Deputados ameaçados atuam contra a Lava Jato, diz procurador

Coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol afirma que parlamentares querem coibir a operação

© Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Política judiciário 18/11/16 POR Folhapress

O coordenador da equipe de procuradores da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol afirmou que os congressistas ameaçados pelas investigações do caso são aqueles que estão atuando na Câmara dos Deputados para aprovar leis prejudiciais à operação e ao combate contra a corrupção.

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Em entrevista à TV Folha na tarde de quinta-feira (17), Dallagnol explicou como a força-tarefa de procuradores está acompanhando os projetos de lei relacionados à operação e disse que as manobras dos deputados transformaram o trabalho na Lava Jato em um "trem fantasma".

Dallagnol é um dos mentores do conjunto de propostas do Ministério Público Federal intitulado "Dez medidas contra a corrupção, que se transformou em projeto de lei de iniciativa popular após receber mais de 2 milhões de assinaturas.

Atualmente uma comissão especial da Câmara analisa o tema, sob relatoria de Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e deputados estão atuando para modificar o texto original idealizado pelos procuradores da República. Segundo Dallagnol, as tentativas de alteração ameaçam o futuro da Lava Jato.

"Muitas pessoas que estão sendo investigadas são as pessoas que fazem a lei, e elas podem mudar a lei para nos atacar e mudar a lei para se proteger", disse.

De acordo com o procurador, é preciso ficar atento às manobras dos deputados. "A gente tem sido surpreendido a cada semana com um risco novo. Trabalhar na Lava Jato se tornou como andar em um trem fantasma. A cada esquina você toma um susto."

Dallagnol afirmou que a principal ameaça foi identificada na semana passada, quando deputados se movimentaram para tentar votar em regime de urgência um texto que poderia levar à extinção de penas e ações criminais em caso de fechamento de acordos de delação premiada entre empresas e o Executivo.

Houve reação da força-tarefa e os congressistas recuaram. "O filho era tão feio que ninguém quis dizer quem era o pai daquela criança", comentou o procurador.

"Essa movimentação não acontece às claras. Quando ficamos sabendo tivemos que tomar um decisão rápida. Ou a gente fazia uma [entrevista] coletiva e firmava posição, ainda sem ter muita clareza do que estava acontecendo, ou podia simplesmente passar esse projeto sem nossa manifestação", completou.

Dallagnol disse que o Ministério Público tem uma equipe de assessores parlamentares que acompanha os trabalhos no Congresso, mas a sociedade deve pressionar os deputados enviando mensagens e usando as redes sociais para evitar as manobras.

"Nós procuradores da Lava Jato não temos poder econômico, não temos poder político. A nossa única defesa, o escudo que defende a Lava Jato é a sociedade", afirmou.

O coordenador da Lava Jato rebateu as críticas de que o Ministério Público tenha adotado a estratégia de transformar a operação em um espetáculo midiático e que a entrevista coletiva para divulgar a denúncia contra o ex-presidente Lula tenha sido um exemplo dessa conduta.

"Não podemos confundir espetacularização com transparência. O que sempre existiu nas coletivas era uma explicação didática, inclusive com esquemas visuais. Isso não se faz para expor ninguém, mas para prestar contas à sociedade", disse. Com informações da Folhapress.

LEIA TAMBÉM: Firma de advocacia da esposa de Cabral é suspeita de lavar dinheiro

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