Congresso diverge sobre proposta de FHC de eleições gerais

Ex-presidente sugeriu que Temer tenha a "grandeza de abreviar o seu mandato"

© REUTERS/Nacho Doce

Política GOVERNO 26/06/17 POR Folhapress

A defesa da renúncia do presidente Michel Temer feita pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em artigo publicado nesta segunda-feira (26) na Folha de S.Paulo provocou reações imediatas no Congresso.

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Em texto publicado na Folha de S.Paulo, FHC defendeu que Temer tenha a "grandeza de abreviar o seu mandato". Como saída para a crise política, o ex-presidente sugere ainda que sejam convocadas eleições gerais.

Para o vice-presidente do Senado, Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), o artigo de FHC não reforça o apoio de deputados tucanos à denúncia sobre Michel Temer que deve ser apresentada até esta terça-feira (27).

"A carta não servirá como alforria, a bancada já é livre para a tomada das suas decisões", disse.

A manifestação de FHC foi publicada no momento em que é aguardada uma denúncia sobre o peemedebista por parte da PGR (Procuradoria-Geral da República). Para que Temer se torne réu, é necessária uma autorização prévia da Câmara dos Deputados com pelo menos 342 votos favoráveis.

O Ministério Público deve concluir nesta segunda uma peça de acusação a Temer. Entre os pontos que serão apresentados está a perícia perícia do áudio em que o presidente foi gravado pelo empresário e delator Joesley Batista, do grupo J&F.

Como a Folha de S.Paulo antecipou, a Polícia Federal concluiu na sexta (23) que o material não sofreu edições.

+ Janot diz não ter dúvidas sobre culpa de Temer

Cunha Lima diz ainda que a crise que o país está vivenciando "era previsível". Segundo ele, a proposta de FHC para que sejam realizadas novas eleições conta com o seu apoio, embora reconheça que a iniciativa enfrentaria dificuldades.

"Sempre acreditei ser uma opção muito melhor do que o impeachment", disse.

Contudo, o tucano diz não ver disposição de Temer renunciar ao cargo e e nem de disposição de integrantes do Congresso de abrir mão do mandato.

Deputado próximo a Temer, Beto Mansur (PRB-SP) classificou a proposta de Fernando Henrique como "inviável" e "inócua", pois o tempo que levaria para colocá-la em prática chegaria praticamente ao início da campanha oficial do ano que vem.

Ele também relativizou o peso do posicionamento de FHC.

"Não vejo ele como uma grande liderança do PSDB, com toda sinceridade, sem querer diminuí-lo. Ele pode ser uma pessoa que tem opinião, e acho isso ótimo porque ele tem tempo de estrada, teve uma participação importantíssima na redemocratização do país, mas não quer dizer que ele vá influenciar o PSDB como um todo. Ele tem uma opinião que, pelo que estou vendo, o Doria [João Doria, prefeito de São Paulo] não tem. O Alckmin [Geraldo Alckmin, governador de SP] também não tem", afirmou Mansur.

Para o deputado, Michel Temer precisa se defender e não seria positivo que ele antecipasse o fim do mandato.

"Mantém o Michel. Não dá para trocar o Michel agora. Ele tem o direito de se defender. Ele está aí cheio de denúncias, o Congresso Nacional não tem que encobrir absolutamente nada. [Mas] ele tem o direito de se defender e quer se defender", afirmou Mansur.

O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) também criticou a proposta de Fernando Henrique, chamando as sugestões de "contraditórias".

"Trata-se de uma chuva de ideias, algumas até contraditórias. Elogia o governo, mas sugere a renúncia. Defende a legalidade, mas pede a alteração da Constituição Federal. Eu sou defensor do devido processo legal e não acredito em remendos na Constituição como solução para crises", disse Marun.

O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), criticou a iniciativa do ex-presidente. "[Isso é algo] de alguém que quer apenas jogar para plateia e não está pensando na estabilidade do país", afirmou.

O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) concordou com o teor do artigo de Fernando Henrique. "A proposta do FHC é ideal. Eu sou o primeiro a apoiar", disse. Contudo, o senador da oposição defende que o ex-presidente defenda que seu partido desembarque do governo. "O que sustenta o governo é a permanência do PSDB na base. É fundamental passar das palavras para o gesto", disse.

Na oposição, o entendimento é que o posicionamento do ex-presidente da República não tem efeito sobre outros partidos, mas atinge o PSDB.

"Isso causa no PSDB uma situação de desorganização total", afirmou o deputado Carlos Zarattini (SP), líder do PT, partido que defende as mesmas ideias de FHC: antecipação das eleições e mandato excepcional de cinco anos. Com informações da Folhapress.

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