, o índice tem alta de 46%.

As ações ordinárias da Vale subiram 4,29% e as preferenciais A (PNA) ganharam 1,85% por causa do minério de ferro na China, que superou os US$ 70 a tonelada, maior cotação desde janeiro do ano passado. As ações de siderúrgicas também avançaram.

Os papéis preferenciais da Petrobras perderam 2,28% e os ordinários ganharam 0,94%, com os investidores digerindo a nova redução nos preços do diesel e da gasolina, na véspera da divulgação do balanço do terceiro trimestre da companhia.

Entre os bancos, Itaú Unibanco PN perdeu 3,19%; Bradesco PN, -2,74%; Bradesco ON, -2,10%; Banco do Brasil ON, -3,53%; e Santander unit, -2,30%.

CÂMBIO E JUROS

O dólar comercial fechou em alta de 1,38%, a R$ 3,2110. Mas a maior desvalorização global foi do peso mexicano, mais sensível à questão eleitoral nos EUA, que recuou mais de 7%.

Diante da alta da moeda americana, que chegou a subir mais de 2,5% mais cedo, o Banco Central cancelou o leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, que seria realizado pela manhã.

Ao término do pregão, o BC anunciou que fará uma pausa nos seus leilões diários de swap cambiais reversos, inclusive nesta quinta-feira (10), "para acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado".

No mercado de juros futuros, as taxas subiram, seguindo o avanço do dólar, principalmente nos contratos de longo prazo. O contrato para janeiro de 2019 avançou de 11,410% para 11,540%, e contrato para janeiro de 2021 subiu de 11,210% para 11,450%.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, avançava quase 4%, aos 274 pontos. Com informações da Folhapress. 

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