Deltan Dallagnol prevê aumento de ataques à Operação Lava Jato

Na opinião do procurador, rumos da investigação também dependem do apoio da população

© Vladimir Platonow / Agência Brasil

Política entrevista 26/03/17 POR Notícias Ao Minuto

O coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol, acredita que as críticas à investigação aumentarão nos próximos anos. Com três anos completados recentemente, a apuração começou investigando esquemas comandados pelos doleiros Youssef, Nelma, Raul e Chater.

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"Nesses três anos, foi quebrado um paradigma de impunidade dos círculos do poder. O uso de técnicas modernas de investigação, entre as quais a colaboração premiada, associadas à eficiência episódica do sistema de Justiça, permitiu o diagnóstico de um estado de corrupção gigantesca. O funcionamento das instituições renovou as esperanças, abrindo portas para reformas", afirmou Dallagnol, em entrevista ao jornal Correio Braziliense.

Ao ser questionado sobre as expectativas para os próximos três anos, da operação, o procurador foi pragmático: "certamente os ataques à Lava Jato se intensificarão no Congresso e em declarações públicas, mas o resultado é imprevisível porque tudo depende da continuidade ou não do apoio da população ao combate da impunidade", disse.

Dallagnol ressaltou o papel da população para a manutenção da investigação. "Dependemos da sociedade. Todos os ataques podem ser barrados por ela. Então o último e maior risco é que a sociedade se acomode, quer por achar que a Lava-Jato já chegou aonde deveria chegar, quer porque se anestesie depois de tantos escândalos e corrupções. As pessoas precisam respirar fundo, recuperar as energias e não perder a capacidade de se indignar, porque o enfrentamento da corrupção relacionado à Lava Jato não chegou ainda nem ao meio de sua história", argumentou.

O procurador também fez críticas ao ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, que sugeriu que as delações de ex-executivos da Odebrecht fossem anuladas porque trechos dos depoimentos vazaram para a imprensa.

"Com todo o respeito ao ministro, que tem um grande conhecimento jurídico, a proposta não tem nenhum fundamento. A ideia não é razoável porque permitiria que qualquer pessoa mal-intencionada, um corréu delatado, jogasse fatos na imprensa e com isso garantisse sua própria impunidade. A sugestão não tem amparo em nosso direito porque os depoimentos não são usados em processos com base em eventuais vazamentos, mas sim com base em sua coleta regular prévia, que é uma fonte independente que garante sua legitimidade. Por fim, anular provas, no atual cenário, seria jogar o jogo da impunidade daqueles mencionados em recentes depoimentos", argumentou.

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