Brasileira na Nasa lamenta falta de investimento em ciência no país

Diulia de Mello é responsável pela descoberta de uma estrela, a 1997D -distante mais de 53.8 milhões de anos-luz da Terra- e do fenômeno das Bolhas Azuis

© Tommy Wiklind/Nasa

Tech incentivo 02/02/17 POR Folhapress

Entre as palestras mais disputadas do terceiro dia da Campus Party estava a da brasileira Duilia de Mello, uma das astrônomas mais reconhecidas do país, atualmente parte do time do telescópio Hubble na Nasa.

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Responsável pela descoberta de uma estrela, a 1997D -distante mais de 53.8 milhões de anos-luz da Terra- e do fenômeno das Bolhas Azuis, estrelas solitárias entre as galáxias, Duilia mostrou algumas imagens de campo profundo do telescópio.

Os 'campuseiros' se aglomeraram nas cadeiras, em pé e até sentados pelo chão para ver as imagens dos pontos mais distantes do universo e ouvir mais sobre a carreira da cientista.

Durante a coletiva, Duilia comentou sobre ter saído do país ainda no final da década de 1990. "Foi uma decisão pessoal, naquela época eu decidi sair porque não sentia confiança de que o governo brasileiro investiria em ciência" disse.Sobre as recentes ameaças de corte nos repasses destinados às bolsas da CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), a astrônoma, que já foi bolsista do programa, disse lamentar o atual momento do país e as decisões tomadas, pois geram a fuga de cérebros.

"Isso demonstra a falta de visão do país, em um momento em que precisamos muito investir em ciência e inovação, deixamos gênios irem embora. Não se inova sem investir em pesquisa e sem investir em ciência de base".

Apesar de elogiar o trabalho feito por astrônomos no Brasil e a participação do país em consórcios internacionais para construção e manutenção de observatórios, ela lamenta a demora na assinatura do acordo para participação no Observatório Europeu do Sul, no Chile, que se arrasta por anos e pode deixar o Brasil de fora do projeto.

"Podíamos inclusive ter participado mais e concorrido para a construção desse projeto. Somos uma comunidade de mais de 700 astrônomos no país, muito atuante, produzindo dados de qualidade. Seria de grande valia".

Quando perguntada sobre o que aprendeu da humanidade observando as imagens mais distantes do universo, Duilia não titubeou: "Como somos egoístas em pensar que temos algum valor perante o universo. Não somos nem poeira de estrelas. Constatar isso me fez entender melhor o valor da vida". Com informações da Folhapress.

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