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O enterro ocorreu no Cemitério Municipal Bairro Pauliceia. Amigos da jovem estavam de batom vermelho como forma de homenageá-la. "O batom vermelho era a marca da Bruna, que cuidava muito da aparência", disse o amigo Bruno Barros, de 21 anos, estudante do 2º ano de Letras e amigo da Bruna. Ela foi achada no fosso de um elevador numa obra ao lado do Paço das Artes, na Avenida da Universidade, a poucos metros da Academia de Polícia. De acordo com a reitoria, a obra, pertencente à Secretaria de Cultura do Estado, estava abandonada, mas tinha isolamento.
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A Polícia Militar (PM) foi chamada ao local na madrugada e, segundo a assessoria, encontrou Bruna morta. De acordo com a Guarda Universitária, um grupo de estudantes estaria reunido no local. Conforme testemunhas, que estavam com a estudante, ouvidas pela polícia, eles saíam de uma festa quando resolveram ir até o anexo em construção dos Paços das Artes "para esperar o tempo passar".
Bruna, de acordo com as investigações preliminares, disse que sairia "para fazer necessidades fisiológicas". O grupo, então, teria ouvido um grito e percebeu que a vítima havia caído no fosso do elevador. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou que ela morreu no local. O caso foi encaminhado inicialmente ao 91º Distrito Policial (Ceagesp), também na zona oeste, mas será investigado pelo 93º DP (Jaguaré), responsável pela área. De acordo com o delegado titular, Paulo Andrade, a polícia esteve nesta segunda no local onde a menina caiu e ainda vai ouvir as pessoas que estavam próximas dela no momento para apurar o que ocorreu.
Responsabilidades
A família da estudante está inconformada com o fato de não ter sido procurada pelo responsável pelo prédio abandonado onde a jovem caiu no fosso. "Nós estamos revoltados com o descaso por parte dos órgãos competentes, o responsável pelo prédio e a USP, uma vez que esse era um local frequentado por alunos", disse a irmã de Bruna, Barbara Barbosa.
Segundo amigos, o local era usado por diversos alunos, inclusive por praticantes de esportes. "A questão não é que a gente foi lá e por isso somos os culpados. Foi uma tragédia. Uma tragédia que a USP e o governo não querem assumir", disse Bruno Barros. Ele também usava batom em homenagem à estudante. Segundo Barros, o Samu desligou na cara dele quando pedia socorro porque ele não soube o informar o número do prédio abandonado.