PGR já recebeu 19 pedidos de cooperação de 7 países por delações

As solicitações começaram a chegar em janeiro, mês em que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou as delações dos 78 executivos

© Reuters / Janine Costa

Política Odebrecht 25/04/17 POR Estadao Conteudo

As delações premiadas da Odebrecht já motivaram 7 países da América Latina a enviar à Procuradoria-Geral da República (PGR) um total de 19 pedidos de cooperação internacional. O Ministério Público desses países quer o compartilhamento de informações e provas apresentadas pelos executivos e ex-executivos do grupo baiano, para ajudar nas investigações paralelas que conduzem sobre o caso Odebrecht.

PUB

A Secretaria de Cooperação Internacional da PGR recebeu nove pedidos do Peru, três da Argentina, dois do México, dois da República Dominicana e um da Colômbia, um do Equador e um da Venezuela. Cada pedido se refere a um caso específico ou, ainda, a um complemento em relação a uma solicitação anterior.

As solicitações começaram a chegar em janeiro, mês em que o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou as delações dos 78 executivos.

O primeiro país a receber da PGR as provas que havia solicitado ao Brasil foi a República Dominicana. A remessa foi feita na quinta-feira passada, 20, após a homologação, dias antes, do acordo de colaboração do Grupo Odebrecht com aquele país.

O atendimento integral aos demais pedidos está em compasso de espera, em respeito a um prazo de 6 meses que foi dado ao Grupo Odebrecht para que possa firmar acordos de colaboração com outros países, até 1º de junho. No Peru e na Colômbia, as negociações estão avançadas. Se a homologação se der antes de junho, abre-se uma possibilidade de compartilhamento antes desse prazo.

As informações enviadas pela PGR poderão ajudar os países a ter acesso mais rápido a informações e provas, para aprofundar as investigações sobre os casos em sua jurisdição. No entanto, cada Ministério Público tem buscado obter provas separadamente, o que é justificável, entre outros motivos, pelo fato de que a PGR não se aprofundou necessariamente em todas as operações da Odebrecht no exterior.

A PGR, no entanto, identificou uma série de irregularidades no exterior. Um dos casos narrados pelos delatores da Odebrecht é o da Usina Hidrelétrica de Toachi Pilatón, no Equador, em que houve pagamento de cerca US$ 1 milhão em propina a um representante do Ministério de Energia do Equador para obter liberação para financiamento das obras.

Na semana passada, as autoridades equatorianas prenderam o ex-ministro de Eletricidade Alecksey Mosquera junto com um empresário identificado como Marcelo E, apresentando como prova depósitos de US$ 924 mil destinados a Alexcksey e US$ 80 mil ao empresário. O jornal O Estado de S. Paulo confirmou com a Fiscalía General del Estado del Ecuador que se trata do mesmo caso. Essas foram as primeiras prisões no país em relação à atuação da Odebrecht.

Este e outros casos internacionais foram encaminhados em petições ao Supremo Tribunal Federal pela PGR na "Lista do Janot", mas o relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, pediu esclarecimentos sobre a possibilidade de aplicar a lei penal brasileira no caso de crimes cometidos no estrangeiro. As decisões de Fachin sobre os casos sigilosos foram reveladas com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Desdobramentos

O secretário de Cooperação Internacional da PGR, Vladimir Aras, afirma que a colaboração entre países tem sido essencial para a obtenção de resultados. E isso inclui também os Estados Unidos e a Suíça, países que também têm investigado a Odebrecht. "Toda essa colaboração entre Suíça, Estados Unidos e Brasil com esses países latino-americanos tem produzido desdobramentos", afirma o secretário.

Além da homologação das delações no Brasil, houve na semana passada a homologação do acordo de colaboração da Odebrecht com os Estados Unidos, além da liberação de informações obtidas pela Suíça a partir do acordo que fizeram com o grupo baiano.

"Tudo vai repercutir já em outras jurisdições dada a dimensão global do esquema de corrupção. É um esquema que operou de forma parecida no Brasil e em outros países. Se a empresa colabora no Brasil, no exterior deve ser assim também", disse o procurador, destacando benefícios conhecidos das delações: identificar agentes públicos que cometeram delitos e receberam vantagens indevidas, seja a pretexto de obras, seja a pretexto de campanhas eleitorais.

Os pedidos de cooperação internacional podem ser feitos por meio da Justiça ou diretamente entre as cúpulas do Ministério Público de cada país. "Em vários casos, o pedido é feito diretamente pelo Ministério Público estrangeiro, sem passar pelo Ministério da Justiça correspondente, porque lá eles têm plena autonomia à cooperação penal internacional, o que é muito bom", disse Vladimir Aras.

PARTILHE ESTA NOTÍCIA

RECOMENDADOS

mundo TikTok Há 19 Horas

Adolescente descobre que seu melhor amigo era um ator contratado pela tia

brasil Rio Grande do Sul Há 19 Horas

Cão abraça perna de voluntária após ser resgatado em Rio Grande do Sul

esporte Schumacher Há 18 Horas

Família coloca relógios de Schumacher à venda: "Motivo é desconhecido"

mundo EUA Há 17 Horas

Homem contrai bactéria 'comedora de carne' após caminhada na praia nos EUA

fama Gracyanne Barbosa Há 18 Horas

Gracyanne vive em apartamento de 18m² em SP após separação de Belo

fama ANITTA-CANTORA Há 13 Horas

Após rejeição a música sobre candomblé, Anitta responde seguidores

esporte Luto Há 10 Horas

Boxeador britânico de 29 anos morre no ringue durante primeira luta oficial

brasil CHUVA-RS Há 12 Horas

RS terá geada terça (14) e quarta (15) e a volta da chuva na sexta-feira (17)

fama LUISA-MELL Há 14 Horas

Luisa Mell quebra duas costelas em resgates no Rio Grande do Sul

lifestyle Dicas de lavandaria Há 18 Horas

Atenção! Há quatro coisas que nunca devem ser lavadas na máquina