Com embalagem atraente, 'Família Feliz' decepciona no recheio

Enredo fraco, conduzido por um texto bobinho, previsível e cheio de soluções questionáveis

© Divulgação 

Cultura Cinema 17/08/17 POR MARINA GALEANO, da Folhapress

Os acordes imponentes de "Tocata e Fuga", de Johann Sebastian Bach, nas cenas iniciais de "Uma Família Feliz", soam promissores. Logo na sequência, um Drácula melancólico e carente em busca de um romance improvável sugere uma boa ideia. Mas, conforme se desenrola na tela, essa animação alemã baseada no livro homônimo de David Safier dissipa as expectativas e fica só na promessa.

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Os Wishbone pintam o retrato de uma família à beira da falência. Dois irmãos que se detestam, um pai ausente atolado nas burocracias de seu tedioso trabalho, uma mãe desesperada que não sabe como reconectar todo mundo.

As coisas pioram ainda mais quando uma terrível maldição se abate sobre o quarteto. Agora, além de infelizes, eles são monstros.

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Frank, o pai, vira um Frankenstein abobalhado que não para de soltar pum (piadinha desgastada, diga-se de passagem). Max, o caçula nerd, transforma-se numa miniatura fofa de lobisomem. Fay, a vaidosa filha adolescente, precisa lidar com a nova realidade de múmia. E Emma, a mãe, se vê na pele de uma vampira elegante e quase inofensiva.

Em termos visuais, o resultado do desenho dirigido por Holger Tappe é uma mistura simpática de "Hotel Transilvânia" (2012) com "A Família Addams". Os traços bem-feitos e as cores vibrantes servem de isca ao olhar. Porém, falta sustância para manter a atenção do público.

Enredo fraco, conduzido por um texto bobinho, previsível e cheio de soluções questionáveis –a começar pela maneira torta como o Drácula cruza o caminho da protagonista.

À procura de uma dentadura de vampiro, Emma telefona para uma loja de fantasias e, por engano, a ligação cai no celular do próprio conde sanguessuga sedutor. O primeiro atropelo da narrativa.

O excesso de reviravoltas também compromete. A saga dos Wishbone vai de Londres ao deserto do Saara e inclui histórias de superação pessoal que tumultuam e arrastam demais a trama.

As piadas tampouco funcionam. Aguentar o jeito mocorongo de Frank parece um teste de paciência, assim como a irritante velhota feiticeira Baba Yaga, que, sabe-se lá por que, inverte a ordem de todas as suas frases.

Embrulhada numa embalagem até atraente, "Uma Família Feliz" decepciona no recheio –equivocado e pouco original. Tal como insinua uma das tantas mensagens piegas embutidas no filme, de nada adianta a boa aparência se o conteúdo for vazio.

FAMÍLIA FELIZ (Happy Family)

DIREÇÃO Holger Tappe

PRODUÇÃO Alemanha, 2017, livre

AVALIAÇÃO ruim

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