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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, anunciou nesta sexta-feira (13) que o governo manterá solicitantes de refúgio sob custódia cautelar durante a tramitação de seus processos.
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Essa prática havia sido interrompida em 2013, após pressões da União Europeia e das Nações Unidas (ONU), mas o premier não mostrou preocupação quanto a possíveis críticas. "A medida vai contra as normas internacionais, anteriormente aceitas também pela Hungria. Sabemos disso, mas faremos mesmo assim", reconheceu Orbán à emissora de rádio "MR".
Segundo o primeiro-ministro, os solicitantes de refúgio representam um "risco" para a cultura e a segurança dos húngaros e aumentam a "ameaça do terrorismo". "Na Europa, vivemos um tempo de ingenuidade e incapacidade. Aqui não terá nenhum caminhão atropelando quem festeja", acrescentou, fazendo referência aos recentes atentados em Nice, na França, e Berlim, na Alemanha.
Na liderança do grupo Viségrad, que também inclui Eslováquia, Polônia e República Tcheca, a Hungria tem sido o maior entrave às políticas migratórias da União Europeia. Orbán promoveu um referendo para revogar o sistema de redistribuição de solicitantes de refúgio aprovado pela UE, foi derrotado e depois tentou cancelá-lo por meio de uma emenda constitucional, mas perdeu novamente.
A postura de Budapeste já fez até o governo da Itália ameaçar barrar o próximo orçamento do bloco, que será votado em 2017, caso Orbán não acolha imigrantes. (ANSA)